Rio Grande, Rio Grande do Sul (Agência Hoje//Edmundo Fortes) - Em resposta ao questionamento de um grupo de trabalhadores preocupados com a possibilidade de ficar sem emprego após a entrega da Plataforma P 58, a presidente Dilma Rousseff declarou que, ao contrário, a indústria naval brasileira terá uma grande demanda a partir de 2014 e precisa se preparar para atendê-la.
De acordo com a presidente, somente para a área do Campo de Libra serão necessárias entre 12 e 16 plataformas de petróleo e todas elas poderão ser construídas no Brasil. "Vamos ter de dar conta. Isso significa que teremos demandas extras, não há a menor, mas a menor possibilidade de não haver empregos na indústria naval do Brasil", declarou ela.
Cada plataforma de petróleo gera entre três mil e cinco mil empregos diretos permanentes e até 15 mil indiretos durante um período de dois a quatro anos. Depois de reabilitado, o estaleiro de Rio Grande se transformou em um dos maiores do país, atendendo encomendas da Petrobras. Na sexta-feira, 8, entregou a P 58 que entrará em operação nos próximos meses.
Ainda na solenidade, Dilma Rousseff disse que lutou muito para reerguer a indústria naval e afirmou que se hoje o Brasil tem uma das menores taxas de desemprego no mundo, com situação de quase pleno emprego, é porque várias indústrias foram retomadas, inclusive a indústria naval.
“A gente fica muito feliz quando vê uma coisa pela qual se lutou, que diziam que não era possível, que falavam que eu e a Graça Foster estavamos doidas. Era 2003, nunca canso de contar isso. Era ministra de Minas e Energia do Lula. A Graça era secretária de Gás e Petróleo. A nós duas foi dada a tarefa de que tinha que construir plataforma no Brasil. É bom lembrar que naquele momento não tinha plataforma construída no Brasil", declarou a presidente.
Em seguida, emocionada, ela lembrou que "a indústria naval, que tinha sido uma indústria forte no Brasil, praticamente tinha desaparecido. Achávamos absurdo que não fosse possível construir plataforma e navio no Brasil”. Além da vitória pessoal, com a entrega da P 58, Dilma considera que a indústria naval pode crescer mais no Brasil e no exterior e manter um número de empregos tão grande quanto os setores mais tradicionais da economia.