Especial "Gêneros do Cinema Mundial": os risos da Comédia - Hoje São Paulo
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19/05/2015 - 16h12m

Especial "Gêneros do Cinema Mundial": os risos da Comédia

Agência Hoje 
Reprodução
Ator Jim Carrey, um dos ícones da comédia do cinema contemporâneo
Ator Jim Carrey, um dos ícones da comédia do cinema contemporâneo

São Paulo (Agência Hoje/Isabela Guiaro) - Esta sessão, que será atualizada uma vez por semana, foi criada com o intuito de falar um pouco mais sobre os vários gêneros do cinema mundial, como o Musical, o Terror, a Comédia, o Drama, a Ação, a Animação, entre outros. Se você é um cinéfilo de plantão, aproveite!

A comédia surgiu como gênero primeiramente nas apresentações teatrais na Grécia Antiga. Ela tinha como característica o engano de um personagem e à medida que ela vai ficando confuso, a platéia que assistia a tudo soltava o riso.

Ela era um dos pólos do teatro grego, complementado com a tragédia e simbolizado pelas duas máscaras que representam estas duas vertentes: uma sorrindo e uma chorando. Geralmente elas apresentavam críticas sociais e sátiras.

No cinema

Os irmãos Lumière introduziram imagens que alegrariam os espectadores em “L’arrouseur Arrosé”, de 1896, que foi considerado o primeiro filme de comédia da história do cinema. Para provocar os risos no cinema mudo geralmente eram utilizadas cenas envolvendo quedas, escorregões e tapas na cara. Na época surgiu “Calista Por Amor”, de 1912, dirigido por Max Linder.

Nos Estados Unidos logo começam a aparecer filmes com críticas sociais, devido ao período pós-guerra civil que o país enfrentava. O cômico se deu por falar de casamentos, escolas e ordens públicas, além de mostrar roubos e mentiras.

A mudança no gênero se dá com o surgimento de Charles Chaplin. Com sua cartola, sobretudo e monóculo, ele eterniza o personagem Carlitos em várias de suas produções, como “Carlitos Repórter” (1914), “O Vagabundo” (1915), “O Banco” (1915), “O Garoto” (1920), “Em Busca do Ouro”, (1925) e “Luzes da Cidade” (1931).

O diretor Buster Keaton, que estreou no cinema em 1916, foi por muito tempo considerado o maior rival de Chaplin. Produziu filmes como “Sherlock Jr” (1924), “The Navigator” (1924), “The General” (1926). Surgiu, também, o ator Harold Lloyd, um dos maiores comediantes da era. Ele apareceu em mais de 200 filmes entre os anos 1920 e 1940, como “Safety Last” (1923) e “The Fresh Man” (1925).

Na mesma época, o produtor, ator e roteirista Harry Langdon lança os cômicos “Tramp, Tramp, Tramp” (1927), “The Strong Man” (1926), e “Long Pants” (1927), que apresentavam certa semelhança a Chaplin, porém com uma maior suavização das imagens.

Com o desenvolvimento da tecnologia Vitaphone, utilizando um disco de acetato, foi possível gravar e reproduzir imagem e som o mesmo tempo. Isso fez com que o cinema mudo entrasse em decadência e, mesmo que Charles Chaplin tentasse mantê-lo com “O Grande Ditador” (1936).

Começaram a ser produzidos vários filmes de animação como “O Gato Félix”, “Mickey Mouse” e “Betty Boop”. As outras produções eram focadas em outros temas, pois o contexto histórico aponta que o período é o mesmo que o da Segunda Guerra Mundial. Depois disso, apenas a Disney continuou a lançar comédias.

O gênero voltou nos anos 60, com um caráter mais satírico, como no caso de “Dr. Strangelove” (1964), que retrata a Guerra Fria que havia se instalado no mundo inteiro utilizando o humor negro; e sexual, como em “O Apartamento” (1960) e “A Primeira Noite de um Homem” (1967).

Houve uma nova pausa durante os anos 1970, mas o cômico voltou com algumas produções estrelando Eddie Murphy, como “Um Tira da Pesada” (1984), “O Professor Aloprado” (1996), “Dr. Dolittle” (1998), entre outras.

