Artigo 40 - Simpósio faz orientação sobre o câncer para leigos - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
13/10/2014 - 15h05m

Artigo 40 - Simpósio faz orientação sobre o câncer para leigos

Agência Hoje/Dra. Silvia Regina Graziani* 
  • Enfermeira Simone Trombeta
  • Enfermeira Simone Trombeta
  • Psicóloga Thatyane Aline Santana
  • Farmacêutica Vanessa Barbosa
  • Melhor local da geladeira para o armazenamento dos medicamentos
  • Dr. Potiguar Gavioli, médico oncologista
  • Fisioterapeuta Sheila Ribeiro

São Paulo - No dia 27 de setembro de 2014, no Centro Medico São Gabriel, na Zona Leste da cidade de São Paulo, a equipe multidisciplinar de atendimento ao paciente oncológico do Serviço de Oncologia organizou o III Simpósio de Orientação Oncológica para Leigos.

Este evento ocorre há mais de um ano e é direcionado para os paciente, familiares e cuidadores.

Palestra 1 - Informações básicas sobre o tratamento oncológico

Os tipos de tratamento para o câncer são vários e subdivididos em etapas:

• Cirurgia – operação para remoção do tumor;

• Radioterapia – uso de uma fonte de energias para destruir células cancerosas;

• Imunoterapia – estimula o organismo a combater o câncer;

• Quimioterapia – aplicação de drogas para matar células cancerosas ou inibir o crescimento e proliferação do tumor;

A quimioterapia consiste na administração de drogas de varias formas, são elas:

• Comprimidos;

• Injeção (nas veias, tecido celular subcutâneo, artéria, musculo ou nas cavidades como pleura e peritônio)

O tipo de droga e a forma de administração dependem do tipo de câncer e do estágio da doença.

O câncer é uma doença muito complexa, causada por vários fatores e em linhas gerais consiste em células que começam a se dividir sem parar e levam a formação do tumor.

Como parte de seu tratamento a quimioterapia, consiste em acabar com essas células cancerosas que crescem no órgão que as originou e invade outros órgãos (órgãos vizinhos ou através da circulação sanguínea ou linfática), esta situação é chamada de metástases.

A quimioterapia afeta todas as células que estão em crescimento rápido como:

• Células do sistema reprodutor (ovários e testículos);

• Células produtoras de sangue da medula óssea;

• Células do trato gastrointestinal;

• Células produtoras de cabelo.

A quimioterapia consiste na utilização de medicamentos específicos para destruição de células anormais ou malignas, com o objetivo de tratar um grande número de tumores malignos.

Os aspectos particulares sobre seu tratamento como a duração das sessões e número de ciclos necessários, os tipos de remédios que você receberá, o seu estado clínico em relação ao tratamento, poderão ser esclarecidos com seu medico e com a equipe multidisciplinar deste serviço. Converse sempre com o médico ou a enfermeira a respeito das dúvidas sobre seu tratamento.

Você será informado sobre os medicamentos que irá receber, os possíveis efeitos colaterais e como agir, caso estes ocorreram. Os efeitos colaterais dependem fundamentalmente dos tipos de medicamentos e do seu próprio organismo. O que significa que se algum efeito colateral como náusea, vômito ou queda de cabelo tenham ocorrido com um amigo ou parente seu, não irão obrigatoriamente repetir-se com você.

Os medicamentos precisam ser administrados em tempos determinados para que o objetivo do tratamento seja alcançado. É importante seguir corretamente as orientações do seu medico e da equipe interdisciplinar que lhe assiste.

Quando sua ausência for extremamente necessária por algum motivo, comunique nosso serviço.

Se alguma informação não ficou clara, nunca fique constrangido em repetir a pergunta. É necessária para o sucesso de seu tratamento que você esteja bem esclarecido.

Principais efeitos do tratamento quimioterápico

Efeitos Imediatos

Náuseas, vômitos, diarréia, mucosite (situação onde por ação do medicamento o tecido que recobre a boca, esôfago, estômago e intestino sobre uma descamação).

Efeitos Tardios

Anorexia, alopecia (queda de cabelo), alteração no sangue como queda de glóbulos brancos (leucócitos) e glóbulos vermelhos (eritrócitos e plaquetas).

