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18/09/2014 - 10h40m

Índice que mede desigualdade de renda no Brasil fica estável, aponta pesquisa do IBGE

Agência Brasil/Vinícius Lisboa  

Brasília - O índice que mede a desigualdade de renda no Brasil mantém-se estável a dois anos, informou nesta quinta-feira (18) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo o IBGE, como a variação foi 0,001, não é possível afirmar que houve piora da desigualdade, e sim que ela se manteve no mesmo nível.

"Eu não diria que houve queda nem redução, porque a variação é muito pequena de 2011 para cá. A gente percebe que, desde 2011, [o índice] está variando para cima ou para baixo, mas eu não diria que é uma melhora ou uma piora", disse Maria Lucia Vieira, gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, Pnad.

O Índice de Gini mede a desigualdade de renda em um país, e, quanto mais próximo de 0 e mais distante de 1, reflete menor desigualdade. Em 2013, o indicador referente ao rendimento dos domicílios brasileiros ficou em 0,5, depois de ter caído pela primeira vez para 0,499 no ano anterior. De 2011 para 2012, a variação também foi pequena, de 0,501 para 0,499.

A série histórica da Pnad mostra que desde 2004 o Índice de Gini variou para baixo até 2012, partindo de 0,535. A maior queda foi entre os anos 2007 e 2008, com redução de 0,521 para 0,513. A região brasileira com maior desigualdade de renda entre os domicílios em 2013 continuava sendo o Centro-Oeste, com 0,51, ante 0,456 da Região Sul.

A pesquisa mostra, segundo Maria Lucia Vieira, que a pressão sobre o Índice de Gini veio do aumento do rendimento das pessoas mais ricas, que cresceu mais que o das mais pobres. De 2012 para 2013, o crescimento da renda dos 10% mais ricos foi 6,3%, enquanto os 10% mais pobres tiveram um ganho de rendimento de 3,5%.

A renda média dos domicílios entre os 10% mais ricos em 2013 estava em R$ 11.758. Os 10% mais pobres tinham rendimento médio domiciliar de R$ 470 no ano passado.

Dos 65,2 milhões de domicílios brasileiros, 7,589 milhões (11,6%) viviam com rendimento de até um salário mínimo em 2013, e 14,282 milhões (21,9%) com renda de um a dois salários. Na outra ponta do rendimento domiciliar, 1,386 milhão tinha renda de mais de 20 salários mínimos, e 3,595 milhões, de 10 a 20.

Quando a análise se refere às famílias (68,346 milhões), a pesquisa mostra que 4,3 milhões têm renda de um quarto do salário mínimo por pessoa, e, na outra ponta, 3,4 milhões ganham cinco salários mínimos per capita.

O rendimento médio de todos os trabalhadores em 2013 mostrou crescimento de 5,7% na comparação com 2012, subindo de R$ 1.590 para R$ 1.681. O Amazonas foi o estado que teve o maior aumento da renda, 12,8%, atingindo R$ 1.455, enquanto o Acre, Amapá e Espírito Santo tiveram queda no rendimento. O Distrito Federal apresenta o maior rendimento médio, com R$ 3.114, ante R$ 2.083 em São Paulo, o segundo colocado. As menores médias estão em três estados nordestinos: Ceará (R$ 1.019), Piauí (R$ 1.037) e em Alagoas (R$ 1.052).

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