Os anos 90 foram marcados pelas comédias familiares das sequências de “Esqueceram de Mim” (1990) e “Querida, Encolhi as Crianças” (1989); e por filmes para adolescentes, como “As Patricinhas de Beverly Hills” (1995).

Atualmente, o subgênero que mais cresceu é a comédia romântica. São incontáveis as histórias de amor retratadas de maneira cômica e os atores que hoje reinam este tipo de filme são Jim Carrey, Adam Sandler e Jennifer Aniston, que estrelaram “O Máscara”, “Saturday Night Live” e “Friends”, respectivamente.

Subgêneros

Comédia de ação – como já diz o nome, este estilo de filme mistura elementos da ação e da comédia. É o caso de “Um Tira da Pesada”, “A Hora do Rush”, “Homens de Preto”, entre outros.

Comédia dramática – o subgênero combina, ao mesmo tempo, os dois pólos da interpretação: a comédia e o drama. Isso pode ser visto em “Forrest Gump”, “Dizem Por Aí” e “O Lado Bom da Vida” e “Tootsie”.

Comédia romântica – o mais popular nos dias de hoje, retrata de maneira cômica histórias românticas. É o caso de “O Pecado Mora ao Lado”, “Uma Linda Mulher”, “Hitch – O Conselheiro Amoroso”, “Quem Vai Ficar com Mary” e “O Diário de Bridget Jones”.

Comédia musical – a história do filme é narrada a partir de músicas cantadas pelos personagens, como visto em “Cantando na Chuva”, “Annie”, “Os Homens Preferem as Loiras”, “Encantada” e “Mama Mia!”.

Humor negro – este tipo de filme é conhecido por retratar a realidade muitas vezes com piadas de mau gosto e politicamente incorretas, muitas vezes de maneira mórbida. “Dr. Strangerlove”, “Mash”, “A Família Addams” e “Os Fantasmas se Divertem” são exemplos.

Na TV

A comédia começou a surgir na televisão nos anos 1930, chegando a competir com o cinema, que estava em decadência neste gênero. A primeira série de sucesso foi “I Love Lucy”, lançada em 1951, que até hoje é lembrada como uma das melhores já produzidas.

Os anos 1960 marcam a chegada de desenhos animados, como “O Show do Pernalonga”, “Os Flintstones”, “Mister Magoo”, “O Show do Zé Colméia”, “Os Jetsons”, “Penélope Charmosa”, “A Pantera Cor-de-Rosa” e “Scooby-Doo”.

Quanto às séries, esta década também trouxe alguns sucessos como “A Família Buscapé”, “A Feiticeira”, “Os Monstros”, “A Família Addams” e “Jeannie é o Gênio”. O México exportou para o mundo, no início dos anos 70, “Chapolin Colorado” e “El Chavo Del Ocho”, conhecido no Brasil como “Chaves”. Até hoje, ambos fazem enorme sucesso em nosso país.

A ascensão das séries de comédia começou nos anos 1980 com “Três é Demais” e “Seinfeld”. As duas abriram caminhos para outras, como “Galera do Barulho”, “Um Maluco no Pedaço”, “A Família Dinossauro” e o famoso “Mr. Bean”.

"Friends” é considerado, até hoje, o melhor programa de comédia da televisão norte-americana. Os seis amigos Monica, Rachel, Phoebe, Chandler, Ross e Joey conquistaram o mundo ao tomar café em um sofá laranja, da cafeteria Central Perk.

Surgiram, também, séries como “Fraiser”, "Saturday Night Live", “Louco Por Você”, “Will & Grace”, “Sex & The City”, “Kenan & Kell”, “Buffy, a Caça-Vampiros”, “Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira” e as animações “Os Simpsons”, “Family Guy” e “South Park”.

Os anos 2000 começam com “Gilmore Girls”, “Scrubs”, “Monk”, “Two And a Half Man” e “Eu, a Patroa e as Crianças”. Nessa época crescem as produções da Disney, como “As Visões da Raven”, “Zack & Cody: Gêmeos em Ação”, “Hannah Montana”, “Os Feiticeiros de Waverly Place” e “Sunny Entre Estrelas”.

Atualmente existem diversas comédias, porém as mais famosas, principalmente entre adolescentes, são “How I Met Your Mother”, “The Big Bang Theory” e “Modern Family”.

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