Artigo 04 - Vírus HPV - Da Infecção ao Câncer do Colo Uterino - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 19/04/2024
 
11/07/2013 - 08h45m

Artigo 04 - Vírus HPV - Da Infecção ao Câncer do Colo Uterino

Agência Hoje/Dra. Silvia Regina Graziani 

COMPREENDENDO A INFECÇÃO PELO HPV (PAPILOMA VÍRUS HUMANO) - DA INFECÇÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL AO CÂNCER DO COLO UTERINO

Artigo escrito pela Dra. Silvia Regina Graziani, CRM 56.925

O vírus HPV - Papiloma Vírus Humano é o causador de uma doença sexualmente transmissível muito frequente e comum entre homens e mulheres em todo o mundo.

Estima-se que 80% das mulheres sexualmente ativas tenham se contaminado pelo HPV em algum momento da vida e em homens a porcentagem é maior.

O HPV é também o causador de lesões verrucosas na região genital e peri anal e do câncer do colo uterino.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que 99% dos tumores do colo uterino são causados pelo HPV.

Há mais de 200 tipos de HPV e cada grupo causa um tipo de lesão que vão desde as verrugas vulgares de pele, as verrugas da região genital denominadas de condilomas, verruga vulgar causada pelo HPV

Os subtipos 16, 18, 31, 30, 46 e 58 são os responsáveis pelo desenvolvimento dos tumores no colo uterino, sendo os principais os subtipos 16 e 18.

Os sub-tipos 06 e 17 causam 80% das lesões verrucosas benignas. verruga genital - Condiloma

O tempo de aparecimento da infecção desde o primeiro contato é em média 10 anos.

No Brasil são diagnosticados em média 127.000 casos de infecção pelo HPV ao ano e menos de 1% desenvolvem o câncer.

Essas alterações causadas pelo vírus, antes do desenvolvimento do câncer, podem ser detectadas pelo exame de citologia oncótica de Papanicolau, ou simplesmente “Papanicolau”, como é muito conhecido.

A recomendação é que toda mulher que iniciou a vida sexual, deva realizar um exame de Papanicolau ao ano. Se estiver normal, sem inflamação, deverá ser repetido a cada três anos. Deve ser realizado por mulheres principalmente na faixa de idade entre 25 e 64 anos.

Este exame é muito fácil de ser realizado em Posto de Saúde e é capaz de detectar a fase de inflamação, que precede muito a formação dos tumores malignos.

Se no exame for detectado alterações infecciosas sugestivas de infecção pelo HPV, deve-se prosseguir a investigação para se determinar que o vírus HPV é do subtipo cancerígeno (16 ou 18), células infectadas pelo vírus HPV que podem ser detectadas no exame de Papanicilau.

O HPV é transmitido pela relação sexual e pode causar lesões na vagina, pênis, vulva, anus, colo de útero, orofaringe e boca.

Não comprovação cientifica da transmissão através de contaminação de roupas ou toalhas e água contaminada.

Para se transformarem em câncer do colo do útero as células passam por processo de infecção pelo vírus e outras alterações que em média demoram 10 anos para o desenvolvimento do tumor.

Estima-se que no mundo haja 291 milhões de mulheres contaminadas pelo HPV, 32% (9.312.000) dos subtipos 16 e 18 ou ambos e 500.000 mulheres desenvolvem o câncer. Desta forma podemos entender que o HPV é necessário para o desenvolvimento do câncer, mas não é suficiente para o desenvolvimento do tumor, pois proporcionalmente o número de infectados é muito maior que o número de mulheres que evoluem para câncer.

A prevenção é sempre a melhor estratégia, uma vez que no desenvolvimento do tumor, têm-se em média 10 anos para intervir.

Iniciando pelo exame de Papanicolau que detecta a lesão precursora e se tratada a tempo resolve em 100% os casos para cura.

Está indicada em mulheres com idade entre 25 a 64 anos que já tiveram atividade sexual em algum momento da vida.

A principio deve ser realizado anualmente por três anos consecutivos. Se estiver normal, passar para cada três anos.

Este exame é realizado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Posto de Saúde.

Como citado anteriormente, as lesões pelo HPV variam de verrugas ou lesões na pele, que são conhecidas popularmente como “crista de galo”, “figueira” ou “cavalo de crista”.

Tem aspecto de couve-flor e são de tamanho variável.

Acomete a área genital e próxima ao anus. Em homens ocorre no pênis e na bolsa escrotal.

Pode ocorrer também na boca e garganta.

As infecções que não são visíveis são as mais complicadas, pois não há sintomas e as lesões podem ser detectadas apenas por exame realizado por médicos.

O tratamento é realizado pelo médico ginecologista e pode ser através de métodos como laser, eletro cauterização e uso de substancias ácidas para as lesões de baixo grau e para as lesões de alto grau o indicado é a remoção cirúrgica do colo uterino.

O tratamento apropriado das lesões precursoras é imprescindível para a redução da incidência e mortalidade do câncer do colo uterino.

Pessoas infectadas uma vez podem ser reinfectadas outras vezes.

PREVENÇÃO

- Uso de preservativos durante a relação sexual, no caso do preservativo masculino, a prevenção é parcial pois muitas áreas ficam expostas e podem contaminar. No caso dos preservativos femininos, a proteção é mais eficaz.

- VACINA

Existem vacinas profiláticas para o HPV que são registradas pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e são comercialmente disponíveis:

- Gardasil (Merdk Sharp & Dohme) – quadrivalente, ou seja confere proteção para os subtipos 6, 11, 16 e 18.

- Cervarix (GlaxoSmithKline) – bivalente, para os subtipos 16 e 18.

No Brasil foi assinada uma parceria dos laboratórios com o Instituto Butantã e a vacina será produzida em larga escala para suprir a necessidade nacional e ser distribuída através do SUS, a partir de fevereiro de 2014.

Meninas e meninos a partir de 9 anos poderão ser vacinados, sem limite de idade para a vacinação.

A vacina é exclusivamente profilática, não está indicada para tratamento do HPV.

É contraindicada em gestantes, portadores de infecção aguda pelo HPV ou que apresentem hipersensibilidade para os componentes da vacina.

É administrada de forma intramuscular em três doses, sendo imediata, após dois e seis meses.

A vacina não exclui a pessoa que foi vacinada de realizar o exame preventivo, pois só oferece proteção para quatro subtipos, sendo que mais de 30 causam lesão genital.

É necessário que a população tenha conhecimento deste fato e divulgue as informações para evitar uma das doenças mais frequentes em mulheres que é o câncer do colo uterino.

Fontes:

-Instituto Nacional do Câncer – InCa

www.inca.gov.br/conteudo_view.asp

Hoje São Paulo

© 2024 - Hoje São Paulo - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por ConsulteWare e Rogério Carneiro