Equipe da Vila vence nos pênaltis e pega o Timão na semifinal
SÃO PAULO, SP (Folhapress) - O Santos sofreu mas vai à semifinal da Libertadores, contra o arquirrival Corinthians. Venceu o Vélez Sarsfield por 1 a 0, gol de Alan Kardec no segundo tempo, e precisou dos pênaltis para vencer, graças a um erro argentino e uma defesa de Rafael, para conseguir a classificação e continuar na luta pelo quarto título do torneio continental.
As datas ainda serão confirmadas pela Conmebol, mas serão em junho (provavelmente, dias 13 e 20) assim como os locais, já que o Pacaembu e a Vila Belmiro são os campos utilizados pelos dois times. O certo é que o clima de apreensão deve dominar os torcedores desde já, como foi em todo o jogo na Baixada hoje.
No primeiro tempo, o Vélez teve o controle do jogo. Os santistas, pressionados por ter de fazer um gol pelo menos, tiveram muitas dificuldades para furar a defesa argentina. Neymar, Ganso e seus laterais não conseguiam finalizar, mesmo que seja torto. Um indício disso: três chutes ao gol, todos do Santos, nenhum no gol.
EXPULSÃO
Aos 39 minutos, aconteceu o lance que ajudou bastante ao time da casa. Cartão vermelho para o goleiro Barovero, do Velez, que derrubou Neymar, na entrada da área, quando ele em direção para o gol, após passe em profundidade.A vantagem de um jogador a mais serviu para ajudar o time de Muricy Ramalho a colocar os nervos no lugar.
E no segundo tempo foi só pressão santista. À exceção de um breve período entre 6 e 10 minutos, quando o Velez conseguiu emplacar três contra-ataques --num deles Fernandéz chutou de longe e quase surpreendeu o goleiro santista Rafael--, só deu Santos.
Ainda um pouco nervoso, com Neymar reclamando muito, cometendo faltas e até tomando cartão amarelo por uma solada. Um lance merece registro: Rentería caiu na área em dividida com Ortiz e reclamou pênalti, mas o árbitro mandou seguir.
PRESSÃO
Depois disso, pressão total com o apoio dos torcedores na Vila Belmiro. O alívio para os torcedores veio aos 32 minutos. Ganso tocou para Leo, que tinha entrado minutos antes, que passou para Alan Kardec -que tinha perdido boa chance minutos antes ao, sozinho, acertar a bola no goleiro argentino-, de canhota, chutar a bola no canto direito de Montoya e fazer 1 a 0.
O tempo passou mas o time santista não conseguiu passar disso. E aí a decisão da vaga deste duelo das quartas de final foi para os pênaltis. Canteros errou ao bater por cima, alto, Rafael pegou o chute de Papa, e o Santos acertou as cobranças que chutou, garantindo a vitória por .
BORGES
O atacante sofreu um estiramento no músculo adutor da coxa esquerda e não participou da partida. O Santos não divulgou o tempo que Borges ficará afastado dos gramados. O clube apenas informou que o jogador já iniciou a recuperação.
SANTOS
Rafael; Henrique (Maranhão), Edu Dracena, Durval e Juan (Léo); Adriano (Rentería), Arouca, Elano e Ganso; Neymar e Alan Kardec. Técnico: Muricy Ramalho.
VÉLEZ SARSFIELD
Barovero; Peruzzi, Ortiz, Sebá Dominguez e Papa; Cubero, Zapata, Fernández (Canteros) e Cabral (Iván Bella); Juan Martínez e Obodo (Montoya). Técnico: Ricardo Gareca.
Estádio: Vila Belmiro
Árbitro: Roberto Silvera (URU)
Cartões amarelos: Adriano, Alan Kardec, Arouca, Neymar (S); Fernández, Cabral (V)
Cartão vermelho: Barovero (V)
Gol: Alan Kardec, aos 32min do 2º tempo.
"A GENTE SEMPRE FAZ GOL", DIZ MURICY
SÃO PAULO, SP(Folhapress) - A vitória sofrida do Santos por 1 a 0 sobre o Vélez e por 4 a 2 nos pênaltis, garantindo a vaga nas semifinais da Libertadores, foi fruto da confiança e do aprendizado. É assim que o técnico Muricy Ramalho avalia o jogo e aponta motivos para as dificuldades que o time teve neste confronto.
"A gente é um pouco exigente pelo que está acostumado com o Santos. A conversa foi essa [de ter paciência, tocar a bola], tem de ter variações, ter um jogador que vem de trás, não dá para ser tão exigente como é, a gente ia sofrer como sofreu. O que digo é que a gente sempre faz um gol, só ter paciência. Fazer cabeça de jogador é difícil, mas estão aprendendo", disse o técnico, na entrevista coletiva.
O confronto contra os argentinos correu como ele esperava. "Não tinha dúvida disso, estava consciente, [o Vélez] é o time mais ajustado, mais tempo junto, nossos jogadores estavam preparados para encontrar isso. Precisou tocar a bola e venceu quando precisou".
Os elogios ao time foram direcionados ao lateral Léo, que entrou no segundo tempo (deu passe para o gol e fez o último pênalti). "Acho que o Léo entrou bem, está aí para isso, é experiente. A gente usou disso [experiência] no pouco tempo que jogou e bateu bem o pênalti. Você sente confiança no cara, vê que o olho dele está brilhando e quando você chama ele vem, tem de usar", resumiu.
Muricy ainda fez questão de apontar a evolução técnica do Santos sobre o estilo de disputa do torneio. "A gente está aprendendo a jogar esse tipo de competição [elimnatória], tem de ter paciência que sai o gol, a gente sempre faz. A competição não teve nada de excepcional, nenhuma surpresa. Para o Corinthians foi duro, para o Fluminense foi duro, para nós também", completou
