Mesmo com forte rejeição, 29 vereadores aprovam aumento do IPTU; veja os votos - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 19/04/2024
 
30/10/2013 - 12h33m

Mesmo com forte rejeição, 29 vereadores aprovam aumento do IPTU; veja os votos

Agência Hoje 
Divulgação
Em votação apertada, IPTU é aprovado na Câmara Municipal de São Paulo
Em votação apertada, IPTU é aprovado na Câmara Municipal de São Paulo

São Paulo (Agência Hoje) - Com 29 votos a favor, 26 contra e nenhuma abstenção, a Câmara de Vereadores aprovou nesta terça-feira, 29, em votação definitiva, o projeto que reajusta o IPTU na cidade de São Paulo. A matéria será levada agora para sanção do prefeito Fernando Haddad (PT) que tem pressa em assinar o documento.

Em ambiente tenso, com declarações duras de oposicionistas e manobras da situação, as discussões sobre o aumento continuaram até as 23h30. O texto do projeto de Lei 711/2013 é o mesmo que já tinha sido aprovado na semana passada, em primeira votação. Segundo a Prefeitura, ele estabelece aumento médio de 14,1%.

Os vereadores José Police Neto (PSD) e Paulo Fiorilo (PT) se revezaram na maioria dos debates. Para a oposição, o reajuste é abusivo, prejudicial ao crescimento da economia e da cidade, e só foi aprovado porque a administração Fernando Haddad negociou vantagens e cargos em subprefeituras e secretarias municipais.

“Um vereador que não quer votar a favor ele é conversado para ter algumas facilidades no governo, entre elas indicar cargos”, denunciou Gilberto Natalini (PV), durante intervenção nos debates na Câmara na noite desta terça-feira, 29, sob aplausos de oposicionistas e de algumas pessoas que acompanhavam a votação. José Police Neto (PSD), por sua vez, criticou duramente a manutenção da inflação no cálculo do reajuste a partir de 2015.

Explicação do PT

“O que o governo pretendia evitar é que você tivesse a trava mais a inflação”, rebateu Paulo Fiorilo (PT). Para o petista, o projeto torna o IPTU mais justo, pois reduz as alíquotas nos bairros periféricos, onde há carência de infraestrutura e investimento, e a aumenta nos bairros mais valorizados. Segundo informações da Prefeitura, em 25 distritos haverá redução no imposto médio cobrado dos contribuintes.

O texto aprovado altera a Planta Genérica de Valores (PGV), utilizada no cálculo do valor venal do imóvel, sobre o qual incide a alíquota do imposto. Segundo a justificativa do projeto, as mudanças tiveram o objetivo de acompanhar a dinâmica do mercado nos últimos anos e tornar a PGV mais fiel à realidade da cidade.

“A introdução de novo parâmetro - localização e uso do imóvel - no cálculo do valor venal contribui para se alcançar a isonomia tributária, na medida em que não será dado idêntico tratamento a contribuintes em situações desiguais”, afirma o texto encaminhado pela Prefeitura e aprovado em caráter definitivo na sessão de terça-feira.

Situação das "Travas"

De acordo com a Prefeitura, foram criadas “travas” para o aumento, que ficou limitado a 20% em 2014 – 10% no caso das residências. De 2015 até 2017, as travas de aumento nominal foram fixadas em 15% para imóveis residenciais e 35% para os demais. Apesar das pressões, os vereadores que apoiam a administração Haddad mantiveram a posição de apoiar o projeto.

Nos bastidores da Câmara circulou a informação de que a negociação de cargos teria motivado o PSD a votar contra o projeto. “Isso aí realmente foi uma situação decisiva para nós. Não podemos jamais trocar o nosso voto por cargos. Seria assim de uma insanidade”, afirmou a vereadora Edir Salles. Ela diz não temer retaliações contra o seu partido. "A proposta é, nesta segunda votação, votar não. Não existe consenso”, declarou pouco antes de votar.

Na semana passada, para assegurar a manutenção de diálogo com os vereadores da oposição e da situação, a Prefeitura concordou em negociar uma redução nos aumentos máximos, chamados de travas e elevar os descontos concedidos a aposentados que dispõem de apenas um imóvel. Apesar das concessões, as críticas continuaram.

Veja como votaram os vereadores no segundo turno:

