O câncer de pulmão é a neoplasia maligna mais comum no mundo, sendo o principal responsável pela alta incidência de câncer e o primeiro em mortalidade em homens e mulheres, principalmente nos países em desenvolvimento.
No Brasil, segundo dados estatísticos do Instituto Nacional do Câncer (InCa), o câncer de pulmão foi responsável por 20.622 mortes em 2012. As chances de sobrevida em 5 anos após o diagnostico são de 13 a 21% nos países desenvolvidos e 7 a 10% nos países em desenvolvimento com diagnóstico em fase avançada da doença.
No final do século XX os tumores de pulmão tornaram-se um problema de Saúde Pública por ser a principal causa de morte que poderia ser evitada.
Este fato se deve principalmente ao hábito de fumar.
O aumento de incidência da neoplasia de pulmão em mulheres se deu a partir de segunda guerra mundial, quando ocorreu a emancipação feminina em todo mundo e uma das características adquiridas foi ao hábito de fumar, anteriormente predominante do sexo masculino.
O fumo foi amplamente difundido na cultura ocidental, principalmente após a era da industrialização. O aumento da incidência coincide com o início do uso do tabaco, pois nas carcinogeneses consideramos um tempo longo de exposição para o desenvolvimento do tumor.
Fonte: MD Saúde, Câncer de Pulmão – fatores de risco, Pedro Pinheiro
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Também consideramos o aumento da exposição a agentes químicos relacionados à atividade laboral, como por exemplo a exposição ao asbestos, em mineradores.
O número de cigarros fumados ao dia está diretamente relacionado ao aumento das chances de desenvolvimento de câncer de pulmão e é diretamente proporcional ao número de cigarros fumados no decorrer da vida.
Os tumores de pulmão são geralmente diagnosticados em fase avançada da doença, ou seja ou com o tumor muito grande no pulmão, que inviabiliza a cirurgia, ou com a doença disseminada, com metástases à distância.
Por este motivo as chances de sobrevida são baixas, em geral de aproximadamente 15% em 5 anos.
Os tumores de pulmão são classificados em 2 grandes grupos:
- carcinomas ou neoplasias de pequenas células
- carcinomas de não pequenas células.
Os carcinomas de não pequenas células são os mais frequentes, correspondendo a 80% dos tumores de pulmão.
Esses são subdivididos em:
- carcinoma epidermóide – onde 80% esta diretamente relacionado ao hábito de fumar
- adenocarcinoma – 20% relacionado ao fumo
- carcinoma de grandes células
- carcinoma adenoescamoso
- carcinoma sarcomatóide
- carcinóide
- carcinoma adenocistico
Os 5 subgrupos acima citados são muito raros e a frequência muito mais baixa e parecem não estar relacionados com o hábito de fumar.
Os carcinomas de pequenas células, também chamados de “oat cell” são menos frequentes e se caracterizam por tumores de comportamento biológico mais agressivos, com crescimento rápido.
Embora se considere que o fato isolado de fumar aumente muito a incidência de câncer de pulmão, não podemos deixar de mencionar o fator genético (ainda não bem esclarecido) associado ao desenvolvimento do câncer.
Mesmo no tipo histológico epidermóide, cujo subtipo está diretamente relacionado ao hábito de fumar, há pessoas que desenvolvem este tipo de tumor sem nunca terem fumado. É provável que a pessoa que tenha predisposição genética para o desenvolvimento de câncer e associado ao hábito de fumar, tenha aumento das chances de desenvolver o câncer de pulmão de forma significativa muito maior.
A carcinogênese do câncer de pulmão:
Exposição ambiental câncer do 2 a 10 anos........ Pulmão
(habito de fumar/fatores ambientais)
Fatores genéticos
O conhecimento dos fatores causadores de doenças como o câncer é de muita importância, pois permite o estabelecimento de prioridades para alocar recursos de forma direcionada para a modificação do cenário.
Medidas como as campanhas anti-tabagismo, cujos resultados serão visualizados após alguns anos, mas com perspectiva muito positiva na diminuição da incidência de câncer de pulmão.
Os sintomas comumente relacionados ao câncer de pulmão são:
- tosse seca, que se torna persistente e ocorre em horários que habitualmente não ocorria, porque é comum pessoas que fumam ter tosse relacionada a doença crônica pulmonar desenvolvida pela inflamação que o fumo causa no pulmão.
- sangramento das vias respiratórias, geralmente expelido com a tosse
- sensação de encurtamento da respiração
- rouquidão, que pode ocorrer devido a localização do tumor que envolve o nervo da laringe. O nervo laríngeo recorrente inerva as cordas vocais e quando acometido as paralisa, causando a rouquidão
- dor no tórax persistente, ou dor ao inspirar profundamente
- diagnóstico de pneumonia de repetição
O diagnóstico é feito com um raio x de tórax, onde ao apresentar área suspeita, deve-se prosseguir a investigação com a solicitação de uma tomografia computadorizada de tórax e biópsia da lesão.
Prevenção
Não há exames preventivos para o câncer de pulmão, porém o fato do conhecimento de que a principal causa é o fumo, uma forma muito eficiente de prevenção passa a ser a cessação do hábito de fumar.
Não fumar torna-se o primeiro passo para prevenir a doença, pois a redução do consumo do tabaco tem impacto direto na redução proporcional no desenvolvimento do câncer de pulmão.
A taxa de incidência de câncer de pulmão em determinado país é diretamente proporcional do consumo de cigarro/dia.
O consumo de frutas e verduras com frequência alta é sempre recomendado.
Não esquecer de considerar o risco ocupacional, relacionado ao tipo de trabalho desenvolvido e principalmente a exposição a agentes químicos.
Associação do agente cancerígeno com câncer de pulmão ocupacional:
Substâncias, circunstâncias de exposição ou ocupação x Tipo de tumor
Alcatrão, piche, fuligem, xisto e betume
Câncer de pulmão e mesotelioma maligno
Arsênio
Câncer de pulmão e mesotelioma maligno
Asbesto
Câncer de pulmão e mesotelioma maligno
Berílio
Câncer de pulmão e mesotelioma maligno
Sílica livre
Câncer de pulmão e mesotelioma maligno
Vapores de acido sulfúrico
Câncer de pulmão
Também não podemos deixar de citar o aumento da incidência de câncer de pulmão em fumantes passivos.
Fontes:
-www.abcdasaude.com.br/artigo php764
-www.inca.org.br
-Ministério da Saúde – Politicas em Saúde Publica
-www.jornaldepnumologia.com.br