Conheça as histórias dos nomes de avenidas famosas do bairro de Pinheiros - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
12/09/2014 - 10h40m

Conheça as histórias dos nomes de avenidas famosas do bairro de Pinheiros

Agência Hoje 
Reprodução
O bairro abriga ruas e avenidas famosas de São Paulo
O bairro abriga ruas e avenidas famosas de São Paulo
  • Rio Pinheiros antigamente
  • Fernão Dias, popularmente conhecido com "O caçador de esmeraldas"
  • Oscar Freire, importante médico brasileiro, nascido na Bahia
  • Rio Pinheiros

São Paulo (Agência Hoje/Gabriel Grunewald) – Para muitos historiadores Pinheiros é o bairro mais antigo de São Paulo. Estudiosos defendem que ele iniciou sua história no início do século XVI, porém a data de sua fundação é inexata, tal como a origem de seu nome.

Alguns defendem que essa designação é devido ao grande número de araucárias que existiam naquela região, enquanto outros argumentam que a denominação tem origem indígena, pois os índios chamavam aquela área próxima do rio de “Pi-iêrê, que significa “derramado” – uma alusão às águas do rio que transbordavam.

Pinheiros teve seu povoamento iniciado em meados do século XVI pelos tupis, que com a vinda dos portugueses, migraram para a margem do Rio Pinheiros. Os padres jesuítas percebendo a importância estratégica daquelas margens que eram propícias aos caminhos que levavam ao sul do país. Então fundaram a Igreja Nossa Senhora da Conceição e catequizaram o gentio local.

Apesar disso, a catequização durou muito pouco, pois em 1584 o bandeirante Fernão Dias herdou essa sesmaria e expulsou os jesuítas, uma vez que ele era contra a impossibilidade de escravizar os índios, e permitir que os jesuítas habitassem suas terras era um incomodo para suas aspirações expansionistas.

A antiga vila indígena se chamava então Aldeia dos Pinheiros. Sua topografia a isolava dos acontecimentos da vila paulistana. Entretanto, por ser um local onde ocorria o estreitamento do Rio Pinheiros, sua travessia era facilitada, e ela acabou tornando-se um trecho obrigatório de muitos caminhos bandeirantes.

Sua importância aumentou com a construção de uma ponte expandida que possibilitava mais facilmente a travessia do rio. Por esse motivo, algumas vilas foram criadas ao sul do rio e muitas expedições rumaram para o sul do país, buscando explorar nossas terras e nosso gentio.

Já no início do século XVII, este caminho era um dos mais importantes da vila de São Paulo, pois era o único acesso à aldeia e às terras ao sul. Ele era conhecido como o Caminho de Pinheiros, e passava pelo Butantã, Largo de Pinheiros, Rua Cardeal Arcoverde e Rua da Consolação.

No século XVIII, novas pontes foram criadas. Todavia o aumento populacional foi pequeno, já que aquele era um destino de viajantes que apenas queriam um lugar simples para descansar. Os índios que aqui habitaram já haviam praticamente sumido, e os que restaram se embrenharam nos sertões.

Às portas do século XX, o futuro bairro era composto por no máximo 200 casas, algumas estalagens e uma economia baseada em agricultura.

Esse quadro só seria mudado com o crescimento da cidade de São Paulo. A necessidade de fazer muitas obras que revitalizaram o local ajudou com para que se tornasse o que é hoje. Houve melhoria das casas, expansão de estradas, linhas de bonde foram entregues, drenagem de parte do rio Pinheiros, construção do Cemitério do Araçá, da Faculdade de Medicina e do Mercado de Pinheiros.

Essas e algumas outras obras e mudanças em toda São Paulo ocasionaram alterações drásticas na cara de região, que a partir daí deixava de ser um afastado bairro e rota de viagens e passaria a ser um dos pontos mais importantes da cidade.

Pinheiros: Um pouco de suas ruas

Escolhemos contar a história de 15 ruas que sintetizam um pouco do processo de desenvolvimento do Bairro de Pinheiros. Pelos seus logradouros conseguimos atravessar ao passado e ver um bairro de origem indígena, que foi durante a maior parte de sua vida uma área de travessia de bandeirantes, e que no século XX atingiu sua maturidade vivendo seu período de maior prosperidade.

Rua Butantã

Butantã é um termo da língua geral paulista que significa “terra duríssima”, através da junção de yby (terra, chão) e atã-atã (duríssimo).

Rua dos Coropés

Coropés foi um grupo indígena que habitava a região do Rio Pomba, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A partir do século XVIII, o avanço português sobre seus territórios determinou sua extinção, decorrente da miscigenação forçada com os colonizadores.

