Dificuldades do Grupo Rede podem afetar energia em Bragança - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
28/03/2012 - 23h44m

Dificuldades do Grupo Rede podem afetar energia em Bragança

Agência Hoje/Agência Brasil/Sabrina Craide 
Eletrobras/Divulgação
Distribuição de energia elétrica em Bragança atende 15 municípios
Distribuição de energia elétrica em Bragança atende 15 municípios

As dificuldades financeiras do Grupo Rede, detentor do controle acionário das Centrais Elétricas do Pará, do Mato Grosso, do Tocantins e da empresa Bragantina, de São Paulo, podem afetar a distribuição de energia elétrica para Bragança Paulista e cidades vizinhas, A diretoria admitiu que perdeu o controle da gestão e pediu a Eletrobras para assumir o comando, mas a estatal não aceitou a proposta. 

A Empresa Elétrica Bragantina foi criada em 1903, através da Leme, Siqueira, Gordinho & Cia. Ltda.  Atualmente pertence ao Grupo Rede e fornece energia para 120 mil domicílios em 15 municípios, sendo cinco de São Paulo e 10 de Minas Gerais. A área de abrangência é de 3.453 quilômetros quadrados e o atendimento é feito por 336 funcionários. 

Os municípios de São Paulo que podem ser afetados, caso a empresa não resolva suas pendências, são: Bragança Paulista, Tuiuti, Pinhalzinho, Pedra Bela e Vargem. Ao todo são 130 mil consumidores, sendo 101 mil residênciais, 16 mil rurais, nove mil comeciais e dois mil industriais. A iluminação pública das cidades também é atendida pela companhia. 

PRESIDENTE DO GRUPO REDE DIZ QUE ACEITA QUALQUER SOLUÇÃO

Brasília - O presidente do Conselho de Administração do grupo Rede, Jorge Queiroz, disse hoje (28) que aceita qualquer proposta para salvar a Centrais Elétricas do Pará (Celpa), que tem uma dívida de cerca de R$ 2 bilhões e já pediu recuperação judicial. Ele disse que apresentou ao governo uma proposta para que a Eletrobras assuma o comando da distribuidora, mas não foi aceita.

“Eu aceito qualquer solução, um novo sócio, aumentar a participação da Eletrobras ou federalizar. Mas a Eletrobras não quer assumir a Celpa, isso é dito com todas as letras”, declarou Queiroz, que participou hoje (28) de audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos e de Infraestrutura para debater a situação da distribuidora paraense.

Ele disse que vai apresentar à Eletrobras, que atualmente tem participação de 34% na Celpa, uma proposta mais modesta para aumentar seu capital na empresa. Segundo Queiroz, se o plano de recuperação da empresa não for aprovado pelos credores e houver a liquidação da empresa, será uma “catástrofe”.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, declarou que a intervenção na distribuidora só ocorrerá em último caso, e que ainda há espaço para a recuperação da empresa, desde que haja aporte financeiro. Mas defende que o governo não socorra financeiramente a Celpa. “A gente cansa de ver críticas quando o governo vai socorrer empresas privadas que passa por um problema. A solução é da empresa, se teve um problema de gestão, tem que buscar solução, se não tiver, tem mecanismos, que estão todos na legislação”.

Segundo Hübner, existem outras empresas do Grupo Rede com índices de endividamento elevado, como a Cemat, de Mato Grosso, e a Bragantina, que atende a municípios do interior de São Paulo. A Aneel está acompanhando de perto esses casos, exigindo planos de recuperação das perdas dessas distribuidoras.

A Aneel já determinou um prazo a fim de que a Celpa apresente um plano para correção de falhas na qualidade dos serviços prestados. A intimação da empresa é a primeira etapa do processo que a Aneel poderá abrir para determinar a caducidade da concessão da distribuidora e não afasta a possibilidade de uma intervenção federal na Celpa, que ainda está sendo analisada pela agência.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Delcídio Amaral (PT-MS), garantiu que vai procurar a Eletrobras, o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil para tratar da situação da Celpa. “Vamos nos empenhar muito para que a gente busque uma solução definitiva”, disse.

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