Jornalistas da Al Jazeera são libertados no Egito após receberem perdão presidencial - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 20/04/2024
 
23/09/2015 - 15h28m

Jornalistas da Al Jazeera são libertados no Egito após receberem perdão presidencial

Agência Lusa 

Cairo - Dois jornalistas da televisão Al Jazeera, um canadense e um egípcio, foram libertados nesta quarta-feira (23), algumas horas depois de receberem o perdão do presidente do Egito, Abdel Fattah Al Sissi, informou um jornalista da agência de notícias francesa AFP.

O canadense Mohamed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed, que foram anistiados no âmbito do perdão presidencial, disseram, ao sair da prisão, que têm a esperança de encontrar o mais rapidamente possível seus parentes.

“Eu estou contente com a ideia de não ter que me preocupar com advogados e oficiais da polícia seguindo-me por todo lado mas, sobretudo, porque eu vou poder dividir o mesmo teto com a minha esposa”, disse Fahmy, depois de ser libertado, junto do colega Baher Mohamed. “Estamos muito, muito contentes. Mas nós ficamos um pouco surpreendidos pela forma como as coisas aconteceram”, disse Mohamed.

Fahmy e Mohamed foram condenados a três anos de prisão em um novo julgamento, em agosto, por "supostamente terem produzido notícias falsas" de apoio ao movimento fundamentalista Irmandade Muçulmana, que entrou na ilegalidade depois de o Exército ter deposto o presidente Mohamed Morsi em 2013.

O repórter australiano Peter Greste também foi condenado no mesmo julgamento, mas já tinha sido deportado mediante um decreto presidencial.

A detenção dos jornalistas e o novo julgamento desencadeou uma onda mundial de críticas ao regime de Al Sissi, que afirmou ter preferido a deportação a um novo julgamento.

A detenção ocorreu em dezembro de 2013, em momento de grande tensão e repressão violenta aos membros da Irmandade Muçulmana, após a deposição do líder islamita Morsi.

Na época, as autoridades do Catar e proprietários da Al Jazeera apoiavam os islamitas.

O perdão presidencial ocorre na véspera do Id Al Adha, a festa muçulmana do sacrifício, e abrange 358 presos, incluindo uma centena de jovens sentenciados a penas de prisão por violação da Lei do Protesto.

Fahmy, que deixou de ser cidadão egípcio para poder ser deportado, deverá partir para o Canadá.

Além dos dois jornalistas, a jovem ativista egípcia Sanaa Seif e a advogada dos direitos humanos Yara Salam receberam também um perdão total da pena.

As duas tinham sido condenadas, em outubro passado, a três anos de prisão por uma manifestação realizada em frente ao Palácio Presidencial, em junho do ano passado.

Sanaa é irmã do conhecido bloguista Alaa Abdelfatah, símbolo da revolução de 2011, e Yara é uma advogada que trabalha para a organização não governamental Iniciativa Egípcia de Direitos Pessoais.

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