Brasileiro assume OMC e monta equipe de trabalho multinacional - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
08/09/2013 - 19h41m

Brasileiro assume OMC e monta equipe de trabalho multinacional

Agência Brasil/Renata Giraldi 
Agência Brasil/Arquivo/Antônio Cruz
Roberto Carvalho de Azevêdo assume direção geral da OMC
Roberto Carvalho de Azevêdo assume direção geral da OMC

Brasília – Ao assumir a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Cavalho de Azevêdo, escolheu uma equipe de distintas nacionalidades: portuguesa, australiana, francesa, sul-coreana e brasileira, entre outras. Os principais desafios da equipe são relançar a liberalização do comércio mundial e reavivar os pactos multilaterais de comércio.

O chefe de gabinete de Azevêdo será o ex-embaixador da Austrália na OMC Tim Yeend, assim como fazem parte da equipe Graça Andresen Guimarães, representante permanente de Portugal nas Nações Unidas em Genebra, a sul-coreana Jung Ae-gyoung, jurista na OMC, e a brasileira Tatiana Prazeres, ex-secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Na área jurídica, Azevêdo manteve o francês Yves Renouf. O gabinete dele terá ainda o apoio de Jenifer Mutano, da divisão de acesso ao mercado da OMC, Isabel Ribeiro, da área de recursos humanos da entidade, além de Tilde Baptista-Kreyenbuhl, Napoleon Sacramento, Saskia Shuster e Fernando Perenzin, que também trabalham no órgão.

ROBERTO CARVALHO DE AZEVÊDO SUBSTITUI PASCAL LAMY

Brasília (Agência Hoje/Renata Giraldi) – A cerimônia de posse do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Cavalho de Azevêdo, ocorre nesta segunda-feira (9), em Genebra, na Suíça, embora ele tenha assumido o cargo há uma semana em substituição ao francês Pascal Lamy.

O embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, de 55 anos, é o primeiro latino-americano a assumir a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Disputada até o último minuto, a eleição envolveu uma longa negociação que vem desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O brasileiro contou com o apoio do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), além dos países de língua portuguesa e várias nações na América Latina, na Ásia e na África.

Diplomata de carreira e representante permanente do Brasil na OMC desde 2008, o embaixador está diretamente envolvido em assuntos econômicos e comerciais há mais de 20 anos. Ele foi chefe do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, de 2005 a 2006, e liderou a delegação brasileira nas negociações da Rodada Doha da OMC, sobre liberalização de mercados.

Na eleição da OMC, cada um dos 159 países que integram o órgão votou no nome de sua preferência. Para vencer, era preciso ter um mínimo de 80 votos e obter o consenso entre as nações. A escolha é feita em três etapas. Nessa eleição, houve, inicialmente, nove candidatos. Na última fase, ficaram apenas dois na disputa.

O processo de eleição para a OMC começou no final de março, com nove candidatos. No final de abril, a OMC comunicou que tinham passado à fase final apenas os candidatos do Brasil e do México. A presidenta Dilma Rousseff e o presidente do México, Enrique Peña Nieto, participaram diretamente das negociações, dando telefonemas e conversando com os líderes mundiais.

SEDE DA OMC TERÁ SALA COM NOME DO BRASIL

Brasília (Agência Brasil/Renata Giraldi) – A nova etapa da Organização Mundial do Comércio (OMC) marca também a reinauguração da Sala Brasil na sede da entidade. Apenas alguns países têm uma sala com seu nome. A sala é mobiliada com réplicas dos móveis originais, da década de 1950, e os custos foram arcados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em 1957, a Sala Brasil foi organizada pela CNI e outras entidades empresariais, mas ficou desativada nos últimos anos.

No período de 1919 a 1975, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ocupou o edifício Centro William Rappard, atual sede da OMC. Para o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, a Sala Brasil representa a presença do país na história das organizações multilaterais de Genebra — como membro fundador da OIT, em 1919, como signatário original do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês, lançado em 1947), e como membro fundador da OMC, em 1995.

Para a diplomacia, a existência da Sala Brasil na OMC é uma demonstração da importância do país nas negociações multilaterais e da relevância na economia mundial. Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou a economia brasileira, classificando-a como promissora.

Azevêdo disse, em várias ocasiões, que sua vitória representa o crescimento da participação da América Latina no comércio internacional e nas negociações multilaterais. Ele acrescentou que sua preocupação está na “paralisia” da OMC. Ele se referiu indiretamente à estagnação da Rodada Doha.

“[A América Latina] é uma região cada vez mais influente no comércio mundial, que é uma região cada vez mais ativa nas negociações, e acredito que [a nomeação] é uma consequência natural desta crescente participação no comércio e nas negociações”, disse ele. “Não se trata do que o sistema [multilateral de comércio] tem dado à América Latina, mas sim o que a América Latina tem dado ao sistema”, explicou Azevêdo.

Para o novo diretor-geral, é urgente o esforço para avançar na OMC. “A única maneira de olhar o futuro será sentar à mesa, juntos, com o objetivo de encontrar soluções e avançar”, destacou o embaixador brasileiro, referindo-se à Rodada Doha - cujas negociações começaram no início dos anos 2000. O objetivo das negociações é construir um amplo acordo de liberalização do comércio, mas elas não apresentam resultado há cerca de dez anos.

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