Radioterapia

Também chamada de terapia de radiação, o tratamento consiste no emprego de raios penetrantes de ondas de alta energia ou correntes de partículas chamadas de radiação.

As radiações utilizadas no tratamento do câncer provem de máquinas especiais ou de substancias radioativas. A máquina utilizada para a radioterapia direciona quantidades específicas de radiação para o local do tumor e áreas próximas de onde se encontra a lesão.

Como funciona?

A radiação em alta dose mata as células e evita que essas cresçam e se multipliquem. Como as células tumorais crescem mais rápido que a maioria das outras células normais que estão perto delas, a radioterapia pode matar muitos tipos de câncer. As células normais também sofrem com o tratamento radioterápico, porém a maior parte delas acaba se recuperando.

Para a proteção das células normais o médico radioterapeuta fará uma limitação do campo e da dose da radioterapia e o tratamento será fracionado por um determinado período de tempo.

Quais os objetivos e benefícios da radioterapia?

O objetivo da radioterapia é matar as células cancerosas atingindo o menor número possível de células normais. A radioterapia muitas vezes e a única forma de tratamento do câncer, muitas vezes e associada a outros tipos de tratamento como a cirurgia e a quimioterapia, permitindo que muitas pessoas que assim foram tratadas hoje estejam bem e livres da doença.

A radioterapia assim como a cirurgia é um tratamento localizado que só atinge as células da área especifica do tumor. Em algumas vezes a radioterapia é associada a outros tipos de tratamento como a quimioterapia para aumentar o potencial de ação da radiação ou o uso de um elemento radioativo que seja capaz de atingir todo o corpo, como é o caso da terapia biológica a base de Iodo radioativo que é injetado na circulação sanguínea para atingir todas as partes do corpo.

A radioterapia e usada com frequência em combinação com a cirurgia para o tratamento do câncer, e pode ser usada antes ou apos a remoção do tumor. Quando utilizada antes de retirar o tumor é para poder diminuir o tamanho do mesmo para que a cirurgia seja mais adequada e menos agressiva.

Em alguns casos os médicos usam a radioterapia associada à quimioterapia para o tratamento do tumor. A radioterapia pode ser dada antes, durante ou após o tratamento do tumor, dependendo do tipo do tumor, tamanho e localização do mesmo.

O propósito do tratamento antes da cirurgia é diminuir o tamanho do tumor e assim melhorar a eficiência da ação das drogas durante a quimioterapia. Outras vezes o paciente termina a quimioterapia e realiza a radioterapia para eliminar qualquer célula que possa ter sobrado durante o tratamento.

Também nos casos onde não é possível a cura do câncer, a radioterapia pode ser utilizada para alivio dos sintomas como a dor ou sangramentos. Esta situação é denominada de terapia paliativa.

Quais o riscos da radioterapia?

A alta dosagem da radioterapia pode causar destruição dos tecidos normais, causando efeitos secundários. Os riscos dos efeitos secundários são menores que os benefícios de eliminar as células tumorais.

Como se aplica a radioterapia?

A radioterapia pode ser aplicada de várias maneiras:

Radioterapia externa: a maior parte das pessoas que são tratadas com a radioterapia recebe a radioterapia externa. O tratamento consiste em visitas diárias de no serviço ambulatorial de radioterapia por um período médio de 4 a 6 semanas, A radioterapia externa e feita por uma maquina que dirige os raios de alta energia para o local do câncer e uma pequena margem de tecido normal.

O tipo de maquina mais comumente utilizada no tratamento do câncer é o acelerador linear, embora alguns lugares utilizem outras fontes de radioterapia como, por exemplo, o Cobalto – 60 como fonte de raio de alta energia.

Radioterapia Interna ou Braquiterapia: consiste em uma fonte de radiação que se coloca dentro do corpo. Isto pode ser feito através de implante colocado diretamente dentro do tumor ou no leito tumoral, após o tumor ser extraído, para poder se eliminar qualquer célula que tenha sobrado.

Outro tipo de radioterapia interna pode ser por via injetável, como por exemplo, a injeção de iodo radioativo.

Quem aplica o tratamento da radioterapia?

