Argentina: Daniel Scioli fica na frente, mas disputará segundo turno com Mauricio Macri - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 28/03/2024
 
26/10/2015 - 10h03m

Argentina: Daniel Scioli fica na frente, mas disputará segundo turno com Mauricio Macri

Agência Brasil/Monica Yanakiew 

Buenos Aires - Pela primeira vez na história da Argentina, uma eleição presidencial vai ser decidida no segundo turno: o candidato governista Daniel Scioli ganhou por pouco a votação desse domingo (25) e vai ter que enfrentar o candidato da oposição Mauricio Macri, no próximo dia 22 de novembro. Na madrugada desta segunda (26), com 95% das urnas apuradas, Scioli tinha 37% dos votos e Macri, 35%.

No domingo, seis candidatos disputaram o pleito que decidirá o sucessor da presidenta Cristina Kirchner. A eleição é considerada a mais acirrada em 32 anos de democracia. Scioli, atual governador da província de Buenos Aires, foi o mais votado, mas não conseguiu apoio suficiente para garantir a vitória no primeiro turno. Ele ficou 2 pontos na frente de Macri – prefeito da capital, Buenos Aires, e segundo colocado.

“Os números surpreenderam muitos, inclusive os próprios candidatos”, disse o analista político Rosendo Fraga. “Tanto Scioli quanto Macri não tinham discursos preparados para esses resultados”, destacou.

O Partido Justicialista (Peronista), de Cristina Kirchner e Daniel Scioli, também sofreu uma importante derrota: pela primeira vez em 28 anos perdeu o governo da província de Buenos Aires, seu tradicional reduto político. Com um território maior que a Itália, Buenos Aires é a maior e mais rica província argentina: concentra um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do país e 40% dos eleitores.

Além de presidente e vice, os 32 milhões de eleitores argentinos votaram para eleger 103 deputados federais, 24 senadores, 43 legisladores do Parlamento do Mercosul e os governadores de 11 províncias. María Eugenia Vidal, a jovem candidata do conservador partido PRO (de Macri), foi eleita governadora. Ela vai suceder Scioli, que governou a província durante os últimos oito anos.

O fisioterapeuta Felipe Granja acompanhou a apuração das urnas com a família até as três horas da manhã (4h, horário de Brasília). “Cada um de nós votou num candidato diferente: eu escolhi Macri, meu pai votou em Scioli e meu irmão trabalhou na campanha de Sergio Massa [ex-aliado dos Kirchner, que passou para a oposição e foi terceiro colocado]”, contou. “Nenhum de nós imaginava que ia ter tanta surpresa”, completou.

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