Hungria quer enviar tropas para travar o afluxo de migrantes na fronteira com a Sérvia
Budapeste - O partido no poder na Hungria anunciou nesta quarta-feira (26) a intenção de enviar tropas para a fronteira com a Sérvia para travar o afluxo de migrantes, horas depois de anunciar um reforço de mais de 2 mil policiais na zona fronteiriça.
O governo quer “possibilitar o recurso ao Exército em tarefas relacionadas com a defesa da fronteira e com a migração”, disse o deputado e vice-presidente da comissão parlamentar de Segurança Nacional, Szilard Nemeth, do partido Fidesz, no poder.
O plano deverá ser votado em sessão extraordinária do Parlamento na próxima semana, afirmou o deputado, citado pela agência France-Presse.
O anúncio surgiu horas depois de o comandante da polícia da Hungria, Karoly Papp, ter anunciado o envio de 2,1 mil policiais adicionais para a fronteira a partir de 5 de setembro.
A crise migratória na Hungria, que em julho já tinha levado o governo a construir uma vedação na fronteira, levou nesta quarta de manhã a polícia a disparar granadas de gás lacrimogêneo sobre os migrantes, perto do principal centro de registro, em Roszke.
Segundo um porta-voz, a ação policial foi para dispersar cerca de 200 migrantes que se recusaram a fornecer as suas impressões digitais.
Outro porta-voz disse que os migrantes tentaram sair do centro de registro depois de saberem que a Alemanha decidiu facilitar a concessão de asilo aos refugiados da guerra na Síria.
Dados oficiais desta quarta-feira indicam que um número recorde de 2.533 pessoas, sendo 555 crianças, atravessou a fronteira sérvio-húngara só na terça-feira.
Segundo números oficiais, desde o início do ano, mais de 120 mil migrantes entraram na Hungria, país-membro da União Europeia e do espaço de livre circulação Schengen. A maioria dos migrantes seguiu viagem para outros países da União Europeia.
Milhares dos migrantes que chegam todos os dias à costa da Grécia e da Itália pretendem seguir viagem para o Norte da Europa, criando uma enorme pressão nas fronteiras de países como a Macedônia, a Sérvia e a Hungria.
