Em depoimento à CPI, Marconi Perillo nega aproximação com Carlinhos Cachoeira - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 23/04/2024
 
12/06/2012 - 12h10m

Em depoimento à CPI, Marconi Perillo nega aproximação com Carlinhos Cachoeira

Agência Brasil/Luciana Lima 
Agência Senado/Geraldo Magela
Depois de um começo de tumulto, Marconi Perillo fala para a CPI no Senado, tendo ao fundo grande número de curiosos
Depois de um começo de tumulto, Marconi Perillo fala para a CPI no Senado, tendo ao fundo grande número de curiosos

Brasília - O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), negou hoje (12), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, que tenha relação de proximidade com o empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.

Perillo disse ainda que não houve ligação de seu governo com o empresário investigado pela Polícia Federal, suspeito de comandar esquema criminoso envolvendo jogos ilegais, com a participação de políticos e empresários. "Não há nenhum ato do governo de Goiás em benefício ou na direção do que foi suscitado pela imprensa. Falaram muito, mas nada se concretizou", disse. "Nunca mantive qualquer relação de proximidade com o empresário Carlinhos Cachoeira, embora fosse ele uma pessoa de livre trânsito com políticos do meu estado e com as pessoas mais ricas", completou.

Ele argumentou que as gravações feitas pela Polícia Federal durante as investigações não apontam para uma relação próxima entre eles. "São 30 mil horas de gravações, três anos de gravações e não há nenhuma ligação dele para mim. Apenas uma ligação minha para ele por ocasião de seu aniversário. Se ele era uma pessoa próxima, era natural que ele tivesse acesso ao meu telefone particular", argumentou o governador.

Ao iniciar o depoimento, Perillo disse que chegava "de cabeça erguida" à comissão após ter se oferecido para falar e ter pedido ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que movesse a investigação contra ele.

Ele também se disse vítima das denúncias que, segundo ele, representam "fatos distorcidos" e "informações descabidas". "Venho restabelecer a verdade dos fatos", disse o governador que usou parte de sua fala inicial para ressaltar o desenvolvimento industrial e econômico de Goiás durante o seu governo. "Muitos não se conformam com isso e tentam destruir o patrimônio moral que construi durante toda minha vida pública".

PERILLO PASSA CÓPIA DOS CHEQUES DA CASA PARA CPI

O governador de Goiás, Marconi Perillo, disse que a operação de venda de casa em condomínio, na qual o contraventor Carlinhos Cachoeira foi preso, se deu conforme as práticas usuais de negociação de imóveis. Perillo disse que nunca se preocupou em saber a origem dos recursos pagos pelo comprador, o ex-vereador Wladimir Garcez, apontado pela Polícia Federal como operador do esquema de Cachoeira.

- Quando a casa foi colocada a venda em anúncios de jornal, Waldimir entrou em contato e manifestou interesse. Acertamos o valor de R$ 1,4 milhão, que se daria em três parcelas, março, abril e maio [de 2011]. Todos os cheques foram depositados e compensados, na mais absoluta prova de boa fé – disse o governador.

Perillo repassou à CPI cópia dos três cheques nominais usados na operação e os extratos relativos a março, abril e maio, com os depósitos. O governador disse ter sido informado por Garcez que ele repassara o imóvel ao empresário Walter Paulo Santiago. Por este motivo, Perillo enviou um representante para formalizar o negócio. À CPI, Santiago afirmou ter pago pelo imóvel em dinheiro.

- É incrível que eu seja exposto por ter vendido um bem pessoal, absolutamente dentro da lei, enquanto outros fazem licitações fraudulentas. Tudo que transcender a isso é especulação ou ocorreu sem que eu tivesse conhecimento dos fatos. É absurda e delirante a ilação de que eu teria recebido duas vezes ou em valor maior do que o escriturado e declarado à Receita Federal - disse.

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