Brasília - O advogado suíço Didier de Montmollin, segunda testemunha de defesa no processo contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, disse que as contas investigadas pela justiça da Suíça e que tiveram documentos encaminhados ao Ministério Público brasileiro não são do peemedebista.
Montmollin, que respondeu mais genericamente a perguntas do relator do processo, Marcos Rogério (DEM-RO), acabou dando mais detalhes apenas quando o advogado de Cunha no conselho, Marcelo Nobre, começou a questioná-lo. “Ele é o beneficiário, mas não o titular. Não é o contratante”, afirmou o suíço ao admitir que as regras relacionadas aos trustes são complexas.
Segundo ele, de acordo com as leis suíças, o credor é o proprietário legal da conta. “E o proprietário legal é a Netherton”, disse, ao citar a empresa que administra a conta. “Só o diretor da empresa pode decidir quem é o sócio ou contratante. A dificuldade é que, se ele perder o poder, ele é o único que tem poder para dispor dos ativos”, disse, reforçando que Eduardo Cunha não é o diretor da Netherton.