São Paulo - A ergonomia é a ciência que se dedica ao estudo e desenvolvimento de soluções para promover o bem estar das pessoas nos ambientes de viver e trabalhar.
Na prática, identifica necessidades de adequação do mobiliário e das edificações, dos processos e das máquinas e instrumentos para proporcionar mais conforto e segurança às atividades diárias.
A ergonomia se especializa em três aspectos: ergonomia cognitiva, a organizacional e a física.
A ergonomia cognitiva envolve raciocínio, percepção e memória, e sua influência no desempenho, na produtividade e na tomada de decisões das pessoas no processo produtivo.
Já a ergonomia organizacional se refere às estruturas organizacionais e técnicas do trabalho.
A Arquitetura está intimamente relacionada com a ergonomia física, pois trata da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica. Os aspectos envolvidos incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
Os princípios da ergonomia não se aplicam somente aos projetos institucionais, mas devem ser considerados também nas soluções domésticas, onde as atividades diárias pedem ambientes otimizados e confortáveis. O correto dimensionamento dos móveis e acessórios é decisivo para qualificar os ambientes, de forma que eles se tornem inclusivos para o maior número de pessoas. Nesse pensamento, a ergonomia se ajusta ao conceito de desenho universal.
Princípios do Design Universal
A ideia do desenho universal é facilitar o uso de todos os espaços, produtos e objetos por todos, independentemente da idade, habilidade ou limitação física. São metas do desenho universal:
• Uso igualitário
• Flexibilidade de uso
• Uso simples e intuitivo
• Clareza das informações
• Tolerância ao erro
• Baixo esforço físico
• Dimensionamento e espaço adequados ao uso pelos deficientes
Na verdade, muitas destas medidas já estão sendo aplicadas em soluções como:
• Substituição de escadas por rampas
• Passeios, portas e corredores mais largos
• Alavancas para abertura de portas
• Utilização de iluminação mais apropriada aos ambientes
• Ajuste do tamanho das letras em placas e letrairos para deficientes visuais
• Uso de símbolos universais ao lado das etiquetas com texto
• Linhas de visão e táteis demarcadas ao longo dos caminhos
• Rampa de acesso nas piscinas, para crianças ou pessoas em dificuldade de locomoção
• Televisores com zoom
Muitas das soluções competem aos arquitetos incorporar aos seus projetos, outras são de responsabilidade dos desenhistas industriais, mas algumas destas adaptações de usos e de hábitos são individuais e devem ser opções pessoais. Um exemplo é a nossa postura ao computador, seja em casa ou no trabalho.
Atitudes que podem tornar mais confotável o uso do computador
Evite passar mais que uma hora utilizando o computador de forma ininterrupta. Adote pequenas pausas para descanso, para ativar a circulação, alongar os músculos e aliviar a atividade mental.
Mantenha os ombros relaxados e os cotovelos junto ao corpo
Ajuste o topo do monitor ao nível dos olhos, evitando curvar o pescoço para visualizara tela.
A luminosidade da tela deve ser ajustada de forma a evitar brilho excessivo
O monitor deve estar a uma distância de 50 a 70cm dos olhos
Mantenha o punho paralelo ao teclado, evite levantar as mãos ou apoiar o pulso no teclado para escrever
Ajuste a cadeira à curvatura da coluna, deixando as costas apoiadas no encosto
Procure sempre manter cotovelos, quadris e pernas a 90º. Essa posição não sobrecarga o corpo, coluna ou membros
Distâncias adequadas para assistir à televisão
Para que uma televisão seja instalada em posição confortável, o centro da tela deverá ficar na altura dos olhos do telespectador. A altura varia, dependendo do tamanho do aparelho, mas é de aproximadamente 60 centímetros de piso até a base da televisão, no caso de aparelhos de 50" a 65". Modelos com telas menores podem ser instalados na altura de 70 centímetros do piso à base.
A distância entre o sofá e a televisão também varia conforme o tamanho da tela. O ângulo de visão vertical do telespectador deverá ser inferior a 15 graus, e o horizontal deverá ser, no máximo, de 40 graus.
* Sandra Vieira de Mello, CAU A16373-2 é Arquiteta e Urbanista. Contribuições para esta Editoria podem ser encaminhadas para o e-mail: hoje.sandra@gmail.com