Escolas de samba apostam na especialização para produzir carros alegóricos e adereços - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
26/01/2016 - 11h55m

Escolas de samba apostam na especialização para produzir carros alegóricos e adereços

Agência Brasil/Cristina Indio do Brasil 

Rio de Janeiro - O quesito Alegorias e Adereços costuma chamar a atenção tanto do público quanto dos críticos de carnaval, por reunir notas dos jurados para os carros alegóricos, elementos cenográficos e complementos, apresentados pelas escolas no desenvolvimento dos enredos. Esse é o quesito que está mais diretamente relacionado ao trabalho do carnavalesco da agremiação. Com o desenvolvimento de novas técnicas e a necessidade de aprimorar os acabamentos das alegorias, as escolas buscam contratar os profissionais mais especializados em diversas áreas.

A Imperatriz Leopoldinense, por exemplo, tem há quatro anos um escultor. Daniel Soave está na escola há dez anos, desde quando foi contratado como pintor. A mudança de função ocorreu dentro do barracão. “Eu fazia pintura de arte e me interessei em fazer as esculturas dos carros, tive oportunidade de ser chamado e estou aqui hoje [como escultor]”, contou.

“O artista no Brasil tem poucas oportunidades para trabalhar com arte mesmo, esculturas e pintura. Essa é uma chance de mostrar o nosso trabalho, junto com os carnavalescos que também passam os serviços para a gente. Estou superfeliz de poder executar este trabalho”, completou Daniel.

O escultor explicou que, na maioria das vezes, as esculturas são realizadas em isopor, mas podem ser feitas em ferro ou com espuma. De acordo com o tipo de material, um escultor diferente executa o serviço. “Cada um tem uma especialização. Dependendo do que o carnavalesco quer, cada um fica com um carro”, disse. Depois de prontas no isopor, as esculturas recebem os acabamentos em pintura ou de revestimentos com outros tipos de materiais.

Daniel consegue se manter com o que recebe nos meses em que está na escola. Para o carnaval deste ano, o trabalho no barracão começou em julho de 2015. No resto do ano, ele faz outros serviços. “[Em 2015], trabalhei com o artista plástico Damián Ortega. Fizemos uma exposição bem bacana e trabalhamos com isopor e fizemos reprodução de várias esculturas.”

E quem trabalha durante tanto tempo no barracão não perde a oportunidade de desfilar com a escola. “Eu costumo desfilar com a minha esposa. A gente não vai em cima do carro não. Vamos no chão. Gosto de ficar ali próximo da escultura que eu gosto mais. Todo ano tem [uma]”, acrescentou.

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