NAIROBI (AFP) - Os quatro trabalhadores humanitários sequestrados na sexta-feira em um campo de refugiados de Dadaab (leste do Quênia) no ataque a um comboio de uma ONG foram libertados no sul da Somália.
"Estão em um local seguro, em nossas mãos, foram libertados", afirmou o porta-voz do Exército queniano, Cyrus Oguna.
Um deles foi ferido por um tiro em uma perna, segundo Oguna.
Os quatro reféns - um canadiense, uma paquistanesa, uma norueguesa e um filipino - trabalham para o Norwegian Refugee Council (NRC, Conselho Norueguês para os Refugiados).
Dezessete mortos em ataques contra igrejas no Quênia
NAIROBI (AFP) - Pelo menos 17 pessoas morreram neste domingo em atentados contra duas igrejas de Garissa, leste do Quênia, perto da fronteira com a Somália, no ataque mais violento desde a intervenção do Exército queniano do fim de 2011 no sul somali contra os islamitas shebab.
Homens armados abriram fogo e lançaram granadas contra duas igrejas da cidade de Garissa quando os fiéis estavam reunidos para a missa dominical. Os atentados coordenados não foram reivindicados, mas constituem sem dúvida uma nova represália depois da ação queniana contra os shebab, que prossegue atualmente.
"Dez pessoas foram mortas a tiros na igreja AIC (Africa Inland Church) e três ficaram feridas em uma igreja católica", afirmou o chefe de polícia da região, Philip Ndolo.
"Condenamos estes atos da maneira mais firme", completou.
Segundo o diretor da Cruz Vermelha queniana, Abbas Gullet, outras sete pessoas morreram em consequência dos ataques. Quarenta pessoas ficaram feridas, 10 delas em estado grave.
De acordo com a polícia, sete homens participaram nos ataques, mas ninguém foi detido até o momento.
"É um cenário terrível. Podemos ver os corpos no chão da igreja", disse o chefe de polícia da província norte-oriental, Leo Nyongesa.
O Conselho Supremo dos Muçulmanos do Quênia condenou os ataques e recordou que "todos os lugares de culto devem ser respeitados".
Garissa fica na província norte-oriental do Quênia, a 140 km da fronteira com a Somália. Esta cidade também fica a 70 km do gigantesco campo de refugiados de Dadaab, que abriga 465.000 refugiados somalis, onde na sexta-feira quatro trabalhadores humanitários estrangeiros da ONG Norwegian Refugee Council (NRC) foram sequestrados e um motorista queniano assassinado.
Várias cidades do Quênia, incluindo Nairóbi, a capital, e Mombasa, na costa, foram cenários de atentados nos últimos meses depois que o Exército queniano entrou, em outubro de 2011, no sul da Somália para expulsar os islamitas somalis shebab, que ameaçaram responder o que considderam uma "agressão".
As forças de segurança que patrulham o setor queniano da fronteira também são regularmente alvos de ataques.
Em geral, as autoridades quenianas atribuem os atentados aos shebab, mas eles nunca reivindicaram os ataques.
Vaticano: ataques contra igrejas no Quênia são "um fato muito preocupante"
CIDADE DO VATICANO (AFP) - O Vaticano condenou neste domingo como "um fato horrível e muito preocupante" e de uma "covardia inclassificável" os ataques a duas igrejas que deixaram 17 mortos em uma cidade do leste do Quênia, próximo à Somália.
"Os atentados sangrentos no Quênia, na cidade de Garissa, contra duas igrejas cristãs, entre elas a catedral católica, durante a oração dominical, são um fato horrível e muito preocupante", declarou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, à Rádio Vaticano.
O porta-voz se manifestou a sua preocupação com o fato de "parecer que entre os grupos terroristas, os ataques aos cristãos reunidos no domingo em seus locais de culto se tornaram um método considerado particularmente eficaz para a difusão do ódio e do medo".
"A covardia da violência cometida contra pessoas inocentes reunidas pacificamente em oração é inclassificável", acrescentou o padre Lombardi.
O porta-voz manifestou sua solidariedade às vítimas e aproveitou para "reafirmar e defender com convicção a liberdade religiosa dos cristãos".
"Precisamos nos opor aos atos irresponsáveis que alimentam o ódio entre as diversas religiões, e agir eficazmente em favor de uma solução duradoura para os problemas dramáticos da Somália, que têm reflexo na região" dos ataques, disse o porta-voz.
Homens armados abriram fogo e jogaram granadas em duas igrejas da cidade de Garissa no momento em que os fiéis estavam reunidos para a missa de domingo.
Além dos 17 mortos, pelo menos 40 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas, dez delas em estado grave.