O tratamento da radioterapia e aplicado por uma equipe especializada nesse tipo de tratamento e que consiste de:

• Médico radioterapeuta, que vai determinar qual o tipo de tratamento e a dose a ser administrada em cada paciente, que trabalha em colaboração com outros profissionais como:

• Físico: o profissional que determina se o aparelho funciona corretamente para o seu tratamento e ajuda no planejamento do tratamento, junto ao radioterapeuta.

• Enfermeira: que acompanha e orientas os cuidados durante o tratamento e os principais efeitos colaterais, lhe orientando e encaminhando ao medico para eventual tratamento.

• Técnico: o profissional que lhe colocara de maneira adequada na maquina para receber a dose de radiação necessária para o seu tratamento.

Quanto tempo dura meu tratamento?

Para a maioria dos tipos de câncer a radioterapia dura 5 dias da semana durante 6 a 7 semanas. Quando a radioterapia é paliativa o tratamento e mais curto, geralmente 2 a 3 semanas. O número de sessões será determinado pelo tamanho e local do tumor.

O princípio do tratamento e o uso de pequenas doses diárias ao invés de doses elevadas, que aumentam a toxicidade em tecidos normais.

É muito importante que você não falte às sessões de seu tratamento, para melhor aproveitar o tratamento. Ausentar-se ou atrasar o tratamento pode implicar em uma menor efetividade da radioterapia.

O que acontece durante as sessões da radioterapia?

Antes de iniciar as sessões você deverá substituir sua roupa por um avental do hospital.

O medico radioterapeuta irá fazer umas marcas com uma tinta solúvel em sua pele que localizará o local a receber a dose de radioterapia. Durante cada sessão de radioterapia externa você permanecera na sala por cerca de 15 minutos, porém a sessão da radiação durará de 1 a 3 minutos.

Você deve permanecer quieto durante a sessão para a radiação ocorrer unicamente na área onde é necessária, e para que a mesma área seja tratada a cada sessão.

Quais os efeitos secundários da radioterapia?

A radioterapia externa não faz com que seu corpo fique radioativo. Não tem necessidade de evitar o contato com outras pessoas durante o seu tratamento, pois o fato de abraçar, beijar ou mesmo manter relações sexuais não causam risco de exposição à radiação a elas.

A maioria dos efeitos secundários da radioterapia ocorre na área que esta sendo tratada.

Os efeitos secundários são mais frequentes, porém raramente sérios durante o tratamento são na pele da área irradiada. Esses desaparecem em poucas semanas depois de terminado o tratamento. Quase nenhum efeito persiste por mais tempo.

Como posso me cuidar melhor durante a radioterapia?

O corpo de cada um de nós responde diferente ao tratamento radioterápico, por isso o radioterapeuta devera lhe acompanhar durante todo seu tratamento e fazer ajustes se necessário durante esta fase.

Quase todos os pacientes com câncer que recebem radioterapia necessitam de cuidados especiais durante esta fase, sendo os principais a seguir:

• Antes de iniciar o tratamento faça uma lista dos medicamentos que você esta fazendo uso para encaminhar a seu radioterapeuta, para que ele tenha conhecimento disto e possa lhe orientar melhor. Não se esqueça de mencionar as medicações que você tem alergia. Nunca comece tomar nenhum medicamento sem conhecimento de seu médico;

• O cansaço é comum durante a radioterapia, seu corpo utiliza muitas energia durante o tratamento e você poderá sentir-se cansado. Procure descansar e dormir adequadamente durante este período. Normalmente o cansaço melhora de 4 a 6 semanas após o termino do tratamento;

• Alimentar-se de forma correta e nutritiva é muito importante, consulte sempre o seu médico antes de fazer uso de suplemento dietético, como vitaminas e outros durante o seu tratamento;

• Evite usar roupas apertadas sobre a área do tratamento;

• Trate com muita suavidade a pele que está sobre a área do tratamento;

• Sempre peça orientação do seu médico qual o sabonete, creme hidratante, perfume, ervas medicinais, talco ou outras substancias que pode ser utilizado sobre esta área;

• Use roupas de algodão suaves e soltas sobre esta área;

• Não aplique compressa frias ou quentes sobre esta área, use somente água morna neste local;

• Nunca use produtos para depilar esta área;

• Proteja sempre esta área tratada do sol, porem não deve utilizar bloqueador solar durante o tratamento de radiação. Se possível cubra esta área tratada com tecidos leves antes de sair. Após o tratamento use um fator de proteção solar no mínimo 15 antes de sair de casa;

Efeitos secundários da radioterapia

Os efeitos são semelhantes para todas as pessoas?

