Curitiba (Agência Hoje) - O setor industrial do Paraná teve um crescimento de 11,3% e ficou em segundo lugar no país, abaixo apenas de Goiás. Esta é a sexta taxa positiva consecutiva do Estado. O levantamento foi feito pelo IBGE de janeiro a setembro, com base na Pesquisa Industrial Mensal Regional e divulgada nesta sexta-feira, 8.
Os setores que mais cresceram foram o de edição e impressão, que passou de -3,3% para 39,8%; máquinas e equipamentos que foi de 14,8% para 25,3% e máquinas, aparelhos e materiais elétricos, de -12,3% para 17,5%. Considerando apenas os terceiros trimestres no país, o Estado avançou 10,9%, enquanto a média brasileira subiu 0,8%.
“A indústria do Paraná intensificou o ritmo de expansão de sua produção, frente ao resultado apresentado no segundo trimestre (abril-junho), que foi de 6,4%”, disse Ana Silvia Martins Franco, economista do Núcleo de Macroeconomia e Conjuntura, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES).
Em relação ao segundo trimestre de 2013, a produção física da indústria estadual mostrou acréscimos de 1,9%, versus retração de 1,4% da nacional, o que representou a terceira maior variação entre as 14 localidades pesquisadas, perdendo somente para o Pará (5,7%) e Goiás (3,2%). Foi o terceiro trimestre consecutivo de expansão no Paraná, com ganhos acumulados de 13,2% no período.
O crescimento de 11,3%, no confronto com setembro de 2012, decorre dos resultados positivos alcançados por 10 das 14 atividades investigadas. A principal contribuição veio de veículos automotores (39,2%), impulsionado não só pela maior fabricação de caminhões e caminhão-trator para reboques e semirreboques, mas também pela baixa base de comparação, uma vez que esta atividade recuou 18,6% em setembro de 2012.
Também contribuíram para o resultado os setores de produtos químicos (28,1%), com elevação na produção de amoníaco, ureia e adubos ou fertilizantes fosfatados; máquinas, aparelhos e materiais elétricos (23,4%); e máquinas e equipamentos (16,2%), especialmente pela maior produção de tratores agrícolas, máquinas para colheita, elevadores para o transporte de pessoas, refrigeradores e máquinas para trabalhar matéria-prima para fabricar pasta de celulose.
No acumulado de janeiro a setembro, a indústria do Estado aumnetou sua produção em 4%, contra acréscimo de 1,6% para a média do País. Dos 14 setores pesquisados, dez apontaram alta, impulsionados pelo bom desempenho verificado em veículos automotores (15,5%); máquinas e equipamentos (15%), produtos químicos (14,3%), com maior produção de adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio (NPK), amoníaco e ureia.
Também cresceram as áreas de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (10,5%); minerais não-metálicos (7,1%), com aumento na fabricação de cimentos “Portland”; mobiliário (6,9%); e refino de petróleo e produção de álcool (3,1%), pela maior produção de óleo diesel e outros óleos combustíveis, álcool etílico e gasolina automotiva.
“Na contramão da trajetória de baixo crescimento da produção fabril nacional, as estatísticas do IBGE revelam consistente recuperação da indústria paranaense, desde o mês de abril de 2013. Tal performance vem sendo determinada pela operação dos principais vetores atuantes no Estado, especialmente o agronegócio, fruto da safra recorde e dos preços ainda elevados no mercado internacional”, avaliou Ana Silvia.