Brasília vive dia sem incidentes graves entre manifestantes pró e contra Governo de Dilma - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 19/04/2024
 
16/04/2016 - 22h15m

Brasília vive dia sem incidentes graves entre manifestantes pró e contra Governo de Dilma

Agência Brasil/Daniel Lima e Marieta Cezarré 

Brasília - Na véspera da votação da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, as manifestações na capital federal ocorreram sem incidentes. Ao longo do dia, grupos favoráveis e contrários ao afastamento da presidente foram à Esplanada dos Ministérios.

No lado sul da Esplanada, cerca de 30 pessoas a favor do impeachment, segundo estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal e dos organizadores, acompanhavam um trio elétrico por volta das 17h deste sábado (16). Um dos manifestantes era o porta-voz do grupo Avança Brasil Maçons-BR, o engenheiro Nilton Caccaos, disse que a expectativa não era ter uma grande movimentação neste sábado.

“Agora, é só um ensaio, um aquecimento para amanhã, quando esperamos, junto com os outros movimentos, cerca de 400 mil pessoas aqui na Esplanada dos Ministérios”, disse. Segundo Caccaos, o movimento aguarda muitos manifestantes pró-impeachment vindo de outros estados. “Para o momento atual e por tudo o que a gente viu, a melhor solução seria a renúncia de Dilma. O Brasil já está vivendo uma tensão e uma pressão muito grande”, comentou.

Também presente à manifestação, a gerente de projetos Carla Zambelli, do Movimento Nas Ruas, disse que no domingo (17) o grupo acompanhará toda a votação. Se a Câmara aprovar o prosseguimento do processo de impeachment, haverá um grande show. “Se o nosso lado ganhar ficaremos aqui e faremos uma grande festa com um show”, afirmou Carla.

Segundo Carla, são esperadas de 30 mil a 40 mil pessoas contrárias ao governo neste domingo (17) na Esplanada. “O movimento é justo porque há crime de responsabilidade conforme a denúncia. Sim, isso está configurado. O Tribunal de Contas da União (TCU) também já reprovou as contas [de Dilma de 2014]”, declarou.

Em meio aos protestos, o lavador de carros Armando de Souza e companheira, Maria Soares de Souza, grávida de seis meses, aproveitavam o som do trio elétrico para dançarem. Eles não quiseram revelar de que lado estão. “Espero justiça, principalmente para os trabalhadores”, disse Maria.

A massoterapeuta aposentada, Sandra Maria Vilela, 63 anos, afirmou que falta ética em todas as instituições brasileiras. “Nosso país é riquíssimo, está faltando é boa gestão. Temos direito de exigir de quem votamos o melhor pelo nosso país. Quero não só Dilma fora, mas também Temer, Renan, Cunha e todos aqueles envolvidos em corrupção”, ressaltou.

Contra o Impeachment

Por volta de 19h30, segundo estimativa da Polícia Militar, um grupo com aproximadamente duas mil pessoas a favor da presidente Dilma Rousseff chegou ao lado norte da Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes contrários ao impeachment estão acampados no estacionamento do Estádio Nacional, a aproximadamente 2,5 quilômetros do Teatro Nacional, local definido pela Secretaria de Segurança Pública do DF como ponto de concentração do grupo.

De acordo com o secretário da juventude do PT nacional, João Paulo Farina, 26 anos, o objetivo da passeata é envolver o conjunto da juventude que está no acampamento e mostrar a diversidade das bandeiras que participam do ato. “Por isso a gente foi pra rua mostrar a nossa cara, [que é] indígena, dos negros, das mulheres e LGBT” afirmou. Um grupo de cerca de 20 indígenas puxava a manifestação.

Segundo Farina, se a presidente sair do governo, quem sairá perdendo é a juventude brasileira. “A gente acredita na vitória porque não existe alternativa ao projeto da Dilma. Nem o Temer, nem o Cunha. O que está posto para nós é o programa que foi eleito ano passado”, disse.

Também contrário ao impeachment, o professor da Universidade de Brasília Luis Carlos Galetti, 70 anos, afirmou que o Brasil vive um momento ímpar em sua história. “Vários movimentos vêm se unificando, construindo um movimento social e político em defesa da democracia, contra esse golpe em andamento engendrado por forças muito poderosas dos grandes grupos da mídia empresarial e da imprensa escrita, falada e radiofônica”, destacou.

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