Estudos da FMRP descobrem processo capaz de bloquear dor - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 18/04/2024
 
23/07/2013 - 15h05m

Estudos da FMRP descobrem processo capaz de bloquear dor

Agência Hoje* 
Divulgação
Laboratório de Criobiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Laboratório de Criobiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Ribeirão Preto (Agência Hoje*) - O controle das dores inflamatórias, como as que acompanham a artrite reumatoide, pode ser conseguido a partir de estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Artigo sobre a pesquisa foi publicado no dia 17 de junho pela revista científica Science, dos Estados Unidos.

Os cientistas descobriram que uma proteína, a fractalcina, está envolvida na indução das dores crônicas de origem inflamatória. O estudo sugere que o bloqueio periférico dos receptores dessa proteína seja o alvo potencial para o controle desses tipos de dores.

A revista científica Proceedings of the National Academy of Science-USA publicou artigo a respeito, com o título Fractalkine mediates inflammatory pain through activation of satellite glial cells. Os autores são os professores Sergio Henrique Ferreira e Thiago Mattar Cunha, o pós-doutor Guilherme Rabelo e o pós-graduando Jhimmy Talbot, todos do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.

Segundo o professor Thiago Mattar Cunha, pela primeira vez, conseguiu-se demonstrar a existência de um tipo celular que participa do processo de indução e manutenção da dor: são as chamadas células satélites. Encontradas exclusivamente nos gânglios raízes dorsais, elas envolvem os neurônios que carregam a dor e têm sua ativação mediada por uma proteína, a fractalcina. Essa proteína já havia sido descrita em processos dolorosos, mas nenhum estudo tinha associado a fractalcina com a ativação da célula satélite.

“Se nós conseguirmos desenvolver um medicamento que bloqueie esse processo, podemos diminuir a dor. Sabemos que têm indústrias farmacêuticas tentando desenvolver substâncias para bloquear o efeito dessa proteína. Talvez essas drogas possam servir como novos analgésicos contra dores inflamatórias”, explica Cunha.

A doença mais prevalente entre as doenças inflamatórias e que tem como principal sintoma a dor é a artrite reumatoide. No entanto, o pesquisador lembra que a pesquisa pode contribuir para, num futuro próximo, amenizar dores de pessoas que sofrem com osteoartrite, gota, doenças reumáticas em geral, além de traumas cirúrgicos e torções.

* Com informações de Hérika Dias/Assessoria de Comunicação da FMRP, Campus de Ribeirão Preto

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