Justiça embarga a retirada de escombros de viaduto que desabou em Belo Horizonte - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 19/04/2024
 
06/07/2014 - 13h54m

Justiça embarga a retirada de escombros de viaduto que desabou em Belo Horizonte

Agência Brasil/Alex Rodrigues 

Belo Horizonte - O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) embargou, por tempo indeterminado, o início da retirada dos escombros do viaduto que, na última quinta-feira (3), desabou sobre uma importante avenida de Belo Horizonte.

A Defesa Civil municipal informou que ainda não foi oficialmente notificada da decisão liminar da Justiça Estadual, mas que recebeu, na madrugada deste domingo (6), do delegado responsável pelo inquérito que apura as causas e responsabilidades pelo acidente, ofício sobre a determinação judicial para que o local não seja alterado. O desabamento matou duas pessoas e feriu ao menos 22. A Agência Brasil não conseguiu contato com nenhum representante do tribunal.

Ontem (5) à noite, a Construtora Cowan, responsável pelas obras necessárias à instalação do chamado sistema BRT (do inglês Transporte Rápido por Ônibus) de Belo Horizonte, chegou a anunciar que havia sido autorizada pelos órgãos competentes a iniciar os trabalhos para desobstruir a Avenida Pedro I, o que seria feito entre as 8h e as 22h.

A assessoria da Defesa Civil, contudo, negou que o local já tivesse sido liberado. Todo o maquinário necessário para perfurar, partir e remover os blocos de concreto já está disponível.

Previsto para ser entregue em junho, o Viaduto Guararapes estava em fase de acabamento e deveria ser concluído no fim deste mês. No início de fevereiro, outro viaduto do mesmo complexo de obras para a instalação do sistema de transporte rápido por ônibus, o Montesi, teve que ser interditado devido a um problema estrutural – parte do viaduto em construção se deslocou lateralmente, cerca de 30 centímetros em relação à estrutura.

Após o acidente, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura anunciou que todos os viadutos que fazem parte do complexo arquitetônico passarão por novas inspeções.

O BRT é uma das obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana. O empreendimento custou R$ 713 milhões, dos quais R$ 311 milhões são recursos federais disponibilizados por meio do PAC. O projeto de engenharia custou R$ 5,1 milhões, pagos pela Prefeitura.

Em notas divulgadas após o acidente, a Cowan garantiu que todos os procedimentos e material utilizado passaram pelos testes obrigatórios sem apresentar qualquer problema, atendendo a todas as normas vigentes. A construtora também descartou qualquer relação entre a queda do Viaduto Guararapes e a interdição do Montesi.

E informou que colocou uma equipe de psicólogos, médicos e assistentes sociais à disposição das vítimas que sobreviveram ao acidente e aos parentes dos mortos e feridos, além de ter contratado peritos para avaliar as causas do acidente. Os resultados devem ser apresentados em até 30 dias.

A Defesa Civil reuniu-se com moradores do entorno do viaduto, estabeleceu uma comissão para o acompanhamento dos trabalhos e irá monitorar diariamente a segurança das edificações da vizinhança.

SECRETÁRIO ADMITE QUE HOUVE ERRO NA CONSTRUÇÃO DE VIADUTO

Belo Horizonte (Agência Brasil/Alex Rodrigues) - O secretário de Obras e Infraestrutura de Belo Horizonte, José Lauro Nogueira, admitiu que o desabamento de um viaduto em construção sobre uma movimentada avenida da capital mineira foi causado por um “erro”, cujas causas e responsabilidades já estão sendo apuradas.

“Entendemos que houve sim um erro e estamos procurando identificar as causas do problema”, declarou Nogueira em entrevista coletiva esta tarde. Perguntado se a prefeitura falhou na fiscalização da obra, que integra o chamado sistema BRT (do inglês Transporte Rápido por Ônibus), o secretário comentou que a responsabilidade pelo andamento dos trabalhos é compartilhada entre várias entidades, empresas e a própria prefeitura.

“A licitação pública foi, como sempre, um processo que selecionou excelentes empresas com muita experiência nos empreendimentos que configuram o viaduto em questão. Então, é necessário termos a calma suficiente para que as causas sejam identificadas”, ponderou Nogueira.

Sobre a hipótese de que as escoras de sustentação do viaduto podem ter sido retiradas antes do tempo ideal, Nogueira foi taxativo. “Tudo o que foi feito, seja por parte da prefeitura, seja por parte das empresas, foi feito sem nenhum açodamento. Tomamos o cuidado de manter o escoramento pelo tempo necessário”, disse ele, assegurando que todos os testes foram previamente feitos e que as escoras não foram retiradas de uma única vez.

“O número de escoras é imenso e a retirada não levou um único dia. É uma etapa técnica prevista em cronograma, um processo planejado que leva semanas. Inclusive porque o volume de material é tão grande que, mesmo que fosse possível retirá-lo de uma única vez, não teríamos meios de transportá-lo. E, se tivéssemos, haveria um enorme congestionamento”.

Nogueira confirmou que todo o Viaduto Guararapes terá que ser demolido – informação confirmada pela construtora responsável pela obra, a Cowan. Ainda de acordo com o secretário, tão logo os órgãos técnicos e a Polícia Civil concluam as perícias e liberem a área, a prefeitura e as empresas responsáveis começarão a liberar a via.

Inicialmente prevista para ser entregue em junho, a obra estava em fase de acabamento, com previsão de ser concluída no fim deste mês. Todo o complexo de obras necessárias à implementação do BRT na capital está sendo executado pela Construtora Cowan que, em nota divulgada hoje, garantiu que todos os procedimentos e o material usado passaram pelos testes obrigatórios sem apresentar qualquer problema, atendendo a todas as normas vigentes.

O empreendimento faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana e já consumiu, até o momento, R$ 713 milhões, dos quais R$ 311 milhões do PAC.

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