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27/04/2015 - 17h52m

Jacob Zuma culpa vizinhos africanos de imigração maciça para África do Sul

Agência Brasil 

Brasília - O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, cujo país está sendo acusado de xenofobia contra imigrantes de outros países africanos, culpou nesta segunda-feira (27) os países vizinhos do continente pela imigração maciça para seu país. “A minha opinião é que estes problemas devem ser discutidos na União Africana porque, se temos um problema de xenofobia, os países nossos irmãos contribuíram para ele. Porque é que os seus cidadãos não estão nos respectivos países?”, perguntou Zuma durante discurso em Pretória, na celebração do Dia da Liberdade, feriado nacional.

Zuma disse que após o início da onda de violência, que deixou pelo menos sete mortos em Durban e Joanesburgo, desde o início do mês, tem conversado com representantes dos cidadãos estrangeiros e acha que algumas questões devem ser debatidas imediatamente na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e na União Africana. “Alguns deles [estrangeiros] fizeram acusações muito graves aos seus países, o que explica porque estão na África do Sul”, destacou.

O presidente sul-africano disse que foi avisado de que outras levas de refugiados chegariam ao seu país, devido à deterioração das condições de vida nos países vizinhos. Ele também ressaltou que não é necessário adotar uma postura crítica em relação a outros governos, como tem acontecido contra o seu. A Nigéria chegou a convocar seu embaixador em Pretória, num gesto de desagravo à onda de violência contra imigrantes, sobretudo africanos, na Africa do Sul. Apelos de boicote a produtos sul-africanos também se espalharam pelo continente.

Zuma condenou a violência contra imigrantes e lembrou que eles contribuem para a economia da África do Sul. Ele também condenou, no entanto, o aumento da imigração clandestina, usada principalmente como mão de obra barata. “Devemos atacar as causas profundas da violência e das tensões, que são a herança da pobreza, do desemprego e das desigualdades no nosso país e no nosso continente, e da luta por recursos limitados”, disse.

Não há registros de violência contra imigrantes há pelo menos uma semana, quando o Exército sul-africano se posicionou em locais estratégicos para impedir os atos extremos.

*Com informações da Agência Lusa

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