Os efeitos secundários da radioterapia variam de pessoa para pessoa, e esses podem se leves para alguns e graves para outros. Depende principalmente da dose de radioterapia e do local que esta sendo irradiado.

Os mesmos podem ser agudos ou crônicos. Os agudos são os efeitos mais rápidos, aparecendo muito pouco tempo apos o inicio da radioterapia e desaparecem algumas semanas do termino do tratamento. Os crônicos aparecem apos algum tempo apos a radioterapia, podendo aparecer apos meses ou anos.

Os agudos mais comuns são os cansaços e as alterações na pele, e podem resultar da radioterapia em qualquer lugar do corpo. Outros efeitos secundários estão relacionados com lugares específicos do corpo, como por exemplo, a perda do cabelo quando a radioterapia e na cabeça. O apetite se altera quando a radioterapia é feita na boca, estômago ou intestino.

A maioria dos efeitos secundários desaparece com o tempo.

Os efeitos secundários da radioterapia dificilmente limitarão suas atividades diárias, porém depende do tipo e da intensidade desses efeitos secundários.

A maior parte dos pacientes continuam exercendo suas atividades normalmente, a não ser que sinta muito cansaço; se isso ocorrer é necessário de um tempo para descansar e prosseguir seu tratamento.

O que pode estar causando o cansaço?

O cansaço é a sensação de esgotamento e falta de energia e é o sintoma mais comum do paciente que faz radioterapia. Não sabemos exatamente o que ocorre.

A maioria das pessoas começam a sentir cansaço a partir de poucas semanas após o início da radioterapia. Durante o tratamento o corpo utiliza muita energia e o cansaço pode ser causado por muitos fatores como o estresse da doença, a idas diárias a radioterapia para o tratamento e os efeitos da radiação no corpo (células normais).

O que você pode fazer para isso melhorar durante o tratamento é não fazer muita atividade física, e aproveitar o seu tempo livre de maneira tranquila e prazerosa. Guarde suas energias para coisas mais importantes. Não pense que tem que fazer tudo que normalmente fazia. Tente dormir mais a noite e planeje o seu dia para que possa descansar algum período.

Algumas vezes a atividade física como caminhadas pode lhe ajudar a combater o cansaço. Converse com seu medico. Conversar com outros pacientes ou em grupos de apoio também pode ajudar muito neste momento.

No caso de você estar empregado, saiba que tem direito pela legislação brasileira de afastar-se para o tratamento através do beneficio chamado auxilio doença, concedido pelo INSS (Instituto Nacional de Assistência Social), para pessoas empregadas e que tenham recolhido pelo menos 1 ano de recolhimento para a Previdência Social.

Como se trata os problemas com a pele?

Você notará que a pele na área do tratamento estará avermelhada e irritada, como se estivesse queimada pelo sol. Depois de algumas semanas sua pele estará ressecada por causa da radioterapia.

Contudo alguns tipos de radioterapia podem causar na pele uma reação úmida, principalmente nas pregas da pele. Quando isto ocorre a pele pode apresentar feridas. É muito importante que se isto estiver ocorrendo você comunique imediatamente seu médico.

Algumas dicas com a pele durante o tratamento:

• Evite irritar a pele durante o tratamento;

• Lavar com água morna e sabonete suave;

• Não use roupa apertada sobre a área;

• Não use compressas quentes ou frias sobre o local;

• Não use cremes, perfumes, loções ou ervas medicinais nesta área durante o tratamento;

• Evite a exposição ao sol.

Qualquer tipo de alteração na pele que não considerar como normal mostre imediatamente a seu médico.

O que posso fazer com a perda do cabelo?

