Filho de Kadhafi foi 'agredido' em prisão líbia, denuncia CPI - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
05/04/2012 - 22h18m

Filho de Kadhafi foi 'agredido' em prisão líbia, denuncia CPI

Agence France Presse 
©AFP/Arquivo / Imed Lamloum
Saif al-Islam, filho de Muamar Kadhafi, em foto de agosto de 2011
Saif al-Islam, filho de Muamar Kadhafi, em foto de agosto de 2011

HAIA (AFP) - Saif al-Islam, filho do falecido ditador líbio Muamar Kadhafi, foi atacado na prisão de Zenten, 180 km ao sul de Trípoli, capital da Líbia, afirmou nesta quinta-feira uma fonte oficial do escritório de defesa da Corte Penal Internacional.

"Kadhafi foi agredido fisicamente", disse à AFP Xavier-Jean Keita, principal advogado do escritório do Conselho Público para a Defesa (OPCD, na sigla em inglês), da CPI, encarregado de defender Saif al Islam .

"Além disso, ele sofre de graves problemas nos dentes por falta de tratamento dentário", acrescentou Keita.

"Ele foi colocado em completo isolamento e só pôde receber as visitas dos oficiais e das autoridades líbios (encarregados das) investigações", continuou a fonte, segundo a qual o OPCD só pôde vê-lo uma vez.

A representação pediu aos juízes da CPI para tomar as medidas necessárias junto às autoridades líbias para acertar um segundo encontro.

Na quarta-feira, a corte tinha pedido à Líbia, pela segunda vez, que lhe entregasse diretamente Saif al Islam. Os juízes tinham recusado uma solicitação da Líbia de um adiamento da transferência do preso para poder julgá-lo em Trípoli.

A CPI emitiu uma ordem de prisão contra Saif al Islam, de 39 anos, detido em 19 de novembro no sul da Líbia.

Preso em Zenten, o filho de Kadhafi é suspeito de crimes contra a humanidade desde 15 de fevereiro, durante a repressão a uma revolta popular que se transformou em guerra civil.

Saif al Islam tampouco teve "a oportunidade de eleger livremente ou se comunicar com um advogado de sua escolha", explicou Keita.

"Está detido pelas autoridades líbias há 139 dias, sem ter se apresentado perante um juiz, sem ter tido a possibilidade e os meios de entrar em contato com sua família e seus amigos, nem de receber a visita deles", afirmou a mesma fonte.

As autoridades líbias o "induziram ao erro" sobre o tipo de investigação aberta contra ele na Líbia, acrescentou o principal defensor de Saif al Islam.

Segundo Keita, ele "foi informado por estas autoridades que era objeto de uma investigação fundamentada em acusações de pouca importância, como a posse ilegal de camelos e a exploração de piscicultura sem autorização".

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