Especial "Os Gêneros do Cinema Mundial": o Musical Hollywoodiano - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
05/05/2015 - 14h32m

Especial "Os Gêneros do Cinema Mundial": o Musical Hollywoodiano

Agência Hoje  
Reprodução
Cena clássica de "Cantando na Chuva", lançado em 1952
Cena clássica de "Cantando na Chuva", lançado em 1952

São Paulo (Agência Hoje/Isabela Guiaro) - Esta sessão, que será atualizada uma vez por semana, foi criada com o intuito de falar um pouco mais sobre os vários gêneros do cinema mundial, como o Musical, o Terror, a Comédia, a Ação, o Drama,  a Animação, entre outros. Se você é um cinéfilo de plantão, aproveite!

 

Os filmes musicais surgiram a partir do teatro. Desde a Grécia antiga, as performances vinham acompanhadas de  diversos números que incorporavam elementos da música, sendo que as apresentações contavam com participações de coros a orquestras, pois a musicalidade ajudava na representação de cenas.

Já no final do século XVI, surgiu na Itália o canto acompanhado de encenação. Esta técnica ficou conhecida como Ópera e se tornou bastante popular na cultura europeia. O sucesso foi tanto que surgiram gêneros como as Zarzuelas espanholas, as Singspielen alemãs e a Opéra-Comique francesa, que trouxeram, respectivamente, "Doña Francisquita", de Amadeo Vives, "Zaide", de Mozart, e "Carmen", de Bizet.

No final do século XIX, os musicais teatrais coreografados são consolidados com a criação da Broadway, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, e da West End, em Londres, na Inglaterra. Ambos são, até hoje, os locais onde há a concentração das melhores produções do mundo.

Primeiros passos

O cinema, criado no final do século XIX, não incorporou os musicais logo no início, pois ainda não havia uma tecnologia que permitisse gravar e reproduzir imagens e sons ao mesmo tempo. De qualquer modo, houve tentativas como “O Dançarino Mexicano”, de 1898, que apresentava vários números de dança e, assim como em todos os outros filmes, uma orquestra fazia a trilha sonora ao vivo.

Em 1927, foi descoberto que o uso de um disco de acetato, parte da tecnologia de sistema sonoro Vitaphone, era possível gravar e reproduzir ambos som e imagem. Com ajuda da produção e distribuição da Warner Bros, foi lançado o musical “O Cantor de Jazz”, o primeiro filme falado da história.

Era de Ouro

Até a década de 40, os musicais foram ganhando força, principalmente com o lançamento de “O Mágico de Oz” (1939), com Judy Garland, que até hoje é extremamente famoso. A canção “Somewhere Over The Rainbow”, presente no filme, ainda é uma das que mais ganham  regravações.

Foi nos anos 50, porém, que começou a fase conhecida como a “Era de Ouro” do cinema. É nela que se encontra o aclamado “Cantando na Chuva” (1952), com Gene Kelly, que ocupa o primeiro lugar da lista “25 Melhores Musicais da História do Cinema Americano”, pela AFI (American Film Intitute).

Nesta época também foram lançados famosos filmes estrelando o Rei do Rock, Elvis Presley. “Jailhouse Rock” (1957), “Blue Hawaii” (1961), “Girls! Girls! Girls” (1962) e “Viva Las Vegas” (1964) são os que recebem maior destaque em sua carreira.

A Era de Ouro durou até a metade dos anos 60, que contou com o lançamento de grandes títulos como “Os Homens Preferem as Loiras” (1955), com Marilyn Monroe, “Cinderela em Paris” (1957), com Audrey Hepburn, “Amor, Sublime Amor” (1961), com Natalie Wood, “My Fair Lady” (1964), também com Audrey, “A Noviça Rebelde” (1965) e “Mary Poppins” (1964), ambos com Julie Andrews.

Decadência

Os musicais foram saindo de moda e nos anos 80 quase não existiam. Um dos fatores que contribui para que isso acontecesse foi que nesta década houve uma ascensão de filmes de ação, ficção e aventura, como “Indiana Jones”, “Star Wars”, "O Exterminador do Futuro", "Top Gun", “Super-Homem”, “De Volta Para o Futuro”, “E.T.”, "Karatê Kid", "Os Intocáveis", "Duro de Matar", entre outros.

