Heróico, Atlético conquista tÃtulo inédito da Libertadores
Belo Horizonte (Agência Hoje) - O Atlético Mineiro acreditou e alcançou o quase impossível ao derrotar o Olimpia do Paraguai por 2 a 0 no Mineirão, em partida sofrida e válida pelas finais da Copa Libertadores. Com o resultado, o Galo conseguiu reverter a vitória dos paraguaios em Assunção e levar a disputa para as penalidades máximas.
O título inédito foi conquistado nas penalidades máximas e mais uma vez o herói da partida foi o goleiro Vitor. Ele defendeu a primeira cobrança, em um arremate do melhor batedor do Olimpia, Miranda. Em seguida vieram os atleticanos e todos capricharam. Ninguém perdeu, ninguém passou frio na barriga com chute para fora ou nas mãos do goleiro. O título veio na cobrança errada de Giménez que tomou distância, correu firme e bateu na trave.
O Atlético jogou o que precisava, nervoso no primeiro tempo, pressionou muito, mas foi pouco objetivo. Só um lance, logo aos três minutos, foi considerado perigo real de gol, mas Jô chegou um segundo atrasado e a bola passou na direção da linha de fundo. No mais, foram 45 minutos sofridos, com muitos passes errados e bolas alçadas na área, sem direção.
No segundo tempo, os atleticanos vieram com outra postura, encurralaram os jogadores do Olimpia e logo no começo abriram o placar, com um gol de puro oportunismo. Jô, o artilheiro isolado do campeonato, girou junto aos zagueiros e chutou forte, no alto, indefensável para o bom goleiro paraguaio. Era 1 a 0 para o Atlético e a motivação que todos precisavam.
O jogo continuou amarrado, tipo ataque do Atlético contra defesa do Olimpia, até que no finalzinho do segundo tempo, novamente o Galo aproveitou uma jogada de sufoco na área paraguaia e Leonardo Silva deu uma cabeçada de craque, encobrindo o goleiro. Era o 2 a 0 que garantia a prorrogação. O Estádio explodiu e o "Eu Acredito" mostrou que era pra valer.
A prorrogação foi um estudo de ambos os lados. Mesmo com um jogador a mais, por causa da expulsão de Manzur, o Galo não partiu para cima, preferiu não correr riscos. Sem futebol para competir de igual para igual, o Olimpia limitou-se a defender e arriscar-se em alguns poucos contra-ataques. Mesmo assim, demonstrou ser um time perigoso, principalmente nas arrancadas pela ponta esquerda.
No final, 2 a 0 no tempo normal e 0 a 0 na prorrogação. Os dois times tiveram cinco minutos para descansar e em seguida partiram para as penalidades. Vitor preferiu defender. Foi para o gol e no primeiro chute, a primeira defesa. Giménez atirou forte, um pouco à direita da meta. Vitor estava indo para a esquerda, mas conseguiu esticar as pernas e rebater a bola. Nascia ali, mais uma vez nas mãos do goleiro herói, o título de campeão da Libertadores.
Além de campeão da Libertadores, o Galo ganhou mais três títulos importantes: o melhor goleiro, Vitor; o maior goleador do campeonato, Jô, e para surpresa de muitos, a maior renda já obtida no futebol brasileiro em toda sua história. A arrecadação do Mineirão chegou a exatos R$ 14.176.146,00. Foram 58.620 torcedores presentes e 56.557 pagantes. Recorde absluto e difícil de ser quebrado.
Felicidade Geral
Tudo isso o Atlético mereceu. O técnico Cuca disse que depois dessa vitória o azar que o time e ele própria carregavam, sumiu, desapareceu de vez. E o presidente Alexandre Kalil dedicou a vitória, o esforço e o troféu ao seu pai, Elias Kalim, que foi presidente do clube entre 1980 e 1985. "Foi ele quem me ensinou a valorizar o Atlético, a conhecer o Atlético. O título é dele, é do meu pai, e é mais do que merecido", repetia o filho pródigo, feliz e emocionado.
O presidente da CBF, José Maria Marin, fez questão de cumprimentar os vencedores. "O Atlético Mineiro é o legítimo e brilhante campeão da Copa Libertadores da América de 2013. O time mineiro empolgou a sua grande torcida no Mineirão e em todo o país, conquistando um título inédito para a sua história", declarou ele, logo após o final da partida
José Maria Marin não foi ao Mineirão, mas assistiu o jogo pela televisão e ligou para cumprimentar todos. "O presidente Kalil mereceu muito este título. Uma conquista que foi fruto do talento dos jogadores, mas também da competência desse grande dirigente, que faz um trabalho extraordinário na sua administração. Ao meu amigo Kalil e a toda a sua diretoria, aos desportistas mineiros, os meus parabéns".
E ele seguiu nos elogios. "Todos os atleticanos, de todo o país, estão de parabéns. Há muito tempo não via uma manifestação de tamanha paixão como aconteceu no Mineirão, como também há muito não via uma conquista tão merecida e que empolgasse tanto os seus torcedores. Eu fui mais um desses torcedores, que vibrou muito com esse título importante para o futebol brasileiro".
O vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, representou o presidente Marin no Mineirão. Ele também destacou a participação de Alexandre Kalil na conquista inédita. "O Atlético está de parabéns. O seu grande presidente, sua diretoria, jogadores e torcedores, pela campanha memorável e por este jogo final espetacular".
