Bancários não conseguem reajuste de 12% e entram em greve; bancos oferecem 6,1% - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 18/04/2024
 
19/09/2013 - 09h36m

Bancários não conseguem reajuste de 12% e entram em greve; bancos oferecem 6,1%

Agência Brasil/Stênio Ribeiro 
Agência Brasil/Arquivo/Tânia Rêgo
Sem perspectivas de acordo, bancários fazem greve em todo país, repetindo o que aconteceu também em 2012
Sem perspectivas de acordo, bancários fazem greve em todo país, repetindo o que aconteceu também em 2012
  • Sindicato dos Bancários de São Paulo anunciou greve na quarta-feira, dia 18
  • Principais bandeiras defendidas pelos bancários

Brasília – Bancários de todo o país ratificaram, em assembleias nessa quarta-feira (18) à noite, decisão tomada no último dia 12, de paralisação por tempo indeterminado a partir de hoje (19), informou o coordenador do Comando Nacional dos Bancários e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Carlos Cordeiro.

Ele disse que a categoria pede reajuste salarial de 11,93%, que corresponde à inflação dos últimos 12 meses mais ganho real de 5%, além de melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e elevação do piso salarial - dos atuais R$ 1.519,00 para R$ 2.860,21. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu reajuste linear de 6,1%, que é a correção da inflação.

Segundo Cordeiro, bancários de todos os estados decidiram, na semana passada, pela paralisação, caso os banqueiros não apresentassem até ontem contraproposta com melhores condições. Como a negociação não evoluiu, a categoria promoveu novas assembleias para decidir sobre a greve.

"Tivemos quatro rodadas de negociação, mas a Fenaban nada ofereceu de aumento real, nem valorizou o piso salarial, o que causou indignação e levou à greve. O Brasil está crescendo, os bancos continuam batendo lucros recordes e, por isso, têm obrigação de apresentar uma proposta com conquistas econômicas e sociais como forma de respeito e valorização dos bancários", ressaltou o dirigente sindical.

BANCÁRIOS AVISAM QUE SEM AUMENTO REAL NÃO TEM ACORDO

São Paulo (Agência Hoje) O Sindicato ds Bancários de São Paulo divulgou nota nesta quinta-feira, 19, informando que sem aumento real de salário, piso e PLR maiores, a categoria não aceitará qualquer tipo de acordo com os bancos. A proposta dos funcionários é de um aumento de 11,93%, enquanto os bancos oferecem 6,1%.

A presidente do Sindicato em São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, declarou que a greve está sendo organizada simultaneamente em 2.835 agências na base de São Paulo e em 22.636 no Brasil. A paralisação começou nesta quinta-feira, 19, em todo país. Os grevistas acusam os seis principais bancos de mesmo tendo apresentado lucro líquido de R$ 30 bilhões no primeiro semestre de 2013, não valorizam os funcionários.

Veja o que diz o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região:

"Os números dos balanços das seis maiores bancos brasileiros (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC) deixam evidente que os trabalhadores são os principais responsáveis pelos resultados do setor. E para conseguir sua parte, vão para greve a partir de 19 de setembro e só saem com aumento real nos salários e verbas, piso e PLR maiores.

"Sozinhos, os seis lucraram quase R$ 30 bilhões somente nos seis primeiros meses de 2013. Comparado com o mesmo período de 2012, o lucro por trabalhador subiu 19,4%, cada bancário ampliou em 13,6% a receita com tarifas e em 19,8% a carteira de crédito.

"Os bancos não só podem atender às reivindicações de remuneração, mas também estão economizando às custas da categoria. Um exemplo é a distribuição do valor adicionado (DVA, que são todas as receitas dos bancos, já subtraídas as despesas). É como se fosse o PIB das instituições financeiras, que é distribuído entre acionistas (dividendos), governo (impostos) e trabalhadores (remuneração, vales, FGTS etc.).

"Se antes os bancários ficavam com 50,1% do DVA (entre 1999 a 2005), essa média caiu para 37,1% entre 2006 e 2012. Por outro lado os acionistas estão ficando com mais: a média era 25,9% (1999 a 2005), e passou para 39,6% (2006 e 2012). A parcela do governo manteve-se estável (24% e 23,4%, nos mesmos períodos). Isso significa que os bancários trabalham para os acionistas ganharem mais.

"E tem mais: só com o que arrecadam com prestação de serviços e tarifas, os bancos cobrem toda a folha de pessoal e ainda sobra. No Itaú, essa relação é de 170%, no Santander é de 156% e no Bradesco, 150%.

"Apesar dos números, os bancos deram uma mostra de desrespeito e descaso com seus funcionários ao apresentar o que chamaram de “proposta final”: 6,1%, sem aumento real para os salários. O mesmo reajuste foi proposto para vales, auxílios, piso e PLR, que permaneceria no modelo atual.

“Na mesa já avisamos: não aceitamos esse índice sem aumento real”, relata a presidente do Sindicato, Juvandia Moreira".

 

Hoje São Paulo

© 2024 - Hoje São Paulo - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por ConsulteWare e Rogério Carneiro