Agência de classificação de risco Moody's retira grau de investimento do Brasil - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
24/02/2016 - 12h58m

Agência de classificação de risco Moody's retira grau de investimento do Brasil

Agência Brasil/Kelly Oliveira 
Divulgação
Além do rebaixamento, a agência colocou o país em perspectiva negativa
Além do rebaixamento, a agência colocou o país em perspectiva negativa

Brasília - A agência de classificação de risco Moody's retirou nesta quarta-feira (24) o grau de investimento do Brasil, o que funciona como garantia de que o país não dará calote na dívida pública. Ela rebaixou o Brasil para Ba2, a segunda nota do grau especulativo. Entre as três maiores agências de classificação de risco, a Moody's era a única que ainda não tinha tirado o selo de bom pagador, que estava em Baa3, último nível do grau de investimento.

Além do rebaixamento, a agência colocou o país em perspectiva negativa, o que significa que pode reduzir ainda mais a classificação do país nos próximos meses. Segundo a Moodys, um dos motivos que levou ao rebaixamento foi a perspectiva de maior deterioração dos indicadores de dívida do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com a dívida do governo provavelmente superior a 80% do Produto Interno Bruto (PIB), em três anos.

A agência também citou as dinâmicas políticas desafiadoras, que devem continuar dificultando esforços de consolidação fiscal e atrasando reformas estruturais.

De acordo com a agência, a perspectiva negativa contempla os riscos de deterioração adicional para o perfil de crédito do Brasil que emanando de choques macroeconômicos e de disfunção política mais profunda.

No último dia 17, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) voltou a rebaixar o país, cinco meses após retirar o selo de bom pagador do Brasil. A nota foi reduzida de BB+ para BB. A agência concedeu ainda perspectiva negativa.

A S&P tinha sido a primeira a retirar o grau de investimento em setembro do ano passado. Em dezembro, a Fitch seguiu a decisão.

BC: rebaixamento pela Moody's pouco afeta crédito a empresas e famílias

O rebaixamento do Brasil a grau especulativo pela agência de classificação de risco Moody's “altera pouco a situação do crédito” no país, segundo avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, que apresenta nesta quarta-feira (24) dados de empréstimos dos bancos, referentes a janeiro.

Hoje, a Moody's rebaixou o Brasil para Ba2, segunda nota do grau especulativo. O rebaixamento já era esperado pelo mercado financeiro. Entre as três maiores agências de classificação de risco, a Moody's era a única que ainda não tinha tirado o grau de investimento, que estava em Baa3.

Para Maciel, o impacto no crédito oferecido pelos bancos é “indireto e difuso”. “Tende a ser marginal tendo em visto que impactos dessa natureza já foram absorvidos por reclassificações anteriores [pelas agências Standard&Poors e Fitch]. Não é isso que vai alterar o mercado de crédito no Brasil”, enfatizou. Maciel também argumentou que a fonte de recursos para o crédito oferecido pelos bancos no Brasil é doméstica e não externo.

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