Brasília - Acusado pelo Ministério Público Federal de participar da compra de medidas provisórias (MP) que beneficiaram o setor automotivo, o lobista Mauro Marcondes Machado disse ao juiz federal Vallisney de Souza, da 10ª Vara Federal, em Brasília, “ser impossível” comprar a aprovação de medidas provisórias (MPs).
Preso desde o fim do ano passado, o lobista defendeu a regulamentação do lobby (atividade de pressão de um grupo organizado sobre políticos e poderes públicos para exercer qualquer influência ao seu alcance, mas sem buscar o controle formal do governo) durante interrogatório em uma ação penal decorrente da Operação Zelotes, que investiga a manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda, além da compra de medidas provisórias.
“Quem faz lobby não precisa corromper. Que faz corrupção não precisa fazer lobby”, disse Marcondes. “Tenho 56 anos de atividade profissional e nunca precisei corromper ninguém”.
O advogado de Marcondes, Roberto Podval, disse ao fim do interrogatório que outras testemunhas ouvidas no processo também descartaram a possibilidade de “venda de MPs”.
O interrogatório foi marcado por diversos desentendimentos entra a defesa do lobista e o promotor da República Frederico Paiva, responsável pela Zelotes. Por isso, a defesa de Marcondes o orientou a não responder aos questionamentos feitos pelo promotor.
*Colaborou Michèlle Canes