Ainda assim foram produzidos “Cabaret” (1972), com Liza Minelli, “The Rocky Horror Picture Show” (1975), com Tim Curry,  “Nos Embalos de Sábado a Noite” (1977), “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (1978), ambos com John Travolta, “All That Jazz” (1979), com Jessica Lange, “Flashdance” (1983), com Jennifer Beals, “Footloose” (1984), com Kevin Bacon, e “Dirty Dancing” (1987), com Patrick Swayze.

O retorno

Os musicais voltam, de fato, quando o diretor Baz Luhrmann lança o fime “Moulin Rouge!” (2001), com Nicole Kidman e Ewan McGregor, que acabou sendo indicado a oito categorias na premiação Oscar. O filme abriu caminho para outros grandes títulos, como “Chicago” (2002),  estrelando Catherine Zeta-Jones e Renée Zellwger, e, posteriormente, as sequências de “Ela Dança, Eu Danço” (2006 - presente).

Outras produções entre as mais notáveis do século XXI são “Hairspray” (2007), com John Travolta, Zac Efron e Queen Latifah, “Sweeney Todd” (2007), com Johnny Depp e Helena Bonham Carter, “Mamma Mia!”, com Meryl Streep e Amanda Seyfried, (2008) “Nine” (2009), com Penélope Cruz e Nicole Kidman, “Burlesque” (2010), com Christina Aguilera e Cher, “Os Miseráveis” (2013), com Anne Hathaway e Hugh Jackman, e o recente “Caminhos da Floresta” (2015), com Meryl Streep e Emily Blunt.

Disney

Vale ressaltar que os estúdios da Walt Disney são responsáveis pela produção de alguns dos melhores musicais da história do cinema. “A Bela e a Fera”, lançado em 1991, foi a primeira animação da história a concorrer a um Oscar e, além disso, também faz parte da lista da AFI, ocupando a 22ª posição.

Nos últimos anos, a produtora lançou diversos títulos neste gênero, voltados para crianças e adolescentes. É o caso de “The Cheetah Girls” (2003, 2006 e 2008), com Raven Symoné, Adrienne Bailon, Sabrina Bryan e Kiely Williams, “High School Musical” (2006, 2007 e 2008), com Ashley Tisdale, Vanessa Hudgens e Zac Efron, e “Camp Rock” (2008 e 2010), com Demi Lovato, Nick, Joe e Kevin Jonas.

Na televisão

O gênero também migrou para a televisão, primeiramente como forma de episódio alternativo. A idéia começou a fazer sucesso com “All Singing, All Dancing” (9x11 - 1998), de Os Simpsons, “His Way” (6x20 - 1998), de Star Trek, e com “The Bitter Suite” (3x12 - 1998), de Xena, a Princesa Guerreira.

Os musicais só ganharam, de fato, grande notoriedade dentro das telinhas no ano de 2001, com o lançamento de “Once More, With Feeling” (6x07), da série Buffy, a Caça Vampiros. Ele é, inclusive, considerado por muitos críticos um dos melhores episódios da história da televisão norte-americana, devido à produção e direção de excelência feita por seu criador, Joss Whedon.

O sucesso se deu, também, ao fato de que os números de dança foram muito bem feitos e atores Anthony Head Stewart, Amber Benson, Emma Caulfield e James Marsters realmente possuem vozes afinadas para cantar. Além disso, cada música incorporou uma era do cinema diferente.

Depois disso, várias outras séries passaram a incluir um especial musical em seu currículo, como The X-Files (9x13 - “Improbable”, 2002), Scrubs (6x06 - “My Musical”, 2007), 30 Rock (2x10 - “Episode 210”, 2008), How I Met Yout Mother (5x12 - “Girls Versus Suits”, 2010), Grey’s Anatomy (7x18 - “Song Beneath the Song”, 2011), Community (3x10 “Regional Holiday Music”, 2011) e Supernatural (10x05 - “Fan Fiction”, 2014).

Vale ressaltar, também, que o sucesso dos musicais na televisão cresceu tanto, que o diretor e diretor Ryan Murphy criou a série “Glee” (2009-2015), que incorpora números de danças e representação de músicas de sucesso por Lea Michele, Cory Monteith, Darren Criss, Chris Colfer, Naya Rivera, entre outros atores da trama, em todos os seus episódios. Murphy ainda aproveitou e fez uma pequena passagem musical em outra série de sua autoria, American Horror Story, em “The Name Game” (Asylum - 2x10, 2013), com a atriz Jessica Lange.

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