Brasília - Depredações, carros destruídos e confronto direto com agentes da Polícia Militar, marcaram as manifestações de cerca de 10 mil pessoas na tarde de terça-feira, 29, em Brasília. Os protestos começaram no gramado em frente ao Congresso Nacional e depois seguiram até a Esplanada dos Ministérios.
A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogênio para dispersar parte do grupo e forçou os manifestantes a se afastarem do Congresso. A maioria correu na direção da Catedral Metropolitana e no trajeto incendiaram carros que estavam estacionados nas proximidades e jogaram pedras contra os policiais.
O Corpo de Bombeiros esteve no local para apagar o fogo do carro e das barricadas que tinham sido montadas pelos manifestantes. Durante o percurso, os homens derrubaram banheiros químicos que estavam no trajeto e tentaram bloquear a pista. O trânsito no local chegou a ser interrompido.
O coronel Julian Fontes, que ficou à frente da operação, disse que a ordem é que a PM proteja o patrimônio público.
Votação no Congresso
Os organizadores do protestos calculam que houve a participação de 15 mil pessoas, enquanto Polícia Militar do Distrito Federal estimou em 10 mil o número de presentes. O grupo caminhou até a frente do Congresso Nacional e, ao chegar ao gramado, houve tumulto e confronto entre os manifestantes e a polícia.
O conflito se intensificou quando um grupo de manifestantes virou um carro de reportagem da TV Record estacionado próximo à rampa do Congresso. A polícia reagiu disparando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.
De acordo com a Polícia, o movimento foi essencialmente político e os manifestantes são de outros Estados. Eles teriam vindo para Brasília em caravanas que conseguiram reunir mais de 300 ônibus. "O custo disso é alto, é preciso investigar quem pagou a conta", comentou um oficial da PM.
O objetivo da ação foi inibir a votação no Congresso da PEC dos Gastos Públicos, apresentada no plenário do Senado e aprovada por maioria na madrugada de terça, 29, para quarta-feira, 30 de novembro.