Alemanha passeia em campo e faz 7 a 1 no Brasil; seleção tomou 4 gols em 15 minutos - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
08/07/2014 - 19h40m

Alemanha passeia em campo e faz 7 a 1 no Brasil; seleção tomou 4 gols em 15 minutos

Agência Hoje/Edmundo Fortes, enviado especial 
Agência Brasil/Marcello Casal Jr
Jogadores brasileiros, apáticos, se perdem em campo e perdem da Alemanha por 7 a 1, derrota histórica
Jogadores brasileiros, apáticos, se perdem em campo e perdem da Alemanha por 7 a 1, derrota histórica

Belo Horizonte (Agência Hoje/Edmundo Fortes) - Ninguém poderia imaginar que a seleção pentacampeã do mundo pudesse perder uma partida de Copa do Mundo por um placar devastador como os 7 a 1 desta terça-feira, 8. Muito menos os alemães. Na verdade, não houve jogo no Mineirão. O que os alemães fizeram com os brasileiros foi dar uma aula de futebol, um passeio.

O Brasil foi derrotado no jogo e perdeu sobretudo no esquema tático. Sem meio de campo para destruir, a seleção tentou repetir os jogos medíocres de antes, só que agora encontrou uma seleção bem armada, praticando um futebol para a frente, objetivo. Sem encontrar resistência, a Alemanha fez o primeiro gol com facilidade e abriu caminho para a goleada.

Depois de cinco gols no primeiro tempo, a Alemanha marcou o sexto aos 23 minutos e o sétimo aos 33 minutos do segundo tempo. Os dois do atacante Schürrle, camisa 9, que entrou no segundo tempo e tocou para as redes livre de marcação. E só não fez mais porque evitou forçar. Na etapa final, seus jogares evitavam até as bolas divididas.

O gol de honra do Brasil foi marcado por Oscar. Pouco comemorado, ele veio tarde, já no final do segundo tempo, e não permitia qualquer reação. De qualquer maneira, serviu para mostrar que a seleção alemã tem pontos fracos que poderiam ter sido bem explorados se o time entrasse em campo com outra disposição.

História do Jogo

Os europeus abriram o placar no Estádio Mineirão aos dez minutos do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio de Kroos, a bola sobrou para Thomas Müller, livre, bater para o gol.

Com o time brasileiro desorganizado em campo, o segundo gol alemão veio aos 22 minutos, com Klose. Os dois gols seguintes vieram praticamente em sequência, ambos com Toni Kroos. O quinto foi marcado por Khedira, aos 28 minutos.

A Alemanha marcou cinco gols no primeiro tempo contra o Brasil. Mesmo depois de tomar os primeiros gols, o time continuou irreconhecível em campo, como se fosse um juvenil disputando uma partida contra profissionais. Inexplicavelmente, Luiz Felipe Scolari ficou recostado no banco, sem tomar providências. Não mudou nada, não tentou fechar as brechas.

O Brasil reconhecidamente não foi bem em suas partidas ateriores e só chegou às semifinais porque pegou pela frente seleções fracas, de futebol limitado e sem tradição no esporte. Mesmo assim, passou com dificuldades pela Croácia, Camarões e México. Sofreu ainda mais contra seleções que nunca fizeram frente aos brasileiros, como Chile e Colômbia.

A expectativa é de que a partir das semifinais, entusiasmado com o apoio da torcida brasileira e emocionado com o hino cantado forte, conseguiria superar as dificuldades a praticaria um futebol mais próximo de uma seleção tantas vezes campeã. Foi só uma impressão. O Brasil jogou mal mais uma vez e mereceu a goleada, do primeiro ao último gol alemão.

Terceiro Lugar

O próximo compromisso do Brasil nos campos será para disputar o terceiro lugar, jogando contra o vencedor do confronto entre Holanda e Argentina, que se enfrentam nesta quarta-feira (9), às 17h, na Arena Corinthians, em São Paulo.

A preocupação da comissão técnica é de evitar uma nova goleada. Pensando assim, começa a haver uma pressão nos bastidores para que a seleção entre em campo congestionando o meio, estratégia usada pelas equipes medianas para diminuir o espaço e tonar mais difícil as ações ofensivas dos adversários.

A expectativa, portanto, é de que o Brasil enfrente Argentina ou Holanda na retranca e se limite a tentar o gol apenas com esporádicos contra-ataques. É uma alternativa, só que está longe do que a torcida espera do futebol brasileiro.

No Mineirão, depois que a seleção sofreu o quinto gol, aos 28 minutos do primeiro tempo, muitos torcedores começaram a deixar o estádio, desiludidos. Ninguém culpava jogadores, mas todos reclamavam da falta de um esquema de jogo, mesmo depois de tantos treinos, de tantas concentrações, de tanta badalação.

Para a grande maioria, a seleção decepcionou. Fred deixou muito a desejar, não só porque não fez gols, mas principalmente porque não jogou bem em nenhuma partida. O próprio Neymar que saiu machucado, não fez boas partidas. Entre os outros, apenas dois se salvaram nesta seleção de Luiz Felipe Scolari: Marcelo e David Luiz. Dedicados, presentes, eles defenderam com categoria e atacaram sempre que tiveram oportunidade.

A grita maior vai para a falta de esquema de jogo, de tática, de prática de um futebol vistoso. O principal erro de Felipão foi o de não se atualizar. Insistiu em convocar jogadores que foram bem na Copa das Confederações, mas que já não estavam no auge no período da Copa do Mundo. São vários exemplos, Júlio Cesar, Dante, Paulinho, Luiz Gustavo, Hulk e Bernard eram reservas em seus clubes, não tinham ritmo de jogo.

Ninguém imaginava, mas o sofrimento terminou com uma goleada histórica. Nunca a seleção brasileira foi vencida por um placar tão elástico. Mais uma vez ficou evidente o que todo torcedor já sabe: o Brasil tem os melhores jogadores do mundo e, paradoxalmente, os piores técnicos também.

Em sua grande maioria, são homens que vivem no passado, não se atualizam, são teimosos, se acostumaram a reclamar dos juízes, destroem carreiras, tratam mal a imprensa, torcem o nariz para as reclamações que vem das arquibancadas, afrontam dirigentes e em muitas ocasiões se tornam verdadeiros carrascos. Em troca, oferecem muito pouco.

Durante entrevista no final da partida, Felipão reconheceu que a culpa pela derrota vergonhosa é dele. Os torcedores concordam, a grande maioria acredita que ele "viajou", armou um time frágil, deixou espaços e em momento algum chamou a atenção dos jogadores para a força e objetividade do adversário.

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