A radioterapia pode causar a perda do cabelo ou também chamada de alopecia, porém isto só ocorre na área tratada pela radiação, o seu cabelo pode ou não voltar a crescer.

Você terá que tomar alguns cuidados com este fato, um deles e que a área sem cabelo é muito sensível e deve evitar a incidência do sol. Portanto se seu cabelo caiu durante a radioterapia você deverá usar um chapéu ao se expor ao sol para evitar queimaduras no couro cabeludo.

Como devo me alimentar durante a radioterapia?

Algumas vezes o tratamento de radioterapia pode causar transtornos alimentares como perda de apetite e alteração no paladar durante o tratamento radioterápico. Tente comer o suficiente para poder suportar o tratamento. Não é raro que perca 1 ou 2 kilos por semana durante o tratamento. Uma sugestão é controlar o seu peso uma vez por semana e avisar o seu médico.

Dicas de alimentação durante o tratamento da radioterapia:

• Coma quando sentir fome, mesmo que não seja hora da alimentação;

• Faça varias refeições em pequena quantidade durante o dia, ao invés de 3 refeições básicas;

• Tente alimentar-se em um ambiente agradável;

• Varie a dieta, inventando novas receitas, e tente alimentar-se junto a seus familiares e amigos;

• Mantenha sempre uma comida pronta por perto para quando sentir fome;

• Aumente o aporte de calorias, veja em dietas para aumentar o aporte calórico, durante o tratamento;

• Ingerir o máximo de quantidade de líquido possível, e deixe sempre próximo a você uma garrafinha de água para poder tomar de hora em hora ou quando estiver com sede.

A hormonioterapia baseia-se no uso de medicações dadas por via oral. Esses medicamentos não devem nunca ser esquecidos ou interrompidos sem ordem de seu médico. Outras formas de administrar a hormonioterapia é com o uso de medicações injetáveis pelas vias intramuscular ou subcutânea, uma vez por mês ou a critério de seu médico.

Os efeitos colaterais do uso desse tipo de medicação são mais frequentemente relacionados aos sintomas da menopausa. Qualquer efeito colateral comunique seu medico.

Palestra 2: Efeitos coleterais comuns na quimioterapia e dicas para seu manejo

Diferentes drogas podem causar efeitos colaterais, são previsíveis para determinadas classes de drogas, a experiência de cada pessoa com a quimioterapia é única. É sempre bom ter uma conversa com seu médico sobre os efeitos secundários específicos que podem ocorrer ou estão ocorrendo.

Feridas na boca e na garganta

A quimioterapia pode danificar as células que revestem a boca e garganta. As feridas (também conhecidas como mucosite) aparecem geralmente de cinco a 14 dias após o tratamento com quimioterapia e podem ser infecciosas. No entanto, elas costumam sarar completamente quando o tratamento é terminado. Uma dieta menos ácida e uma higiene bucal adequada podem propiciar mais conforto a esses efeitos.

Fadiga

Sensação persistente de cansaço ou exaustão. É o sintoma mais comum relatado pelos pacientes que recebem quimioterapia. Procure relaxar , descansar, poupar o corpo de esforços, lembre-se que agora ele está trabalhando para recuperar a sua saúde.

Diarréia

Certos medicamentos provocam a eliminação de resíduos moles ou líquidos. Um bom monitoramento sobre a alimentação pode prevenir e evitar que o paciente fique desidratado (condição quando o corpo não recebe a quantidade de líquidos que necessita) ou o desenvolvimento de outros problemas.

Lembre-se que a consulta com a nutricionista é primordial, ela te orientara a melhor dieta para amenizar estes sintomas.

Náuseas e Vômitos

A quimioterapia pode causar náuseas e vômitos, um risco que depende do tipo e dose de quimioterapia. Com os medicamentos adequados, esses efeitos podem ser evitados em quase todos os pacientes que normalmente são prescritos pelo seu médico.

Constipação

A quimioterapia, assim como outros medicamentos que utilizamos para tratar náuseas , vômitos, dor, depressão, diarréia, pressão arterial, diabetes e outros podem causar prisão de ventre.

Novamente reforço a consulta com a nutricionista., pois através de uma dieta balanceada, amenizará estes efeitos.

