Número de passageiros que usam ônibus como transporte público cai 9% - Hoje São Paulo
São Paulo, SP, 26/04/2024
 
12/08/2016 - 15h12m

Número de passageiros que usam ônibus como transporte público cai 9%

Agência Brasil/Michèlle Canes  
Agência Brasil/Fernando Frazão
Número de passageiros transportados por mês caiu de 382,3 milhões em 2014 para 347,8 milhões em 2015
Número de passageiros transportados por mês caiu de 382,3 milhões em 2014 para 347,8 milhões em 2015

Brasília - Estudo divulgado nesta sexta-feira (12) pela Associação Nacional de Transporte Urbano (NTU) mostra que o número de passageiros que usaram o ônibus como transporte público em 2015 teve uma redução de 9% por mês em relação a 2014.

O estudo considerou dados de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, que representam a maior demanda nacional por esse tipo de transporte.

Nessas localidades, o número de passageiros transportados por mês caiu de 382,3 milhões em 2014 para 347,8 milhões em 2015.

Segundo o levantamento anual da NTU, ao projetar a redução de 9% registrada nessas cidades para o restante do país, estima-se que 3,22 milhões de passageiros deixaram de usar ônibus como transporte público por dia.

“Estamos atribuindo isso à crise econômica vivida pelo país, ao índice de desemprego, à inflação alta e principalmente à falta de investimento público no setor de transporte”, disse o presidente da entidade, Otávio Cunha.

Segundo ele, as pessoas estão deixando de usar o ônibus e não substituindo esse tipo de transporte por outro. Para o presidente da associação, o ônibus deixou de ser usado para deslocamentos não essenciais como o lazer, por exemplo, e por pessoas que estão desempregadas, que acabam por reduzir a quantidade de deslocamentos feitos.

Os congestionamentos nas cidades também podem ser uma explicação para a redução da demanda pelos ônibus, entre outros fatores, de acordo com o relatório.

Como solução para o setor, o presidente da NTU defende outras fontes de coleta de recursos além do bilhete cobrado dos passageiros.

“Prioridade para o transporte público, aumentar os investimentos públicos e buscar uma saída para subvencionar [subsidiar] o transporte sem que seja onerando o preço da passagem. Buscar fontes de recursos extratarifários para poder subvencionar o transporte”, listou Cunha.

Imposto na gasolina para baratear passagens

Entre as formas de arrecadar esses recursos, uma opção, de acordo com a associação, seria cobrar uma taxa na gasolina. “Se você considerar que 70% da via é ocupada pelo transporte individual e o ônibus ocupa apenas 8% da via, e ele transporta muito mais pessoas, acho que você estaria democratizando o espaço urbano dando prioridade ao transporte coletivo”, disse o presidente da NTU.

A sugestão da entidade é que o imposto seja municipal e que cada prefeitura possa avaliar o valor que seria necessário para investir no transporte público local. Os recursos, segundo o presidente da associação, seriam usados para melhorar a qualidade do transporte e reduzir o valor da passagem.

“Fizemos uma simulação nacional considerando todo o consumo de combustível, óleo diesel, gasolina, álcool e gás. Com R$ 0,10 de aumento do preço, poderia se reduzir 30% no preço das passagens”, calculou.

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