Brasília (Agência Hoje) Demóstenes Torres (sem partido) não é mais senador pelo Estado de Goiás. Seu mandato foi cassado em votação realizada hoje (11) à tarde. Foram 56 votos a favor da cassação, 19 contra e 5 abstenções. Coube ao presidente do Senado, José Sarney, anunciar o resultado da votação que teve a participação de 80 senadores.
Conforme o rito anunciado no início dos trabalhos, o presidente do Senado, José Sarney, abriu o processo de votação relativo ao projeto de resolução que pede a cassação do senador Demóstenes Torres. A partir do início da votação, cada parlamentar digitou em um teclado situado diante de sua cadeira a sua decisão, se vota a favor, contra ou se abstém-se de votar.
As somas desses votos, sem a identificação dos votantes, apareceram nos painéis situados no plenário. E José Sarney anunciaou os resultados. Demóstenes Torres aguardou o resultado da votação ao lado de seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, sentado numa das primeiras fileiras do plenário.
DEMÓSTENES FICA INELEGÍVEL ATÉ FEVEREIRO DE 2027
Por 56 votos a favor, 19 contra e 5 abstenções, o plenário do Senado decidiu pela cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar.
Ele foi considerado culpado da acusação de envolvimento com o esquema de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, atualmente preso na penitenciária da Papuda. Relatórios da Polícia Federal apontam Cachoeira como chefe de um esquema de corrupção, tráfico de influência e jogos ilegais.
Com a decisão do Senado, Demóstenes Torres ficará inelegível por oito anos contados a partir do fim do mandato (fevereiro de 2019). Assim, só poderá concorrer a um cargo político a partir das eleições de 2028.
O resultado foi anunciado pelo Senador José Sarney, 4 minutos após iniciada a votação do projeto de resolução (PRS 22/2012) que determinou a cassação do mandato do parlamentar goiano.
Na sessão, que começou por volta de 10h, o autor da representação contra o parlamentar, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP); e os relatores do processo no Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE) e na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Pedro Taques (PDT-MT), reiteraram os argumentos pela cassação.
Também usaram a tribuna 5 senadores que condenaram o uso das prerrogativas parlamentares indevidamente e a impunidade e defenderam o fim do voto secreto em processos de cassação de mandato.
Como os líderes partidários decidiram, no início da sessão, aumentar o tempo de manifestação da defesa e da acusação, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro (Kakai) e Demóstenes Torres dividiram o tempo assegurado à defesa, mantendo o argumento usado pelo senador no Conselho de Ética, na CCJ e no plenário, nos últimos dias, de que o processo se baseia em escutas ilegais.
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