Artigo 09 - Câncer de Intestino: aumentando as chances de cura - Hoje São Paulo
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18/08/2013 - 17h57m

Artigo 09 - Câncer de Intestino: aumentando as chances de cura

Agência Hoje/Dra. Silvia Regina Graziani 
  • Figura 01 - Ilustração de Pólipos no intestino grosso

O trato digestivo é composto pela boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso ou colon, reto e termina no anus.

O câncer de intestino o qual refere-se aos tumores do cólon e do reto, excluindo os tumores do intestino delgado, são muito frequentes, sendo o segundo tumor mais frequente em incidência em mulheres e o terceiro em homens no Brasil, com 14180 novos casos em homens e 15960 casos novos em mulheres diagnosticados no ano de 2012.

O risco estimado foi de 15 homens diagnosticados para cada 100.000 homens e 16 mulheres diagnosticadas com a doença para cada 100.000 mulheres da população em geral. (InCa-2012).

O acometimento pela doença ocorre de forma semelhante em ambos os sexos, principalmente após os 50 anos.

Este artigo refere-se exclusivamente a tumores do intestino grosso e reto, pois a maior incidência de tumores neste órgão ocorre nesses locais.

Essa parte do intestino tem a função fisiológica de absorver a água do bolo fecal e transformar o resto dos alimentos não digeridos em fezes que serão eliminadas.

O intestino grosso e o reto são muito semelhantes em função e no tecido de revestimento que é o local que se desenvolvem os tumores, por este motivo são considerados como uma doença única.

Os tumores podem ser benignos chamados de Pólipos ou Adenomas e Malignos, cujo mais frequente é o Adenocarcinoma.

Hoje os estudos epidemiológicos apontam para fatores de risco para o câncer de intestino que são:

- idade superior a 50 anos

- alimentação pobre em frutas, fibras, vegetais, cálcio e folatos

- alimentação rica em gordura animal (carne vermelha, manteiga, leite integral, queijos, natas, banha, creme de leite, linguiça, salames, presunto, frango com pele; por exemplo).

- ingestão de bebidas alcoólicas diariamente.

- histórico de parentes de primeiro grau (pai, mãe, irmãos e filhos) com diagnostico de câncer de intestino com idade inferior a 60 anos

- mulheres com diagnostico de câncer de mama, endométrio e ovário

- diagnostico de colite ulcerativa ou Doença de Crohn (doenças inflamatórias do intestino)

- doenças hereditárias como a Polipose Familiar do colon e o Câncer coloretal hereditário, que acomete pessoas jovens da mesma família

Os sinais e sintomas relacionados a doença são inespecíficos, porem os mais frequentes são:

- presença de sangue nas fezes ao evacuar ou após a evacuação

- diarreias ou constipação intestinal

- dor e desconforto abdominal frequentes

- fraqueza por anemia que não se acha a causa

- perda de peso sem motivo.

A prevenção do câncer de intestino é feita exclusivamente com a mudança de hábitos de vida como alimentação saudável, com fibras, vegetais e frutas, evitando carnes, principalmente a carne vermelha.

A intenção é a redução dos fatores de risco que podem reduzir as chances de desenvolvimento do câncer. Nem todos os tumores têm esta possibilidade de prevenção, mas o câncer de intestino tem, e a mudança dos hábitos alimentares tem um impacto muito positivo na redução da incidência do câncer de intestino, quando se reduz a exposição aos fatores de risco.

A detecção precoce deve ser direcionada para pessoas que apresentam as características descritas acima, ou seja que são do grupo de risco ou que apresentam os sintomas, que embora sejam inespecíficos deve-se procurar um médico especialista em gastroenterologia para a solicitação do exame de colonoscopia, que faz a confirmação do diagnóstico.

A colonoscopia também detecta lesões precoces que se chamam Pólipos ou Adenomas, que embora essas lesões sejam benignas, pode ocorrer uma mutação gênica e com o tempo se transformam em lesões malignas.

Figura 01 – Ilustração de Pólipos no intestino grosso.

Os pólipos podem ser tumores malignos em fase inicial e devem ser removidos e enviados para analise anatomo patológica.

Se a pessoa apresentar pólipos na colonoscopia, esta deverá ser repetida a cada ano, conforme orientação do médico.

Outro exame que pode ser solicitado para pessoas que não são de risco, ou seja que não tem histórico familiar e não apresentam sintomas, mas têm 50 anos de idade é o exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes.

Este exame é feito com a analise das fezes pelo laboratório de análise clínica.

A mudança no estilo de vida com a adoção de hábitos saudáveis é a melhor estratégia de prevenção.

Algumas dicas:

- comer 5 a 6 porções de frutas ou vegetais ao dia

- preferir sucos naturais no lugar de refrigerantes

- evitar gorduras de origem animal e vegetal

- fazer alguma atividade física como exercícios do tipo caminhadas curtas, pelo menos 3 vezes por semana

- evitar o cigarro, se possível parar de fumar, pois o fumo aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de intestino em 2,5 vezes quando comparado a população da mesma faixa de idade que não fuma. O fato de parar de fumar diminui de forma significativa este risco e em 10 anos após o termino de fumar, o risco de desenvolvimento do câncer é semelhante as pessoas que nunca fumaram com a mesma idade.

Estudos internacionais do uso de anti-inflamatórios não esteróides do tipo ácido acetil salicílico, parecem reduzir o risco de câncer do intestino, porem esses devem ser usados com muita cautela e sempre com acompanhamento médico.

Após o diagnostico do câncer de intestino feito através do exame de colonoscopia e a cirurgia para remoção do tumor, o médico deverá avaliar a extensão da doença, que depende do grau de infiltração do tumor na parede do intestino.

Pode acontecer a condição onde há o estadiamento de I - tumor localizado em uma camada do intestino, II a invasão da camada mediana e III a invasão das 3 camadas:

Esse conhecimento se da através da avaliação anatomo patológica e determina o tratamento complementar com quimioterapia ou radioterapia, no caso dos tumores do reto.

Fontes:

- Rev Bras Cancerol 2002; 48(3): 317-32.

- www.abcdasaude.com.br

- www.inca.org.br

 

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