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São Paulo, SP, 20/04/2024
 
06/06/2012 - 18h07m

Mesmo com novas regras poupança bate recorde; R$ 6,2 bilhões

Folhapress/Maeli Prado 
Reprodução
Em maio o volume de depósitos na poupança bateu recorde
Em maio o volume de depósitos na poupança bateu recorde

BRASÍLIA, DF (Folhapress) - No mês passado, os depósitos na caderneta de poupança superaram as retiradas em R$ 6,26 bilhões, o maior montante da história para meses de maio, segundo divulgou hoje o Banco Central.

O número mostra que as novas regras para a poupança -que representam perda de rendimento quando a taxa básica da economia, a Selic, cai a 8,5% ao ano ou menos, o que ocorreu na semana passada- não afugentaram os aplicadores.

Em vez de queda, houve um aumento. Além do recorde para meses de maio, a captação líquida foi a maior, para qualquer mês, desde dezembro de 2010 (quando os depósitos superaram as retiradas em R$ 6,35 bilhões).

ENTENDA

No dia 3 do mês passado, o governo informou que os novos depósitos da poupança passariam a ser remunerados pela TR (Taxa Referencial) mais 70% da Selic toda vez em que a taxa básica estiver em 8,5% ao ano ou abaixo disso.

No último dia 30, o BC reduziu a taxa para 8,5% ao ano, acionando esse "gatilho" e mudando a forma de remuneração para os novos depósitos (no caso das aplicações que foram feitas até a entrada em vigor da norma, no início do mês passado, não houve mudança).

Com a mudança, quanto menor for a Selic, menor será o rendimento da poupança.

Caso o juro real (descontada a inflação) chegue a 2%, como é o objetivo declarado da presidente Dilma Rousseff, o rendimento da poupança ficará mais de 10% menor do que o previsto pelas regras atuais, considerando as atuais expectativas de inflação no país.

A nova regra foi uma decisão do governo para permitir que o Banco Central continuasse reduzindo a Selic, que serve como referência para o mercado.

Como a poupança tem hoje um rendimento mínimo garantido por lei e seus ganhos são isentos de IR, ela se tornaria mais atrativa que os investimentos em renda fixa com a queda da Selic.

Assim, quem investe em títulos do Tesouro e ajuda a financiar a dívida federal migraria para a poupança, criando dificuldades para o governo.

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