VEREADOR, PARTIDO E VOTO

Abou Anni (PV) - Não

Adilson Amadeu (PTB) - Não

Alessandro Guedes (PT) - Sim

Alfredinho (PT) - Sim

Andrea Matarazzo (PSDB) - Não

Ari Friedenbach (PROS) - Sim

Arselino Tatto (PT) - Sim

Atílio Francisco (PRB) - Sim

Aurelio Miguel (PR) - Não

Aurélio Nomura (PSDB) - Não

Calvo (PMDB) - Sim

Claudinho de Souza (PSDB) - Não

Conte Lopes (PTB) - Sim

Coronel Camilo (PSD) - Não

Coronel Telhada (PSDB) - Não

Dalton Silvano (PV) - Não

David Soares (PSD) - Não

Edir Sales (PSD) - Não

Eduardo Tuma (PSDB) - Não

Floriano Pesaro (PSDB) - Não

George Hato (PMDB) - Sim

Gilson Barreto (PSDB) - Não

Goulart (PSD) -  Não

Jair Tatto (PT) - Sim

Jean Madeira (PRB) - Sim

José Américo (PT) -  Sim

José Police Neto (PSD) - Não

Juliana Cardoso (PT) - Sim

Laércio Benko (PHS) - Sim

Marco Aurélio Cunha (PSD) - Não

Mario Covas Neto (PSDB) - Não

Marquito (PTB) - Sim

Marta Costa (PSD) - Não

Milton Leite (DEM) - Sim

Nabil Bonduki (PT) - Sim

Natalini (PV) -  Não

Nelo Rodolfo (PMDB) -  Sim

Noemi Nonato (PROS) - Sim

Orlando Silva (PCdoB) - Sim

Ota (PROS) -  Não

Patrícia Bezerra (PSDB) -  Não

Paulo Fiorilo (PT) - Sim

Paulo Frange (PTB) - Sim

Pr. Edemilson Chaves (PP) - Sim

Reis (PT) - Sim

Ricardo Nunes (PMDB) - Sim

Ricardo Teixeira (PV) - Sim

Ricardo Young (PPS) - Não

Roberto Tripoli (PV) - Não

Sandra Tadeu (DEM) - Não

Senival Moura (PT) - Sim

Souza Santos (PSD) - Sim

Toninho Paiva (PR) - Não

Toninho Vespoli (PSOL) - Não

Vavá (PT) - Sim

Wadih Mutran (PP) - Sim

Totais

Sim 29

Não 26

Abstenção 0

Não votou 0

Veja como fica o reajuste do IPTU em todos os distritos de São Paulo:

As mudanças propostas pelo Projeto de Lei 711/2013, segundo afirma a Prefeitura de São Paulo, vão gerar um aumento médio de 14,1% no tributo em 2014. Os distritos com maiores aumentos serão Alto de Pinheiros, Sé e Vila Mariana onde o reajuste vai ser de 19,8%, em média. Já as maiores reduções ocorrerão no Parque do Carmo (- 12,10%), Cidade Líder (-11,50%) e Anhanguera (-10%).

DISTRITO

Água Rasa - Aumento médio - 11,30%

Alto de Pinheiros - 19,80%

Anhanguera -10,00%

Aricanduva - 0,20%

Artur Alvim - 1,40%

Barra Funda - 13,40%

Bela Vista - 19,50%

Belém - 12,40%

Bom Retiro - 13,20%

Brás - 19,40%

Brasilândia - 2,70%

Butantã - 8,80%

Cachoeirinha - 19,70%

Cambuci - 15,40%

Campo Belo - 17,10%

Campo Grande - 3,60%

Campo Limpo - (Menos) 2,70%

Cangaíba - 0,50%

Capão Redondo - 0,70%

Carrão - 8,70%

Casa Verde - 5,70%

Cidade Ademar - 2,70%

Cidade Dutra - (Menos) 1,80%

Cidade Líder  - (Menos) 11,50%

Cidade Tiradentes - 1,20%

Consolação - 19,10%

Cursino - 14,80%

Ermelino Matarazzo - (Menos) 7,90%

Freguesia do Ó - 1,20%

Grajaú - 3,80%

Guaianases - (Menos) 2,70%

Iguatemi - (Menos) 5,40%

Ipiranga - 15,90%

Itaim Bibi - 19,10%

Itaim Paulista - (Menos) 4,80%

Itaquera - (Menos) 3,90%

Jabaquara - 5,40%

Jaçanã - (Menos) 1,50%

Jaguara - 8,50%

Jaguaré - 2,00%

Jaraguá - 12,50%

Jardim Ângela - 2,40%

Jardim Helena - (Menos) 5,40%

Jardim Paulista - 19,50%

Jardim São Luís - (Menos) 1,00%

José Bonifácio - 1,70%

Lajeado - (Menos) 1,00%

Lapa - 17,50%

Liberdade - 19,20%

Limão - 5,30%

Mandaqui - 8,70%

Marsilac - (Menos) 2,40%

Moema - 19,50%

Mooca - 10,50%

Morumbi - 17,00%

Parelheiros - (Menos) 0,80%

Pari - 14,70%

Parque do Carmo - (Menos) 12,10%

Pedreira - 2,40%

Penha - 9,20%

Perdizes - 19,00%

Perus - 1,60%

Pinheiros - 19,10%

Pirituba - (Menos) 1,20%

Ponte Rasa - (Menos) 0,60%

Raposo Tavares - (Menos) 2,30%

República - 19,70%

Rio Pequeno - 4,40%

Sacomã - 8,30%

Santa Cecília - 19,60%

Santana - 18,00%

Santo Amaro - 10,50%

São Domingos - 6,60%

São Lucas - 1,00%

São Mateus - (Menos) 1,00%

São Miguel - (Menos) 9,10%

São Rafael - (Menos) 8,60%

Sapopemba - (Menos) 4,50%

Saúde - 17,40%

Sé - 19,80%

Socorro - 7,60%

Tatuapé - 15,30%

Tremembé - 7,40%

Tucuruvi - 9,40%

Vila Andrade - 7,50%

Vila Curuçá - (Menos) 4,80%

Vila Formosa - 12,90%

Vila Guilherme - 7,80%

Vila Jacuí - (Menos) 9,70%

Vila Leopoldina - 15,40%

Vila Maria - 5,10%

Vila Mariana - 19,80%

Vila Matilde - 1,80%

Vila Medeiros - 4,50%

Vila Prudente - 9,80%

Vila Sônia - 7,60%

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