Noite violenta em São Paulo, com invasão da Prefeitura, saques e feridos. 47 presos - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
19/06/2013 - 03h37m

Noite violenta em São Paulo, com invasão da Prefeitura, saques e feridos. 47 presos

Agência Brasil/Daniel Mello 
Agência Brasil/Marcelo Camargo
Manifestação começou pacífica, mas grupos isolados atacaram a Prefeitura, incendiaram carros e saquearam lojas
Manifestação começou pacífica, mas grupos isolados atacaram a Prefeitura, incendiaram carros e saquearam lojas

São Paulo – A Tropa de Choque, por volta das 23h, agiu contra manifestantes que, segundo a Polícia Militar, estavam cometendo atos de vandalismo na Rua Augusta. Até as 22h30 o protesto contra o aumento das tarifas de ônibus seguia tranquilo na região da Avenida Paulista, a via estava fechada em ambos os sentidos e os manifestantes circulavam pelo local carregando faixas e bandeiras.

A Polícia Militar tinha entrado em confronto com um grupo que depredou a fachada da prefeitura e destruiu duas agências bancárias na Praça do Patriarca. Alguns ativistas atearam fogo a um carro de transmissão da Rede Record e saquearam lojas. Pessoas carregavam eletrodomésticos, como televisores de cristal líquido (LCD).

A manifestação começou pacificamente na Praça da Sé, centro da capital paulista. Além da reivindicação principal, pela redução do preço do transporte, os ativistas também se manifestavam contra os gastos excessivos com as obras da Copa do Mundo, pedindo mais recursos para a saúde e educação.

O ato de hoje (18) foi o sexto promovido pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o reajuste das tarifas de ônibus, trens e metrôs que entrou em vigor no início do mês.

GRUPO FAZ CORDÃO HUMANO PARA IMPEDIR DEPREDAÇÃO DA PREFEITURA

São Paulo (Agência Brasil/Daniel Mello) – Um grupo de manifestantes fez um cordão humano em frente ao prédio da prefeitura de São Paulo para tentar evitar que a sede do Executivo municipal seja depredada por um grupo mais radical. Eles pedem que a manifestação transcorra sem violência e impedem que outros participantes do ato continuem a tentar invadir o local.

Mais cedo, vários ativistas tentaram invadir a prefeitura. Eles chegaram a ultrapassar as grades de ferro que servem de anteparo e derrubaram uma porta da entrada do prédio. Houve confronto com a Guarda Metropolitana.

No momento não há confronto e os manifestantes permanecem do lado de fora da prefeitura. "O nosso movimento não usa branco nem veste a bandeira do Brasil. Tem identidade combativa. O aumento da tarifa já é uma agressão. Isso aqui é um ato de legítima defesa", disse Wagner Luís em referência às depredações. Ele é fotógrafo e milita em movimentos sociais há 14 anos.

A manifestação contra o aumento do transporte público em São Paulo reúne, segundo a última atualização da Polícia Militar (PM), às 18h45, cerca de 10 mil pessoas.

O grupo, que se concentrou na Praça da Sé, na região central da cidade, se dividiu em duas frentes: parte seguiu para o Parque dom Pedro, e um grupo maior está em frente ao prédio do Executivo municipal. Neste momento, os dois grupos se juntaram na área de entrada da prefeitura.

A manifestação começou pacificamente na Praça da Sé. Além da reivindicação principal, pela redução do preço do transporte, os ativistas erguem algumas faixas e cartazes contra os gastos excessivos com as obras da Copa do Mundo, pedindo mais recursos para a saúde e educação.

MANIFESTANTES COLOCAM FOGO EM CARRO DA TV RECORD E PM REPRIME

São Paulo (Agência Brasil/Daniel Mello) – Manifestantes e a Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) entraram em confronto em frente ao prédio da prefeitura de São Paulo. Bombas de gás foram atiradas na direção dos ativistas. Parte dos manifestantes, após tentar invadir, sem sucesso, a sede do Executivo paulistano, ateou fogo em um carro de transmissão da Rede Record e destruiu duas agências bancárias e uma guarita da polícia. Os bombeiros foram acionados e controlaram o incêndio.

