São Paulo (Agência Hoje) - O feriado de 9 de julho é uma data histórica muito importante para a população de São Paulo. Os historiadores contam que há 81 anos os paulistas participaram da Revolução de 1932, um movimento armado ocorrido entre julho e outubro de 1932 e que tinha como objetivo principal derrubar o então presidente Getúlio Vargas.
No poder desde 1930, Vargas tomava medidas que contrariavam a população em vários Estados e sobretudo em São Paulo. Insatisfeitos, os paulistas iniciaram protestos e manifestações, sendo a maior delas no dia 23 de maio. Das críticas e reclamações, o movimento evoluiu e terminou em conflito armado.
A revolução acabou eclodindo no dia 9 de julho, sob o comando dos generais Bertolo Klinger e Isidoro Dias. O levante se estendeu até o dia 2 de outubro de 1932, quando os revolucionários perderam para as tropas do Governo. Mais de 35 mil paulistas lutaram e pelo menos 890 pessoas morreram nos combates.
Criação do Feriado
O Estado de São Paulo comemora a data há 15 anos, desde 1997, quando o dia 9 de julho passou a ser feriado civil no Estado de São Paulo. Trata-se da celebração da data magna do Estado, em memória ao dia em que os paulistas pegaram em armas para lutar pelo regime democrático no país, deflagrando a Revolução Constitucionalista de 1932.
A data foi oficializada pelo Projeto de Lei nº 710/1995, do deputado estadual Guilherme Gianetti. Aprovado pela Assembleia Legislativa, o projeto virou a Lei Estadual nº 9.497, de 5 de março de 1997, sancionada pelo então governador Mário Covas. O caminho para criação do feriado surgiu com uma lei federal que dispõe sobre feriados estaduais.
Como resultado prático, nota-se que o nome de Getúlio Vargas foi praticamente banido de ruas, praças e avenidas da cidade de São Paulo, embora possam ser encontrados em São Bernardo do Campo e Osasco. Em Ribeirão Preto há um bairro dedicado ao homem que governou o país por 18 anos. Em Mogi das Cruzes existe uma Etec e, paradoxalmente, na avenida 9 de Julho, está instalada a Fundação Getúlio Vargas. Políticos e empresários evitam falar sobre o "boicote".