França considera Síria uma ameaça para a paz de todos os países - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 24/04/2024
 
06/07/2012 - 07h45m

França considera Síria uma ameaça para a paz de todos os países

Agence France Presse 
©AFP / Jacques Brinon
O presidente francês François Hollande discursa na abertura da reunião "Amigos do Povo Sírio"
O presidente francês François Hollande discursa na abertura da reunião "Amigos do Povo Sírio"

PARIS (AFP) - A Síria se tornou uma "ameaça para a segurança internacional", afirmou nesta sexta-feira o presidente francês François Hollande, ao abrir em Paris a conferência do grupo de países Amigos do Povo Sírio.

Hollande também enviou uma mensagem para a Rússia, que boicota a reunião.

"Quero dirigir-me aos que não estão aqui. No momento em que estamos da crise síria, não é mais questionável que esta crise se tornou uma ameaça para a paz e a segurança internacional".

Para superar a crise, o presidente sírio "Bashar al-Assad deve partir e um governo de transição deve ser constituído".

"Aos que afirmam que o regime de Bashar al-Assad, apesar de ser detestável, pode permitir evitar o caos, afirmo que terão o regime mais detestável e o caos. E o caos ameaçará seus interesses", completou.

Hollande afirmou que o "o plano (do enviado internacional Kofi) Annan continua sendo o meio mais seguro para fazer cessar a violência e iniciar uma transição política".

O presidente francês pediu aos países reunidos em Paris que assumam cinco compromissos, incluindo sanções ao regime sírio, e afirmou que a conferência deve "estimular" o Conselho de Segurança da ONU a atuar para pressionar Damasco.

A conferência de Amigos do Povo Sírio tem representantes de quase 100 países árabes e ocidentais, de organizações internacionais e da oposição síria.

Pouco antes da reunião, o chanceler francês, Laurent Fabius, afirmou que a questão do exílio de Assad está na mesa, mas considerou que o presidente sírio não pode ser recebido em um grande país, como Rússia, França ou Estados Unidos.

"É um assunto a ser tratado", disse.

Na quinta-feira, o chanceler russo Serguei Lavrov confirmou que Moscou foi solicitada para oferecer asilo ao presidente sírio, mas rejeitou a proposta, que chamou de "piada".

GENERAL LIGADO A ASSAD DESERDA

BEIRUTE (AFP) - O general sírio Munaf Tlass, ligado à família de Bashar al-Assad e amigo de infância do presidente, que foi afastado do cargo há mais de um ano ou em março, dependendo da fonte, desertou, informou uma fonte próxima ao regime de Damasco.

Tlass é o oficial de maior prestígio a desertar do Exército desde o início da crise.

"O general Munaf Tlass desertou há três dias e parece que deixou a Síria", disse uma fonte ligada ao regime, que disse que o desertor era general da Guarda Republicana, a unidade de elite do governo.

De acordo com a mesma fonte, Tlass foi afastado de suas funções há mais de um ano por ser considerado pouco confiável.

O oficial, filho do general Mustafah Tlass, ex-ministro da Defesa e amigo de Hafez al-Assad, pai do atual chefe de Estado, integrou a classe privilegiada do regime.

Natural de Rastan, na província de Homs (centro), hoje nas mãos dos rebeldes, este sunita de 40 anos foi amigo de infância de Bashar al-Assad.

Tlass tentou coordenar missões de conciliação entre o poder e os rebeldes em Rastan e em Deraa (sul), mas não teve sucesso. Há meses abandonou o uniforme e estava em Damasco, onde deixou crescer o cabelo e a barba.

Outra fonte na capital síria afirmou que a ruptura do general com o regime aconteceu após um ataque em março contra Baba Amr, um bairro de Homs controlado pelos rebeldes. Ele se recusou a liderar a unidade que recebeu a missão de reconquistar o setor e Bashar al-Assad o teria afastado de seu cargo.

De acordo com amigos do general, toda a família de Tlass está no exterior, incluindo seu irmão Firas, um empresário que mora em Dubai.

Seu primo Abdel Razzak Tlass é o comandante em Homs da brigada Faruk, uma unidade de combate do Exército Sírio Livre (ESL), formado em grande parte por desertores das tropas do regime.

OPOSIÇÃO SÍRIA PEDE ZONA DE EXCLUSÃO AÉREA E CORREDORES HUMANITÁRIOS

PARIS (AFP) - O presidente do Conselho Nacional Sírio (CNS, oposição) pediu nesta sexta-feira em Paris, na conferência de países Amigos do Povo Sírio, que os participantes se pronunciem a favor da criação de uma zona de exclusão aérea e de corredores humanitários no país.

"É necessário adotar todas as medidas para estabelecer uma zona de exclusão aérea e corredores humanitários", afirmou Abdel Baset Sayda na conferência, que reúne representantes de quase 100 países ocidentais e árabes.

Estas medidas devem ser o resultado de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU "sob o capítulo VII", completou Baset, o que inclui a possibilidade de sanções e de uso da força.

O dirigente opositor afirmou ainda que o regime de Bashar al-Assad "está caindo e perdendo o controle do território".

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