Dor

A quimioterapia pode causar dor, para algumas pessoas, incluindo feridas na boca, dores de cabeça, dor muscular, dor de estômago e lombalgias, e outras dores. Procure sempre comunicar o médico, pois ele te ajudará a amenizar estes sintomas.

Perda de apetite

As pessoas que recebem quimioterapia podem comer menos do que o habitual, não sentir fome, ou se sentir satisfeitas depois de comer apenas uma pequena quantidade. Uma contínua perda de apetite, ou a diminuição do paladar pode levar à perda de peso. Entretanto pode ficar mais complicado para o organismo se recuperar após a quimioterapia.

Perda de cabelo

Os pacientes que recebem a quimioterapia podem perder o cabelo por todo o corpo, gradualmente. O renascimento dos cabelos ocorre geralmente de 1 a 3 meses após início da terapia de manutenção ou após o fim da quimioterapia intensiva.

Efeitos colaterais a longo prazo

Muitos efeitos colaterais da quimioterapia desaparecem no final do tratamento. No entanto, podem persistir, retornar, ou surgirem mais tarde.

Concluindo, devemos ter sempre em mente que o tratamento é desafiador, porém nos promove a possibilidade de cura, controle e até uma qualidade melhor de vida em relação ao diagnóstico.

No dia que você for realizar a quimioterapia, procure tomar os medicamentos de uso contínuo, comunique qualquer alteração com o seu médico, pois ele te ajudará a amenizar os sintomas pós quimioterapia.

Palestra 3: Aspectos gerais do enfrentamento da doença e auto-estima durante o tratamento

A psicóloga Thatyane Aline Santana apresentou palestra explicando o impacto de receber um diagnóstico de câncer que geralmente traz ao paciente aspectos emocionais que merecem ser avaliados e estudados.

Um diagnóstico de câncer pode ser devastador num primeiro momento logo após o diagnóstico, bem como na expectativa de um prognóstico positivo. Ao longo do processo de adoecimento é possível identificar um conjunto de reações emocionais pelos quais passa o paciente.

Explicou aos participantes que as reações mais comuns são normais sentir e estão descritas abaixo:

• Choque e negação: ocorrem quando o paciente está doente e se recusa a aceitar o diagnóstico;

• Raiva: ocorre quando os pacientes se sentem frustrados, irritados ou com raiva pelo fato de estarem doentes, passando a descarregar esses sentimentos na equipe médica e familiares;

• Barganha: ocorre quando o paciente tenta negociar sua cura com a equipe médica, com os amigos e até com forças divinas, em troca de promessas e sacrifícios.

• Depressão: o paciente apresenta sinais típicos da depressão, como desesperança, retraimento, retardo psicomotor, enquanto reação aos efeitos que a doença opera sobre seu corpo ou como antecipação à possibilidade de perda real da própria vida.

• Aceitação: ocorre quando o paciente aceita a experiência de adoecimento. Cabe destacar que os estágios supracitados também podem ser vivenciados pelos familiares.

Importância do sintoma dor ser reconhecido pelos cuidadores

A dor deve ser considerada como um processo multidimensional, caracterizado como uma experiência subjetiva, mediada por fatores físicos, sociais, psicológicos e culturais, que requer a atenção integral de diferentes profissionais da saúde.

Importância da família

O grupo familiar desempenha papel preponderante durante o processo de adoecimento e suas reações contribuem para a reação do paciente. A família merece cuidado especial por parte da equipe multidisciplinar que se estende da comunicação do diagnóstico até o suporte no pós óbito.

Palestra 4: Importância dos cuidados no armazenamento dos medicamentos de uso domiciliar

A palestra da farmacêutica Vanessa Barbosa foi sobre como armazenar os medicamentos em casa, dando muitas dicas como:

• Proteger os medicamentos de altas temperaturas e não deixá-los expostos a janelas, em cima de fogões e dentro dos carros para que os mesmos não percam sua ação;

• Proteger da humidade, para não deixá-los próximos a pia, banheiros ou em cima de fogões;

• Para medicamentos que precisam de refrigeração nunca colocá-los próximos ao freezer e não deixá-los encostar na lateral da geladeira;

• Deixar os medicamentos longe do alcance de crianças e animais;

• Nunca descartá-los em lixo comum, e no caso de ter que descartá-los leve sempre para a farmácia que realizará o descarte adequado.

