Artigo escrito pela Dra. Silvia Regina Graziani*
Este artigo será a respeito do segundo tumor mais frequente em mulheres, que é o tumor do corpo uterino ou Endométrio.
O endométrio é a camada interna do útero e se trata de um tecido humano repleto de vasos sanguíneos, dado a sua função, que é de desenvolver a gestação após a fecundação do óvulo.
O câncer do endométrio é um dos tumores mais frequentes e acomete principalmente mulheres após a menopausa, depois de 60 anos, mas pode ocorrer também em mulheres aos 40 anos, embora seja bem menos frequente.
O diagnóstico precoce leva a cura em 90% dos casos, porém não há medidas de prevenção para câncer do endométrio. O que ocorre são as determinações dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença e desta forma as mulheres que se enquadram nesses fatores devem ter mais atenção aos sintomas e realizar exames ginecológicos com frequência maior.
Os principais fatores de risco são:
-obesidade associada a dieta rica em ingestão de gordura animal (tipo carne gorda)
-uso de terapia de reposição hormonal na menopausa
-portadoras de Síndrome de ovários policísticos.
-mulheres que não tem ovulação de forma crônica
-mulheres que nunca engravidaram
-idade precoce na primeira menstruação (menos de 12 anos e tardia na menopausa (após 50 anos)
-mulheres que fizeram ou fazem uso do medicamento Tamoxifeno para o tratamento do câncer de mama
-hipertensão arterial
-diabetes do tipo 2, ou seja os que são tratados com hipoglicemiantes orais e que são diagnosticados na idade adulta
-histórico familiar de câncer de mama, ovário, intestino e útero
-histórico pessoal de hiperplasia do endométrio
Os sintomas indicativos de câncer de endométrio são:
-sangramento vaginal no período após a menopausa
-sangramento mais intenso em mulheres que ainda menstruam
-corrimento vaginal branco ou amarelo em mulheres após a menopausa, que podem anteceder o sangramento.
Quando ocorrer um desses sinais, a mulher devera procurar imediatamente um ginecologista para a realização de exames de ultrassonografia transvaginal.
Se no exame de ultrassonografia transvaginal ocorrer alteração na espessura do endométrio, haverá indicação de outro exame que se chama histeroscopia e consiste na “raspagem” ou curetagem do endométrio para analise anatomo patológica e visualização da cavidade uterina.
Após o diagnóstico a conduta será elucidada pelo medico ginecologista.
Recomendações básicas e dicas:
-realizar o exame de citologia de Papanicolau com frequência, porém não é suficiente para diagnosticar câncer de endométrio
-se houver sangramento após a menstruação, e principalmente após os 50 anos e se a mulher for obesa e diabética, considerar que estes são fatores de risco importantíssimos para câncer de endométrio
-mulheres mais jovens, que não tiveram filhos e desejam tê-los, devem consultar um ginecologista para discutir a conduta, pois é possível ter filhos através de fertilização assistida antes do tratamento definitivo.
Fontes de informação:
-Rastreamento e diagnóstico do carcinoma de endométrio, Revista Pratica Médica, 53(1): 64-71, jan-mar. 2009
-Clinical Cancer Research 14, 1692-1700, march 15, 2008.
* A Dra. Silvia Regina Graziani, CRM 56925, é Medica Oncologista Clinica, com título de especialista em Cancerologia (1992). Residência Médica: Hospital do Câncer A. C. Camargo. Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Médica do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho – IAVC, São Paulo.