Estados Unidos já não vivem segregação institucionalizada, mas devem avançar - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 24/04/2024
 
01/12/2015 - 10h33m

Estados Unidos já não vivem segregação institucionalizada, mas devem avançar

Agência Brasil/Leandra Felipe 

Atlanta (EUA) - Sessenta anos depois da prisão da afro-americana Rosa Parks pela recusa a se levantar de um assento no ônibus coletivo que era reservado aos brancos na cidade de Monterrey (Alabama), os Estados Unidos já não vivem a segregação institucionalizada e têm todo o aparato legal para combater a desigualdade. O problema, no entanto, persiste e fica claro quando se observa a violência policial contra negros. Outro fator é que os negros ainda não estão em pé de igualdade com os brancos no mercado de trabalho.

Essa é a visão de analistas e entidades que atuam em defesa dos direitos civis nos Estados Unidos. “Se olhamos o passado, vemos o quanto caminhamos. É só olhar para o presidente Barack Obama, que elegemos duas vezes. Mas se olhamos o presente, vemos que ainda há um caminho longo a trilhar”, afirmou à Agência Brasil a ativista afro-americana Jacqueline Leathers.

Ela faz uma comparação entre os anos de Rosa Parks e a atualidade e lembra que os direitos civis saíram de um estado em que a segregação era lei. Escolas eram separadas pela cor da pele e as destinadas aos negros eram muito inferiores. Havia restaurantes exclusivos para negros e para brancos, banheiros públicos e bebedouros eram separados e o transporte público reservava assentos na parte da frente aos brancos e na parte de trás à população negra.

"Obviamente isso mudou", diz Jacqueline. Mas, segundo ela, ainda há segregação de forma mais velada e o tema é delicado. “A população negra continua sendo mais vulnerável. Começamos em uma base desigual e continuamos atrás. "Negros têm desempenho inferior nas escolas, tem menores salários e em média tem empregos inferiores aos brancos”, acrescenta.

Os índices de desemprego, por exemplo, mostram que os negros são mais vulneráveis em momentos de recessão. O último censo norte-americano trouxe um estudo com um paralelo entre os desempregados durante a crise de 2008. Cerca de 18.2% da população negra perderam o emprego, 10 pontos percentuais a mais que a população branca (8%).

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