São Paulo - No dia 23 de julho, foi lançado um novo medicamento para combater o Melanoma Maligno em São Paulo.
O Melanoma Maligno é um tipo de tumor de pele muito agressivo, mas desde que se faça prevenção e que seja detectado na fase inicial da doença, 80% dos Melanomas são tratados e curados com a cirurgia.
O restante que representa 20% dos Melanomas, vão precisar de tratamento complementar de quimioterapia.
Sabemos que esses tumores respondem mal a quimioterapia, porém os avanços no entendimento da imunologia e da genética dos tumores, hoje alguns tipos de Melanoma são tratados com as terapias alvo.
Alguns tipos de Melanoma, principalmente em pacientes jovens e em Melanomas que ocorrem na pele em áreas expostas ao sol, apresentam uma mutação em um gene que se chama oncogene BRAF.
O oncogene BRAF quando mutado leva a célula tumoral a não para de se dividir.
Os Melanomas que apresentam mutação nesse gene BRAF, se beneficiam do tratamento combinado com Vemorafenibe (Zelboraf®) associado ao Cobimetinibe (Cotellic®) ambos da Roche Produtos Farmacêuticos, que foi lançado no sábado em São Paulo.
Esse tratamento bloqueia dois genes que são responsáveis pela divisão celular e formação do Melanoma Maligno, o Vemorafenibe inibe o oncogene BRAF e o Cobimetinibe o oncogene MET.
Este tratamento é revolucionário na oncologia e abre novas perspectivas para tratamento direcionados a tumores, poupando cada vez mais as células normais da toxicidade da quimioterapia e aumentando de forma significativa as chances de controlar a doença.
Os estudos mostraram que as associações desses dois medicamentos para o tratamento do Melanoma Maligno levam a 42% de chance de redução do risco de progressão da doença e de morte, com efeitos colaterais bem tolerados pelos pacientes envolvidos nos estudos, quando comparados ao tratamento de quimioterapia.
Mas a melhor maneira de abordar o Melanoma Maligno ainda é através da prevenção, que pode ser feita com consultas periódicas ao dermatologista para a realização de exames específicos chamados de Dermatoscopia.
A Dermatoscopia é a visualização da pele através de lente para avaliar o potencial de malignidade da lesão.
Hoje há um recurso de Dermatoscopia Digital, onde a lente é acoplada a um programa de computador e este analisa a evolução da lesão e o potencial de malignidade, para que o médico possa intervir e remover a lesão.
Foto de Melanoma Maligno detectado por dermatoscopia
A tabela abaixo compara lesões de pele sugestiva de Melanoma, com lesões que são benignas, conhecida como Nevos:
É chamado de ABCD do Melnoma, sendo:
A - Assimetria
B - Bordas
C - Coloração
D - Diâmetro
O tratamento do Melanoma Maligno inicial é a cirurgia, feita por um médico treinado em tratar Melanoma, pois há detalhes técnicos que devem ser respeitados para não atrapalhar a conduta oncológica.
Fontes pesquisadas
- J Clin Oncol 2015, 33(supplement) abstract 9006
* A Dra. Silvia Regina Graziani, CRM 56925, é Medica Oncologista Clinica, com título de especialista em Cancerologia (1992). Residência Médica: Hospital do Câncer A. C. Camargo. Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Médica do Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho – IAVC, São Paulo.