Henrique Pizzolato foge para Itália pela fronteira do Paraguai - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 25/04/2024
 
16/11/2013 - 11h51m

Henrique Pizzolato foge para Itália pela fronteira do Paraguai

Agência Hoje 
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Rota de fuga de Pizzolato incluiu Ponta Porã, Pedro Juan Caballero e Assunção
Rota de fuga de Pizzolato incluiu Ponta Porã, Pedro Juan Caballero e Assunção
  • Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos, teria fugido para a Itália

São Paulo (Agência Hoje) - Está confirmado. O ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, fugiu pela fronteira do Brasil com o Paraguai, em Pedro Juan Caballero, e viajou para a Itália. A informação foi confirmada pelo seu advogado Marthius Sávio Cavalcante Lobato, em conversa com o diretor da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

A teoria é de que Pizzolato teria seguido até Assunção, capital do Paraguai, e embarcado em voo comercial para Roma, utilizando passaporte italiano, já que tem dupla cidadania. A saída dele foi clandestina, a partir de outro país, já que o nome constava em todos os aeroportos brasileiros e ele não conseguiria embarcar para o exterior.

Condenado a 12 anos e sete meses de prisão em regime fechado em unidade de segurança média ou máxima, Pizzolato teria deixado uma carta com o seu advogado no Brasil para ser lida na tarde deste sábado na Polícia Federal. Na correspondência, ele teria explicado que não concordava com a pena e iria recorrer da medida na Itália.

A fuga do ex-diretor do Banco do Brasil teria ocorrido há 45 dias. Por ser cidadão com dupla nacionalidade - brasileira e italiana - na época em que o STF determinou o recolhimento dos passaportes de todos os réus do processo do mensalão, Henrique Pizzolato entregou apenas o documento brasileiro e teria usado o italiano para fugir.

O roteiro mais provável teria sido a saída de São Paulo até Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, em automóvel, e a passagem para território paraguaio, através de Pedro Juan Caballero. A divisa entre os dois países é uma avenida comum e não existe nenhum tipo de fiscalização. A ida até Assunção, capital do país, teria sido feita em carro alugado, com placas do Paraguai.

Na tarde de sexta-feira, 15,, agentes da Polícia Federal estiveram no apartamento onde mora Henrique Pizzolato, mas não o encontraram. Em contato com o advogado, receberam a informação de que ele estaria na zona rural do Rio de Janeiro e se apresentaria neste sábado logo depois do almoço. 

A direção da Polícia Federal informou que, para efeito legal, até as 12h ele não era considerado foragido, Os agentes ainda esperavam a presença de Henrique Pizzolato quando o advogado dele ligou confirmando a fuga. Dos 12 condenados pelo STF, ele é o único a não se apresentar para cumprir a pena.

A partir de agora, o Ministério da Justiça terá que encaminhar pedido oficial de extradição judicial de Henique Pizzolato ao Governo da Itália e aguardar a tramitação, o que poderá levar entre 30 dias e 60 dias, segundo especialistas. 

Juristas brasileiros, porém, acreditam que há uma grande possibilidade de a solicitação ser recusada por causa do episódio recente ocorrido com Cezare Battisti, que tinha sido condenado no país por assassinato. Na ocasião, em dezembro de 2010, o então presidente Lula negou a extradição apesar dos pedidos insistentes da Justiça italiana.

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