Palestra 5: Prevenção do câncer

Na palestra, foi discutido principalmente a prevenção de tumores de mama, intestino e colo do útero.

Foram dadas algumas dicas de exames que homens e mulheres podem fazer para detecção precoce de câncer, e desta forma as chances de controle da doença são muito maiores.

Exames recomendados

• A solicitação do exame de citologia oncótica de Papanicolau, em mulheres com atividade sexual a cada 2 anos para a prevenção e diagnostico precoce do Câncer do colo uterino, pois 99% desses tumores estão relacionados a infecção pelo vírus HPV Papiloma Vírus Humano, que pode ser tratado antes de se transformar em câncer.

Deve ser realizado em todas as mulheres após iniciar a atividade sexual, e ser repetido a cada ano ou no máximo a cada 2 anos. O exame é muito simples e colhido em postos de atendimento ginecológico, podendo ser colhido por um técnico.

• Mamografia, que deve ser solicitado para mulheres a partir de 35 anos e deve ser anual em mulheres com parentes de primeiro grau (mãe, irmãs e filhas) que tiveram câncer de mama e a cada 2 anos para as mulheres não tem parentes com a doença.

• Colonoscopia, que deve ser realizado a partir dos 50 anos. Devera ser anual para as pessoas que tem parentes de primeiro grau com câncer de intestino (principalmente com idade jovem) e a cada 5 anos para quem não tem parentes com a doença.

O exame do toque da próstata deve ser feito em homens a partir de 50 anos, ou em homens que apresentem alteração no jato urinário.

A dosagem do PSA também auxilia na pesquisa dos pacientes com potencial de desenvolvimento de câncer de próstata, pois valores altos este exame podem ser um sinal de alerta de câncer de próstata que geralmente é assintomático.

O câncer de pele que pode ser prevenido com o cuidado na exposição a radiação solar, lembrando sempre que a exposição ao sol a partir de 10 horas é muito nociva e o uso de filtro solar fator 30 diariamente previne a formação de lesões na pele que podem se transformar em câncer de pele.

Outros tumores não tem prevenção, exceto os tumores de pulmão onde 80% das pessoas que tem câncer de pulmão são fumantes, então o fato de não fumar, ou parar de fumar é um fator de prevenção do câncer de pulmão.

Palestra 6: Atividade física e bem estar

O exercício físico orientado é um grande aliado para pacientes com câncer.

Prevenção: redução do risco de câncer de mama e de cólon, próstata pulmão endométrio, estômago, fígado e rim.

Efeitos terapêuticos:

• Melhora a fadiga oncológica;

• Melhora a qualidade de vida;

• Auxilia o controle de peso que influencia a disponibilidade hormonal e na possível disseminação do câncer;

• Contrapõe o efeito da depleção hormonal sobre o sistema musculoesquelético;

A sensação de fadiga é experimentada por 72% a 95% de todos os pacientes oncológicos durante e após o tratamento com redução de força muscular e a dor

Dicas para manter a qualidade de vida

• Realização de atividades diárias, o que promove a satisfação do paciente com seus níveis de funcionalidade.

Estratégias

A atividade física, quando realizada de maneira regular, vem demonstrando ser um opositor aos efeitos deletérios do tratamento resultando em uma melhoria das capacidades cardioventilatória e funcional. Essas melhorias ocorrem não somente com intervenções após os tratamentos para o câncer, mas também durante os mesmos.

Recomendações

• Seja moderadamente ativo fisicamente;

• Realize uma caminhada acelerada por no mínimo 30 minutos todos os dias;

• A medida que seu condicionamento físico melhorar, procure exercitar-se moderadamente por 60 minutos ou mais ou por 30 minutos ou mais, de atividade física vigorosa todos os dias;

• Limite hábitos sedentários tais como assistir à televisão.

* A Dra. Silvia Regina Graziani, CRM 56925, é Medica Oncologista Clinica, com título de especialista em Cancerologia (1992). Residência Médica: Hospital do Câncer A. C. Camargo. Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Médica do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho – IAVC, São Paulo.

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