Araponga que quebrou sigilo telefônico do governador de Brasília está identificado - Hoje São Paulo
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09/05/2012 - 11h34m

Araponga que quebrou sigilo telefônico do governador de Brasília está identificado

Folhapress/Lúcio Vaz 

BRASÍLIA, DF, 9 de maio (Folhapress) - Um araponga já identificado pela Polícia Civil do Distrito Federal acessou, durante cinco meses, a relação das ligações telefônicas do governador Agnelo Queiroz (PT) e de pelo menos 300 servidores do governo local.

Ele conseguiu identificar cada ligação, com horário e duração, a partir de dados de uma companhia telefônica.

O crime foi descoberto no dia marcado para a instalação da CPI da Arapongagem, que vai investigar supostas escutas clandestinas feitas pelo governo de Agnelo e por empresas privadas na capital federal.

A Câmara Legislativa tem dez dias de prazo para eleger o presidente e o relator da comissão parlamentar de inquérito.

As investigações começaram quando o blog Quid Novi, do jornalista Mino Pedrosa, divulgou, em 24 de fevereiro, uma ligação do chefe da Casa Militar, tenente-coronel Rogério Leão, para o líder do PT na Câmara Legislativa.

Com o título "Os Segredos do Guardião", o blog informava o horário e a duração da ligação.

A polícia descobriu que o araponga acessou detalhes das ligações depois de conseguir uma senha com a empresa telefônica que presta serviços ao governo do DF.

Ele fez contato pelo serviço de call center e se apresentou como administrador da conta. As conversas que levaram à senha ficaram gravadas. Mas o araponga não teve acesso ao conteúdo das ligações feitas pelo governador e por servidores.

A informação foi divulgada em primeira mão pelo "Jornal de Brasília". Mino Pedrosa disse à Folha de S.Paulo hoje pela manhã que recebeu de "uma fonte" as informações sobre as ligações. "A minha fonte disse que tinha o horário de uma ligação entre o coronel Leão e o deputado Chico Vigilante."

Sobre o araponga agora identificado, disse: "Não sei quem é essa pessoa".

Leão afirma que Brasília estaria tomada por uma "criminalidade organizada", mas defende uma ação policial para resolver o problema. "Não é caso para CPI. Tem que prender essa quadrilha", disse.

Numa ação para esvaziar a CPI, Agnelo criou um grupo de delegados especiais, especializados em informática, para investigar paralelamente a arapongagem no Distrito Federal.

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