Farc começam a examinar as 400 propostas de novo acordo de paz nesta sexta-feira, 4 - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 29/03/2024
 
04/11/2016 - 10h02m

Farc começam a examinar as 400 propostas de novo acordo de paz nesta sexta-feira, 4

Agência Brasil/Monica Yanakiew 

Buenos Aires - Num esforço para salvar o acordo entre o governo e a maior guerrilha da Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos enviará nesta sexta-feira (4) negociadores a Cuba. Eles estão levando 400 propostas de emenda ao documento, que já havia sido assinado por Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que foi rejeitado no plebiscito de 2 de outubro.

A inesperada derrota nas urnas levou Santos e as Farc a abrir nova rodada de negociações – desta vez incluindo os líderes da campanha do “não”, que se opuseram ao acordo original. O principal opositor é o ex-presidente Álvaro Uribe, antecessor e antigo aliado de Santos. Durante seu governo, a Colômbia optou por combater militarmente a guerrilha e o narcotráfico.

Santos, que foi ministro da Defesa de Uribe, colocou como meta de seu governo a negociação de um acordo de paz. Depois de quatro anos de idas e vindas, o presidente colombiano e o líder dos 7 mil guerrilheiros das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri (conhecido como Timochenko), assinaram um acordo de 297 páginas para colocar um fim a meio século de guerra.

Em 52 anos de conflito armado, que envolveu também os cartéis de narcotráfico e os grupos paramilitares contratados por eles, 220 mil pessoas morreram – a maioria civis. Mais de 5 milhões abandonaram suas casas para fugir da violência.

O acordo, celebrado pela comunidade internacional, foi rejeitado por estreita maioria num plebiscito realizado no último dia 2 de outubro – pouco antes de Santos receber o Prêmio Nobel da Paz deste ano. Uribe, líder da campanha do “não”, considera que foram feitas demasiadas concessões às Farc.

Além de uma reforma agrária e o compromisso de erradicar a produção de drogas ilegais, o acordo prevê perdão para os guerrilheiros – salvo os que cometeram crimes contra a humanidade – e subsídios para que eles possam depor as armas e se integrar à sociedade civil. As Farc teriam o direito de formar o próprio partido político, para defender suas ideias no Parlamento.

Segundo Uribe, não há garantia de que as Farc cumprirão a palavra. Ele considera que o acordo, tal como estava, apenas assegurava “a impunidade ao maior cartel de narcotráfico” do país. Com o fim da Guerra Fria, a guerrilha perdeu fontes de financiamento externo e passou a depender da produção e venda de cocaína para desenvolver suas atividades.

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