Maioria dos imigrantes brasileiros nos EUA pertence a classe C - Hoje São Paulo
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25/06/2015 - 09h32m

Maioria dos imigrantes brasileiros nos EUA pertence a classe C

Agência Brasil/Leandra Felipe 
Reprodução
Maioria dos brasileiros entra nos EUA com visto de turista
Maioria dos brasileiros entra nos EUA com visto de turista

Altanta (Estados Unidos) - O brasileiro que emigra nos dias de hoje para os Estados Unidos é proveniente da classe média baixa, a chamada classe C. A maior parte tem ensino médio ou curso superior e vem de centros urbanos, principalmente do Sudeste e do Centro-Oeste. A maioria entra no país com visto de turista.

A busca por melhor renda, mais qualidade de vida para os filhos e segurança nas grandes cidades está entre os fatores que levam brasileiros a sair do país e viver nos Estados Unidos. “Vemos um número crescente de brasileiros que chegam em busca de qualidade de vida e que temem a violência urbana no Brasil”, argumenta o economista Álvaro Lima, autor do livro Brasileiros na América.

Na opinião dele, o imigrante brasileiro que vive nos Estados Unidos tem um perfil diferente do de outros latinos, como os vindos do México e de países centro-americanos.

“O brasileiro costuma ter mais escolaridade, muitas vezes, ensino superior e vem de centros urbanos. Foi assim na fase inicial da imigração nos anos de 1980 e continua assim atualmente”, diz.

O governo brasileiro diz não ter dados precisos sobre a quantidade de imigrantes que vivem nos Estados Unidos. Segundo as autoridades, a dificuldade se explica porque os censos recolhem dados estáticos e o fluxo migratório (de ida e vinda) é variável. Além disso, nem toda migração é legal (autorizada).

O Ministério das Relações Exteriores (MRE), entretanto, calcula que existam de 1,3 milhão a 1,4 milhão de brasileiros residentes no país. As maiores comunidades brasileiras estão em Massachusetts, Connecticut, Flórida, New Jersey, Califórnia e Georgia.

O Censo norte-americano tem números subestimados a respeito da comunidade brasileira. O último levantamento, de 2010, contabilizava cerca de 340 mil.

O cônsul do Brasil em Atlanta, Hermano Telles Ribeiro, disse à Agência Brasil que o status migratório não é um fator importante para o atendimento aos brasileiros que vivem nas comunidades nos Estados Unidos. "Nossa preocupação no atendimento à comunidade não é saber se a pessoa tem ou não documentação. Nos preocupamos primeiro com os direitos e deveres que a pessoa tem como cidadã brasileira", destaca.

A maioria dos brasileiros que vivem nos Estados Unidos trabalha no setor da construção civil, de turismo e serviços ou como domésticos.

Há ainda os brasileiros que deixam o país em busca de carreira acadêmica ou convidados por grupos de multinacionais e empresas norte-americanas. “Em menor proporção, alguns brasileiros vêm estudar por um tempo ou por um contrato de trabalho e acabam se estabelecendo definitivamente aqui”, observa o cônsul.

A chegada de brasileiros ao país diminuiu com o maior controle migratório depois do atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 – quando dois aviões atingiram as torres do World Trade Center, em Nova York. A perspectiva econômica ruim no país, pós-crise de 2008, também fez com que a entrada de brasileiros diminuísse.

Hoje, entretanto, os especialistas veem um novo crescimento no movimento migratório. "Com base no que vejo em Atlanta, a maioria dos brasileiros que chegam atualmente são de classe média baixa e vem em busca de melhores condições de renda porque veem, novamente, a economia norte-americana crescendo e uma fase mais difícil na economia brasileira”, disse o cônsul.

Nas redes sociais, as comunidades de brasileiros nos Estados Unidos recebem posts quase diários de pessoas interessadas em saber como estão as condições de trabalho no país. É o caso de uma paranaense de 24 anos, recém-chegada aos Estados Unidos, que conversou com a Agência Brasil.

“Eu consegui meu visto de turista porque trabalhava como secretária em uma empresa no Paraná, mas vim para ficar. Juntei dinheiro para o começo, mas quero me estabelecer aqui”, diz a jovem que pediu para não ter o nome divulgado.

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