Motofretistas exigem volta dos bolsões de estacionamento, mais faixas e áreas de retenção - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 28/03/2024
 
28/08/2014 - 11h01m

Motofretistas exigem volta dos bolsões de estacionamento, mais faixas e áreas de retenção

Agência Hoje 
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Mais de dois mil motofretistas fizeram manifestação pacífica contra retirada das motofaixas
Mais de dois mil motofretistas fizeram manifestação pacífica contra retirada das motofaixas

São Paulo (Agência Hoje) - Após a manifestação de dois mil motofretistas que se mobilizaram na terça-feira, 26, contra a retirada das motofaixas da rua Vergueiro e da avenida Sumaré, além do estacionamento da rua Boa Vista, a Prefeitura de São Paulo criou um grupo de trabalho para encontrar soluções rápidas para os problemas que a categoria enfrenta no trânsito.

A primeira providência é a criação de um Grupo de Trabalho que ficará encarregado de receber e analisar as reivindicações dos motofretistas que atuam na cidade, garantindo maior agilidade nas decisões.

A principal reclamação se refere a indiferença da Prefeitura em relação aos pedidos e sugestões apresentadas de janeiro até agora. A categoria exige que a administração municipal crie bolsões de estacionamento no centro e nos bairros mais movimentados e retorne com as motofaixas.

Veja os primeiros temas que serão discutidos pelo Grupo de Trabalho:

- Volta das motofaixas nas principais vias públicas

- Bolsões de estacionamento para motofretistas

- Criação e sinalização de corredores virtuais

- Criação de programa de proteção ao motociclista

- Fiscalização regular nas empresas clandestinas

- Campanhas educativas e de orientação para o setor

O presidente do SindimotoSP (Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo), Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, considerou a criação do Grupo de Trabalho uma grande vitória. "A retirada das motofaixas e dos bolsões de estacionamento foi um grave erro da Prefeitura. Só por esse motivo fizemos nossa manifestação pacífica", justificou.

Na tarde de terça-feira, cerca de 800 motociclistas se concentraram em frente a sede do SindimotoSP, na Rua Doutor Eurico Rangel, no Brooklin Novo, e iniciaram uma manifestação, passando pela Avenida Bandeirantes e 23 de Maio até entrar no centro da cidade pela Praça João Mendes. "Quando chegamos em frente a sede da Prefeitura, às 16h30, e estacionamos as motos, já eram mais de dois mil motociclistas. Uma grande vitória para a categoria".

Posição da Prefeitura

De acordo com comunicado encaminhado ao SindimotoSP pela Secretaria Municipal de Transportes, "as motofaixas saíram porque não diminuiram os acidentes e os bolsões foram retirados para a construção de ciclovias". A diretoria da entidade, no entanto, discorda, exigindo a volta das faixas e dos bolsões de estacionamento, principalmente o que fica na rua Boa Vista.

A opinião foi manifestada em reunião realizada na Prefeitura, com a presença do secretário adjunto de Relações Governamentais, José Pivatto, o diretor do Departamento de Transporte Público, Daniel Teles e o diretor da Companhia de Engenharia de Tráfego, Tadeu Leite Duarte. Pelo Sindicato, participaram o presidente Gilberto Almeida dos Santos e o secretário geral da União Geral dos Trabalhadores, Canindé Pegado.

Depois de duas horas, ficou decidido que será criado um Grupo de Trabalho para discutir as reivindicações dos motofretistas em caráter de urgência, com a participação de membros da Prefeitura, do SindimotoSP e de outras entidades ligadas ao setor. "Queremos soluções rápídas, respostas objetivas, postura transparente", enfatizou o presidente.

A respeito do assunto, o prefeito Fernando Haddad confirmou que a Prefeitura vai discutir uma agenda de mobilidade com a categoria. "Tem muito motociclista em São Paulo, muito trabalhador que usa a motocicleta. O que eles estão pedindo é para entrar na agenda. Eu acho justa a reivindicação".

Segundo Haddad, "é bom que eles tenham uma atenção agora, depois que muita coisa já avançou em relação aos ônibus, taxis, bicicletas. Eles precisam de uma política própria para eles, sobretudo na área de educação no trânsito, porque ainda tem muita desinformação sobre os direitos deles e o convívio pacífico com o carro".

Para o prefeito, é importante que a discussão agregue o aprendizado de outros municípios e estados, assim como a experiência de outros países. “Motofaixa, por exemplo, não tem em nenhum lugar do Brasil, em nenhum lugar do mundo. Então, por que o mundo não seguiu esse caminho? Por uma razão de que efetivamente não é uma solução para a questão de segurança”, afirmou.

“O caminho passa por outras agendas que eles [motociclistas] mesmos estão propondo: bolsões de estacionamento, educação no trânsito, campanhas educativas, a questão da faixa de pedestres, espaço próprio para os ciclistas nos semáforos. São medidas que vão ajudar muito. Eu determinei que a secretaria de Transportes dedicasse um tempo da sua agenda a recebê-los e a encaminhar as solicitações”.

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