São Paulo - A imunossupressão ou queda da imunidade é uma situação comum no tratamento quimioterápico, ocorrendo em média após 10 a 15 dias após a quimioterapia.
Este fato se deve ao efeito da quimioterapia nas células da medula óssea, que são precursoras das células de defesa do organismo, denominadas de leucócitos.
A eficácia da quimioterapia é limitada pois a imunossupressão limita a dose a ser administrada e leva ao adiamento da administração dos ciclos subsequentes.
Um medicamento que minimiza este efeito e estimula a medula óssea a produzir células jovens são os fatores estimuladores de colônias de granulócitos (G-CSF) que previne a queda doas células de defesa no tratamento da quimioterapia.
O medicamento usado há mais tempo é a Filgrastina e esta é usada em média de 5 a 14 dias, conforme o esquema de quimioterapia.
Um novo medicamento foi lançado para esta finalidade de tratamento e que tem o diferencial de ser em dose única, um dia após a quimioterapia.
Se trata da Lipegfilgrastim, que tem mecanismo de ação prolongada, sendo indicado uma única injeção, um dia após a quimioterapia. (Lonquex®- Teva).
Durante esta fase o paciente fica muito vulnerável a infecção secundária e algumas medidas devem ser tomadas pela equipe médica e orientações especiais a familiares e cuidadores.
Dentre as medidas a serem adotadas pelos pacientes e familiares estão a manutenção de hábitos de higiene, uma vez que o maior problema é a susceptibilidade a infecções sendo um dos principias focos as infecções adquiridas por alimentos contaminados.
As doenças causadas por alimentos são muito comuns. Bactérias e outros micróbios que causam doenças podem estar presentes nos alimentos consumidos. A maior parte desses microrganismos ocorre em níveis muito baixos para serem um risco para uma pessoa saudável, porém durante o seu tratamento pode acontecer de suas células do sistema imunológico ficarem baixas devido à ação da quimioterapia.
Manipulados ou crus são os tipos de alimentos que podem conter mais toxinas.
Dicas de Segurança no preparo dos alimentos
- Cozinhe a carne totalmente, não devendo aparecer partes rosadas;
- Descongele carnes, peixes ou aves na geladeira ou micro-ondas e use a comida congelada imediatamente, nunca recongele;
- Não deixe alimentos perecíveis fora da geladeira mais de 2 horas;
- Preparações com ovos, cremes ou à base de maionese não devem permanecer fora da geladeira por mais de 1 hora;
- Para o congelamento, divida as quantidades de alimentos em porções pequenas, acondicionando-as em potes rasos para serem mais rapidamente resfriadas na geladeira. Use a geladeira para alimentos a ser consumidos apenas em 2 ou 3 dias, o restante deve ser congelado;
- Lave frutas e vegetais completamente, em água corrente, antes de descascar ou cortar. Retire as áreas machucadas;
- Lave a embalagem de alimentos antes de abri-los;
- Nunca utilize o mesmo utensílio de preparação dos alimentos para fazer provas;
- Nunca prove alimentos com cheiro estranho;
- Cozinhe os ovos até a clara estar completamente dura e a gema espessa;
- Checar sempre a data de fabricação e validade dos produtos, principalmente carne fresca, peixes e aves;
- Verificar o cheiro dos alimentos, presença de insetos, embalagens danificadas e estufadas;
- Selecione vegetais e frutas totalmente inteiros;
- Evite salgadinhos e sobremesas não refrigeradas;
- Estoque os alimentos o mais rápido possível.
Evite
- Carnes cruas, defumadas, frutos do mar crus;
- Ovos crus ou alimentos que utilizam ovos malpassados;
- Produtos não pasteurizados como iogurtes, queijos, mel, leite e derivados;
- Uso de maionese ou cremes fora da geladeira;
- Água que não seja necessariamente filtrada.
Dicas de Dieta para a fase da quimioterapia durante a imunossupressão
Fontes pesquisadas
Journal of Oncology Pratice 2015; 11(6): 511-3.
National Cancer Comprehensive Network – 2015.
* A Dra. Silvia Regina Graziani, CRM 56925, é Medica Oncologista Clinica, com título de especialista em Cancerologia (1992). Residência Médica: Hospital do Câncer A. C. Camargo. Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Médica do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho – IAVC, São Paulo.