Campanha faz críticas a atual política de drogas do governo - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
28/05/2015 - 15h45m

Campanha faz críticas a atual política de drogas do governo

Agência Brasil/Daniel Mello 
Divulgação
"Essa política de guerra às drogas, que gera muito mais violência do que ela pretende combater", diz Julita Lemgruber
"Essa política de guerra às drogas, que gera muito mais violência do que ela pretende combater", diz Julita Lemgruber

São Paulo - A campanha "Da proibição nasce o tráfico" promovida pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes, do Rio de Janeiro, terá os trabalhos expostos a partir desta quinta-feira (28) no saguão da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Com cartuns de renomados artistas, a mostra critica a atual política de drogas do governo. Os anúncios são veiculados em ônibus que circulam na capital paulista.

“A gente precisa provocar a curiosidade das pessoas para que elas busquem informação”, destaca a socióloga e coordenadora da campanha, Julita Lemgruber, ao explicar a opção do humor para tratar do tema.

A divulgação nos coletivos já foi feita durante um mês na capital fluminense. Os anúncios devem ficar pelo mesmo período expostos nos ônibus da cidade de São Paulo. Segundo Julita, a ideia surgiu após uma pesquisa feita com 2 mil pessoas na capital fluminense. “Nós chegamos a conclusão que havia uma grande falta de informação”, destacou a socióloga sobre os dados coletados.

O objetivo é que a partir das mensagens dos cartuns, o público busque entender melhor o tema. “A gente precisa provocar a curiosidade das pessoas para que elas busquem informação”, afirmou Julita Lemgruber. Para aprofundar as discussões, a campanha mantém uma página na internet.

As críticas abordam as mortes causadas pela proibição do consumo de drogas e os interesses comerciais ligados à repressão. “Essa política de guerra às drogas, que gera muito mais violência do que ela pretende combater, vitimiza negros pobres das periferias. Os jovens principalmente. A gente quer muito parcerias com organizações que representam o movimento negro no Brasil”, ressaltou a coordenadora da campanha.

A socióloga lembra que apesar de todos os esforços dessa política, o consumo de drogas não diminuiu. Julita acrescentou que tantos anos de combate às drogas praticamente não surtiram efeitos. "As drogas hoje são mais puras, acessíveis e baratas.”

A política de repressão, no entanto, é mantida, segundo Julita pelos interesses econômicos ligados ao combate às drogas. “Claro que há interesses enormes. O cartum do Laerte aponta nessa direção. Um homem discursando em cima de uma caixa registradora em que está escrito “guerra às drogas. É um mercado bilionário”.

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