Rua dos Cariris

Cariri é o nome dado à principal família lingüística indígena do sertão do Nordeste brasileiro. Vários grupos e etnias são referidos como pertencentes ou relacionados à cariri. A região de influência dessa língua localizava-se em maior medida nas margens sul do Rio São Francisco, abrangendo os estados da Paraíba, Pernambuco e Ceará.

Rua Iguatemi

Palavra de origem tupi que significa “rio ondulante”, certamente em decorrência das caudalosas águas do Rio Pinheiros que passavam pela região.

Rua Fernão Dias

Fernão Dias Pais Leme é o bandeirante a qual a sesmaria de Pinheiros foi doada. Ele é um dos mais notórios exploradores paulistanos e ficou popularmente conhecido como “o caçador de esmeraldas”. Durante sua vida, ele e sua comitiva percorreram o Brasil do Sul ao Nordeste, diversas vezes. Aprofundou-se em bandeiras que buscavam lucros provenientes da escravização indígena e das descobertas de pedras preciosas.

Avenida Pedroso de Morais

João Pedroso de Morais foi um bandeirante conhecido como o “terror dos índios” pelos seus indômitos métodos utilizados em suas bandeiras. Desbravou muitas terras no sul do país ao lado de Fernão Dias, chegando a explorar regiões hoje localizadas na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

Rua Fradique Coutinho

Fradique de Melo Coutinho foi um bandeirante do século XVII. Em 1628 participou das expedições comandadas por Raposo Tavares para a conquista da aldeia indígena de Guaíra, região onde atualmente está localizada uma cidade no Estado do Paraná.

Rua Cunha Gago

Os Cunha Gago foram uma família de intrépidos bandeirantes. Entre sua genealogia se encontram personagens que exploraram os sertões brasileiros em seus primórdios, por volta de 1680; desbravando em busca de pedras preciosas e terras que hoje se encontram nas regiões centro-sul de Minas Gerais e a Leste do Paraná.

Rua Cardeal Arcoverde

Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti nasceu em Cimbres (Portugal) em 1850. Foi reitor do Seminário de Olinda, décimo bispo de Goias e São Paulo; e segundo arcebispo na arquidiocese do Rio de Janeiro. Falaceu aos 80 anos como arcebispo do Rio de Janeiro e foi sepultado na catedral daquela cidade.

Rua Francisco Leitão

Francisco Leitão Ferreira nasceu em Lisboa no ano de 1667 e foi poeta e historiador. Tornou-se prior na Igreja de Loreto e fez parte Academia Real de História Portuguesa. Suas principais obras são: Nova arte e conceitos, Catálogo Cronológico-Crítico dos bispos de Coimbra, Notícias Cronológicas da Universidade de Coimbra. Morreu em 1735.

Avenida Rebouças

André Rebouças foi um notável engenheiro, inventor e abolicionista brasileiro. Nasceu no início do século de XIX e era filho de escrava alforriada e de alfaiate português. Formou-se em engenharia e aproveitou-se de muito prestígio ao solucionar o problema de abastecimento de água da cidade do Rio de Janeiro. Junto com outras personalidades foi uma das principais vozes em prol da abolição da escravatura.

Rua Oscar Freire

Oscar Freire de Carvalho foi um importante médico brasileiro, nascido na Bahia e discípulo de Nina Rodrigues. Foi convidado para vir a São Paulo em 1913, para reger a cátedra de Medicina Legal na recém inaugurada Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo.

Rua Artur de Azevedo

Artur Nabantino Gonçalves de Azevedo nasceu em São Luís no ano de 1855. Foi dramaturgo, poeta, contista, jornalista brasileiro e um dos principais incentivadores na construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Artur de Azevedo era irmão mais velho de Aloísio de Azevedo, autor de “O cortiço” e “O Mulato”. Morreu em 1908, no Rio de Janeiro.

Avenida Faria Lima

José Vicente Faria Lima nasceu em 7 de outubro no Rio de Janeiro em 1909, foi um militar e político brasileiro. Em 1965 chegou a ser prefeito de São Paulo, alargando e duplicando importantes avenidas e fazendo importantes obras para a melhoria do transito na cidade. Morreu em 4 de Setembro de 1969.

Rua Lacerda Franco

Antonio Lacerda Franco nasceu em Itatiba no ano de 1853, foi um político brasileiro filho do Barão de Araras. Foi Senador de 1924 a 1930, sagrando-se como um ferrenho defensor das idéias republicanas. Fundou em Sorocaba, no ano de 1917, a fábrica têxtil Votarantim, a qual faliu e foi vendida para seu genro, José Ermírio de Morais. Morreu em São Paulo em 1936.

Atualizado às 19h00*

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