No momento, não há mais aglomeração de manifestantes em frente à prefeitura. A maior parte dos ativistas deslocou-se para a região da Avenida Paulista, onde não há atos de violência e nem a presença da polícia. Alguns manifestantes dançam ao som de uma banda.

A Rodovia Raposo Tavares, que liga a cidade de São Paulo ao interior, também está bloqueada por manifestantes, segundo a concessionária Via Oeste. Ainda não há confirmação se o protesto está relacionado ao que ocorre na região central da cidade.

A manifestação de hoje (18) contra o aumento da tarifa do transporte começou pacificamente na Praça da Sé. Além da reivindicação principal, pela redução do preço do transporte, os ativistas erguem algumas faixas e cartazes contra os gastos excessivos com as obras da Copa do Mundo, pedindo mais recursos para a saúde e educação.

*Colaboraram Bruno Bocchini e Elaine Patrícia Cruz

HADDAD: "BAIXAR TARIFA É TIRAR DINHEIRO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO"

São Paulo (Agência Brasil/Fernanda Cruz) – A revogação do aumento das tarifas do transporte público paulistano causaria um impacto muito grande nas contas do município e tiraria recursos de áreas vitais como saúde e educação, afirmou hoje (18) o prefeito Fernando Haddad. A proposta de revogação do reajuste foi feita pelo Movimento Passe Livre (MPL), que organizou os cinco últimos protestos na capital.

Haddad expôs a situação hoje (18) a líderes do MPL e a conselheiros, durante reunião do Conselho da Cidade. Segundo o prefeito, o custo anual do subsídio às passagens de ônibus custaria à Prefeitura, em 2016, cerca de R$ 2,7 bilhões anuais. A estimativa leva em conta o congelamento das tarifas em R$ 3. Neste ano, serão necessários R$ 1,2 bilhão para subsidiar a tarifa atual (R$ 3,20). Se for aprovada a redução para R$ 3, o valor passaria para R$ 1,4 bilhão. “É um volume muito expressivo de recursos”, disse Haddad.

Ele ressaltou que, para financiar as passagens, áreas essenciais, como saúde e educação, seriam prejudicadas no município. “São as áreas que serão sacrificadas em proveito desse congelamento. Nós temos de mostrar à sociedade o cenário provável”, disse o prefeito.

Haddad considerou algumas alternativas para levantar recursos, que serão discutidas em nova reunião com o Movimento Passe Livre, na próxima semana. Uma delas, conforme proposta do MPL, é diminuir o lucro dos empresários, aumentar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), instalar pedágios urbanos ou desonerar impostos federais. “O governo federal tem uma agenda de desoneração, vamos apostar nela”, disse o prefeito.

O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, sugeriu ainda a criação de um imposto sobre a gasolina, cuja arrecadação reverteria para o município para financiar a redução do valor das passagens. Para Tatto, seria uma forma de transmitir o ônus do transporte para quem usa o próprio carro para se locomover, incentivando, assim, as pessoas a migrar para o transporte coletivo.

Tatto foi vaiado pela maioria dos conselheiros ao criticar o fato de estudantes e idosos com recursos financeiros suficientes não pagarem tarifas no transporte público. A maior parte dos conselheiros mostrou-se favorável à revogação do aumento das tarifas.

Os conselheiros Leonardo Sakamoto, da ONG Repórter Brasil, e Jorge Abrahão, presidente do Instituto Ethos, defenderam a suspensão temporária do reajuste das passagens. Sakamoto pediu que a prefeitura use recursos das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) como subsídio.

O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, defendeu a volta das passagens para R$ 3 e a passagem delas, pradativamente, para a gratuidade. Freitas reclamou da demora dos ônibus e disse que concorda com a diminuição do lucro das empresas de transporte.

O coordenador geral do Instituto Polis, Silvio Caccia, lembrou que subsídio pago para o transporte público municipal representa 2,9% do orçamento da cidade. Segundo ele, se fosse revogado o aumento, ele equivaleria a apenas 3,1%. O representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na reunião, Mário da Costa, ressaltou que o direito ao transporte é importante, porque dá acesso a outros direitos, tais como saúde e educação.

 

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