Artigo 70 - Aprovado novo remédio para câncer de próstata - Hoje São Paulo
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20/01/2016 - 10h44m

Artigo 70 - Aprovado novo remédio para câncer de próstata

Agência Hoje/Dra. Silvia Regina Graziani 

São Paulo - A partir de janeiro de 2016 a Agência Nacional de Saúde – ANS, que regulamenta a assistência dos planos de saúde aprovou o uso de mais um medicamento para o tratamento do câncer de próstata avançado.

O câncer de próstata é muito frequente e no Brasil e é o segundo tumor mais frequente em homens, sendo que a estimativa de novos casos em 2016 será de 61.200 casos novos, com perspectiva de 13.800 mortes pela doença (INCA – 2016).

O câncer da próstata geralmente se desenvolve na terceira idade e cerca de três quartos dos casos ocorre após os 65 anos, mas este fato tem mudado nos últimos anos graças ao avanço no diagnóstico precoce e a qualidade dos sistemas de informação.

Mas mesmo com estas características animadoras de que o câncer de próstata tem evolução lenta e bom prognóstico, alguns tumores apresentam comportamento agressivo e além de crescerem rapidamente, desenvolvem metástases, geralmente nos ossos e o prognostico é mais reservado.

O tratamento sempre envolve vários profissionais especialistas médicos como os urologista, radioterapeuta e oncologista clinico.

Geralmente esses profissionais atuam em conjunto na decisão do melhor tratamento, pois depende da avaliação deles para a melhor proposta terapêutica quando se faz o diagnóstico deste tipo de câncer.

Na maioria das vezes o câncer de próstata é diagnosticado em fase inicial, porém em 5% a 12% dos casos o diagnóstico se dá na doença metastática.

O câncer de próstata tem evolução lenta e alguns pacientes evoluem com aumento progressivo dos níveis de PSA e esta situação é denominada pelos médicos de “Recidiva Bioquímica”.

A Recidiva Bioquímica é a situação em que ocorre o aumento do PSA, sem a manifestação da doença metastática.

Esta situação em muitos casos perdura por anos e é tratada com medicamento que faz bloqueio do hormônio testosterona.

O hormônio testosterona tem uma ação estimuladora nas células da próstata benignas e malignas, levando a divisão celular.

A supressão da testosterona foi o primeiro tratamento descrito para o câncer de próstata, nos anos 1941. Este procedimento é chamado de castração e essa supressão pode ser feita de várias formas:

- Remoção cirúrgica dos testículos

- Uso de medicamentos que bloqueiam a produção de testosterona (Goserelina, Leuprorrelina, Triptorrelina e outros)

Essas são basicamente as etapas do tratamento, mas quando a doença se torna metastática, ou seja, quando a célula tumoral cai na circulação sanguínea e se instala em outros locais, como ossos (mais frequentemente), fígado, linfonodos e pulmão, o tratamento tem que ser modificado.

Nesta fase se considera que a doença é resistente ao bloqueio hormonal e a indicação é o uso de quimioterapia, porém, nesta fase da doença ainda há células dependentes de testosterona e que vão continuar crescendo se não for bloqueado a produção de testosterona.

Baseado nessas informações cientistas sintetizaram dois novos medicamentos que tem ação muito semelhante: a Abiraterona, que age inibindo a formação do hormônio testosterona pelas glândulas supra renal e tecido subcutâneo, e a Enzalutamida que age no receptor de testosterona da célula tumoral, impedindo a ligação da testosterona e desta forma a célula não se duplica.

Em 08/12/2015 a ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a comercialização da Enzalutamida no Brasil com o nome comercial XTAND® e com indicação em pacientes com doença metastática resistente a castração e após o uso de quimioterapia.

Estudos promissores mostraram também atividade antes da quimioterapia, porém, esta indicação ainda não está autorizada no Brasil.

Esse medicamento foi aprovado nos Estados Unidos pelo FDA (Food Drug Administration) desde 2012 e na Europa desde 2013.

É administrado por via oral e os estudos mostram se tratar de uma droga bem tolerada, com efeitos adversos em menos de 5% dos pacientes nos estudos clínicos e geralmente associados à fraqueza muscular, tontura, insônia, inchaço nas pernas vermelhidão na pele e outros.

Os estudos são muito promissores para pacientes com doença metastática e o medicamento já está disponível para uso na Saúde Suplementar.

Mas o melhor mesmo é a prevenção. Quanto antes o câncer for diagnosticado, maiores as chances de não precisar utilizar nenhum desses medicamentos e ter maiores chances de controlar a doença.

Hoje a recomendação para a prevenção e diagnóstico precoce de câncer de próstata é procurar um médico urologista para se fazer o exame de toque retal e a dosagem de PSA a partir dos 45 anos, exceto se tiver um parente próximo com câncer de próstata (pai ou irmão), daí a prevenção deve ser iniciada aos 40 anos.

Dicas de dieta para prevenção do câncer de próstata

Aqui será descrito alguns alimentos que podem influenciar no desenvolvimento do câncer de próstata

Alimento: leite.

A favor: fonte de vitamina D que auxilia o sistema imunológico a combater doenças. Consumir até 500 ml/dia.

Contra: consumo em excesso, mais de 500 ml/dia pode levar ao desenvolvimento do câncer de próstata e mama.

Alimento: cebola e alho.

A favor: contém compostos antioxidantes. Consumir ½ cebola ou 2 dentes de alho ao dia.

Contra: não há.

Alimento: tomate.

A favor: rico em Licopeno, que é um antioxidante e pode reduzir em até 33% as chances de desenvolver Câncer de Próstata Consumir tomate cozido como molho e catchup.

Contra: não há.

Alimento: soja.

A favor: contém isoflavona que leva as células tumorais a destruição.

Contra: não há.

Alimento: nozes, amêndoas, avelã e amendoim.

A favor: são ricos em Selênio que é um mineral com ação antioxidante e Vitamina E que estimula o sistema imunológico. Consumir 2 nozes ao dia.

Contra: são muito calóricas quando consumidas em excesso.

Alimento: vegetais verde-escuro: brócolis, couve-flor e espinafre.

A favor: alimentos ricos em ácido fólico, que combatem radicais livres. Consumir pelo menos um deles ao dia.

Contra: não há.

Alimento: chá verde

A favor: contém Catequina que parece inibir o crescimento de células tumorais e inibe a produção de testosterona. Consumir 5 xicaras ao dia.

Contra: não há.

Fonte: informação no site minha vida Saúde

Autoria do nutrólogo Roberto Navarro

Fontes pesquisadas

www.inca.org.br

www.oncoguia.org.br

www.minhavida.com.br

www.onconews.com.br

www.bulaweb.com.br

* A Dra. Silvia Regina Graziani, CRM 56925, é Medica Oncologista Clinica, com título de especialista em Cancerologia (1992). Residência Médica: Hospital do Câncer A. C. Camargo. Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Médica do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho – IAVC, São Paulo.

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